Conjuntura do Agronegócio

1. Câmara de Comércio Árabe-Brasileira inaugura escritório em Dubai

Com o objetivo de intensificar relações e negócios entre os países árabes e o Brasil, a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) inaugurou nesta semana seu primeiro escritório internacional. Sediado em Dubai, o escritório terá como missão tanto impulsionar as exportações árabes para o Brasil quando promover os embarques brasileiros.

“Queremos mostrar os caminhos para que as empresas árabes interessadas façam negócios com o Brasil”, afirmou ao Valor o presidente da CCAB, Rubens Hannun, durante a cerimônia de inauguração em um hotel em Dubai que contou com churrasco brasileiro e a presença de autoridades locais como Fahim Bin Sultan Al Qasimi, da família real de Sharjah, um dos emirados dos Emirados Árabes Unidos.

A atuação da Câmara Árabe como “facilitadora” das relações entre empresário brasileiros e árabes foi relevante durante o período mais crítico da Operação Carne Fraca, em 2017. Na ocasião, Hannun liderou esforços para evitar o fechamento de mercados às carnes brasileiras.

Naquele ano, o presidente da CCAB integrou uma missão liderada pelo então ministro da Agricultura, Blairo Maggi ao Oriente Médio. Mais recentemente, o secretário-geral da Câmara, Tamer Mansour, participou de encontro entre representantes do governo brasileiro, dos exportadores brasileiros de carne de frango e da Autoridade Saudita de Alimentos e Medicamentos (SFDA, na sigla me inglês). Em pauta, estava o pedido de uma missão de técnicos da Arábia Saudita para visitar frigoríficos que foram desabilitados por aquele país.

Para o agronegócio brasileiro, a importância dos países árabes vai além da carne. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela CCAB, as exportações de açúcar foram individualmente as mais relevantes, rendendo mais de US$ 2,8 bilhões no ano passado. Os embarques de carne de frango alcançaram US$ 2,2 bilhões e os de carne bovina, US$ 1,1 bilhão. No período, as vendas de milho somaram US$ 775 milhões.

* O jornalista viajou a convite da CCAB

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Fonte: Valor Econômico

2. Ritmo das exportações acelera, mas soja deve impedir que ano supere 2018

As exportações do agronegócio aceleraram o ritmo neste mês. Após terem atingido US$ 102 bilhões no ano passado, as vendas externas começam 2019 também começa com incremento.

Fevereiro nem terminou e as exportações de soja já bateram o recorde para o mês. Já são 4,5 milhões de toneladas embarcadas, podendo atingir 5,6 milhões até o final do mês.

Os dados desta segunda-feira (25) da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) indicam também boa evolução das exportações de carnes, café, milho, algodão e etanol, sempre em comparação com as de igual período do ano passado.

O início de ano acelerado não quer dizer que 2019 deverá superar as receitas de 2018.

Um dos principais motivos é a soja, o carro-chefe das exportações. As vendas externas da oleaginosa estão aceleradas porque a safra foi antecipada e a guerra comercial entre EUA e China continua —apesar de Donald Trump ter anunciado uma trégua no domingo (24).

Após ter atingido US$ 41 bilhões de receitas no ano passado, o complexo soja deverá ter uma redução próxima de US$ 10 bilhões neste ano.

A perda é tão grande que não deverá ser compensada por outros produtos, mesmo com a recuperação de vários deles.

Uma das recuperações fica por conta do açúcar. Após ter exportações 31% menores na safra 2018/19, a commodity poderá ter uma evolução 10% maior na 2019/20.

O etanol volta a ter saldo líquido para o Brasil. Mas as exportações médias da safra crescerão 4%, abaixo do ritmo dos últimos dois meses.

Milho e algodão também vão dar sustentação às exportações do agronegócio, principalmente devido à maior produção interna.

O algodão estará, ainda, no foco dos chineses, que mantêm restrições de negociações com os americanos.

Outro destaque são as proteínas "in natura". A exportação de carne bovina deverá atingir 124 mil toneladas, 27% mais do que as de fevereiro de 2018. As carnes suína e de frango acompanham a bovina e têm bom desempenho.

O ritmo das exportações de 2019 vai depender muito do câmbio. Um empecilho serão os preços internacionais: a tendência é de queda. A soja, mesmo com recuo de produção no Brasil, não reage devido aos estoques dos EUA.

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Fonte: Folha de S. Paulo/UDOP

3. Ministra da Agricultura apresenta programas prioritários da pasta

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Teresa Cristina Corrêa da Costa Dias, comparece à Comissão de Agricultura e Reforma Agraria (CRA) na quarta-feira (27) para apresentar os programas prioritários de sua pasta para os próximos anos. A reunião tem início às 11h na sala 7 da ala Alexandre Costa.

Autora do requerimento para a realização da audiência pública, a senadora Soraya Thronicke (PSL-MS), que preside a CRA, argumenta que o comparecimento da ministra será importante para divulgar as atividades do ministério e identificar oportunidades de aprimoramentos na legislação relativa ao agronegócio.

Teresa Cristina vem defendendo a adoção de procedimentos de fiscalização e auditoria mais modernos no setor produtivo para garantir segurança e qualidade para o consumidor. No entender da ministra, as empresas devem assumir mais responsabilidades como forma de garantir a qualidade de seus produtos. Segundo ela, a abertura do diálogo para mudanças na fiscalização e controle é uma evolução que segue a tendência mundial de modernização e simplificação em vários setores.

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Fonte: Agência Senado/Notícias Agrícolas

Insumos

4. Campanha de vacinação contra aftosa imunizou 98,5% do rebanho

O Ministério da Agricultura informou que a segunda etapa da campanha deste ano de vacinação do rebanho de bovinos e búfalos do país contra a febre aftosa, realizada em novembro, imunizou 94,87 milhões de animais. Assim, informou a Pasta, a cobertura alcançou 98,5% do rebanho total.

De acordo com comunicado divulgado pelo ministério, na maior parte dos Estados foram vacinados bovinos e bubalinos com até 24 meses. Apenas no Acro, no Amapá, no Espírito Santos e no Paraná foram vacinados animais de todas as idades.

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Fonte: Valor Econômico

5. Santander vê mercado de LCAs no Brasil até 30% maior em 2019 após "simplificação"

O Santander Brasil avalia que o mercado nacional de Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) tem potencial para expansão de 20 a 30 por cento neste ano após flexibilização em regras do setor, enquanto mantém aposta de crescimento de dois dígitos em sua carteira de crédito agrícola, disse um diretor do banco nesta segunda-feira.

Isenta de Imposto de Renda, a LCA é um título de renda fixa emitido por instituições bancárias e que tem lastro em empréstimos do agronegócio. No fim de janeiro, o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou que 100 por cento do volume de LCAs destinadas a produtores rurais seria negociado com taxas livres, pactuadas entre bancos e tomadores, versus 60 por cento anteriormente.

"Com essa simplificação, o mercado inteiro poderá crescer. A gente acha que pode crescer de 20 a 30 por cento... Não foi a maior mudança do setor, mas vai incentivar esse crescimento", afirmou o diretor de Agronegócios do Santander, Carlos Aguiar, durante coletiva com jornalistas em São Paulo.

O mercado de LCAs no Brasil fechou 2018 em quase 150 bilhões de reais, com o Santander detendo 8 por cento de "market share", conforme dados do Banco Central.

Para Aguiar, a alteração "ajuda o governo no próximo Plano Safra", já que auxilia na oferta de recursos para custeio e investimento da produção em um cenário de aperto fiscal.

O executivo ainda elogiou a decisão recente do CMN quanto a destinação de 6 bilhões de reais de depósitos à vista e da poupança rural para pequenos produtores, ao mesmo tempo em que eliminou a exigibilidade de até 25 por cento de crédito de custeio a juros controlados que bancos deveriam destinar a cooperativas, mantendo-se o percentual mínimo para Pronaf e Pronamp.

"O governo mostra uma característica inovadora, de que está pensando diferente... Uma leitura mais de mercado... Espero que essa leitura técnica, que essa inteligência siga. O governo tem clara noção de que precisa ajudar o pequeno e o médio (produtor) e que os grandes e a agroindústria precisam usar o mercado (livre)", disse Aguiar.

PERSPECTIVAS

O diretor de Agronegócios do Santander disse esperar que a carteira total de crédito agrícola ampliada da instituição cresça na casa de dois dígitos neste ano, "no mínimo 15 por cento", após apresentar alta de 26 por cento em 2018 ante 2017, para 16,3 bilhões de reais.

Apesar desse crescimento, o Santander manteve no ano passado a quinta posição entre os bancos que financiam o agronegócio brasileiro, com participação de 5,4 por cento, ante 4,64 por cento no fim de 2017. O ranking é de longe liderado pelo Banco do Brasil.

"Gostaria de crescer minha carteira entre 30 e 40 por cento. Com certeza espero fazer mais de 15 por cento, com mix da carteira mais livre do que com recursos obrigatórios", destacou o executivo, ainda referindo-se à expectativa de menor dependência de recursos do governo para a safra brasileira, em meio a uma conjuntura da taxa básica (Selic) em mínima histórica.

Nos últimos anos, o Santander vem apostando com força no agronegócio do Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo e líder em exportação de commodities como soja, açúcar, café e carne de frango.

Para 2019, a meta do banco é abrir de 10 a 20 novas lojas Agro, após inaugurar 16 em 2017 e outras seis no ano passado. Espera-se que todos os Estados da região Sul tenham esse tipo de estabelecimento, onde os produtores são atendidos por gerentes especializados e contam com a assessoria de agrônomos.

Aguiar também destacou que prevê expansão do serviço de hedge de commodities agrícolas para seus clientes do agronegócio, algo antecipado pela Reuters em 2017.

As primeiras operações começaram no final do ano passado e, por ora, envolvem açúcar bruto, boi gordo, café arábica e soja em grão.

Em 2019, o Santander espera lançar o serviço também com farelo de soja, algodão e cacau.

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Fonte: Reuters/Notícias Agrícolas

6. Anvisa conclui reavaliação toxicológica do glifosato

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) finalizou sua reavaliação toxicológica do uso de glifosato, o pesticida mais utilizado no Brasil, e apresentará suas conclusões e diretrizes recomendadas quanto ao uso do químico na terça-feira, declarou uma autoridade.

Adriana Pottier, gerente de monitoramento e avaliação da Anvisa, disse a repórteres nesta segunda-feira que as conclusões e diretrizes detalhadas seriam apresentadas aos diretores da agência, que teriam de aprovar os resultados e avançar para uma fase de consulta pública.

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Fonte: Reuters/Notícias Agrícolas

Proteína Animal

7. JBS reforça ações para se aproximar de pecuarista

Mal vista pelos pecuaristas brasileiros até bem pouco tempo, a JBS vem ampliando as iniciativas para melhorar as relações com os fornecedores da matéria-prima que responde por cerca de 80% dos custos de suas operações de carne bovina.

Aos poucos, as iniciativas vêm quebrando a desconfiança de produtores que, no fim das contas, precisam manter laços com a JBS independentemente do bom relacionamento. Afinal, trata-se da maior indústria de carne bovina do Brasil, com 36 frigoríficos espalhados por dez Estados e cerca de 30% dos abates fiscalizados pelos auditores do Serviço de Inspeção Federal (SIF).

"Tudo tem seu tempo e sua hora. As coisas mudam", disse o presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, o pecuarista Nabih Amin El Aouar, reconhecendo a evolução no relacionamento.

Em entrevista ao Valor, o presidente da Friboi, Renato Costa, também comemorou o momento. "A relação saiu de conflituosa para construtiva", afirmou o executivo. Conforme ele, a melhora no relacionamento parte de uma premissa básica. "Frigorífico não tem boi, e pecuarista não tem frigorífico".

Entre as iniciativas para aprimorar as relações, estão desde a utilização das estatísticas do gado fornecido pelos milhares de produtores - os produtores podem melhorar a produtividade a partir da comparação de dados - até campanhas sobre as formas de vacinação contra o vírus da febre aftosa. Os pecuaristas sempre se queixaram de que a reação à vacina prejudica o ganho de peso dos animais.

A mais recente medida da JBS para se aproximar dos pecuaristas ocorreu na semana passada, e deve ser anunciada hoje. Aproveitando o vácuo deixado pela Marfrig Global Foods, segunda maior indústria de carne bovina do país, a JBS assinou uma parceria com a Associação dos Criadores de Nelore do Brasil, fundada há 65 anos.

Por meio da parceira, a JBS oferecerá aos pecuaristas associados à entidade bônus de até 8% sobre o preço do boi gordo, a depender do rendimento de carne do animal e da qualidade da carcaça. Nos últimos 15 anos, parceria nos mesmos moldes existia com a Marfrig, mas a empresa decidiu romper o acordo unilateralmente no fim de janeiro.

"Há males que vêm para o bem. Em quatro ou cinco dias, a situação se inverteu", afirmou El Aouar, presidente da associação e pecuarista na cidade de Carlos Chagas (MG). "Durou 15 anos a parceria com a Marfrig e, nesse tempo, cumpriram o que foi combinado", ponderou.

Na prática, a parceria com a JBS será maior do que existia com a concorrente. Se antes os associados da entidade contavam com sete unidades em quatro Estados - São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás -, com a JBS a parceria abarca os 36 abatedouros da companhia.

A mudança deve ampliar o número de bovinos abatidos por meio da parceria com a Associação de Criadores de Nelore no Brasil. Em 2018, a Marfrig abateu cerca de 380 mil cabeças. "Com certeza, crescerá bastante", disse El Aouar, sem projetar um número. O aumento ajudará a associação, que recebe um percentual sobre a receita dos pecuaristas.

De acordo com Costa, o gado da raça nelore - predominante no Brasil - que integrar a parceria poderá ser parte da matéria prima da carne comercializada com a marca Friboi Maturatta. O executivo não comenta, mas a parceria também poderá ajudar a JBS em uma linha de carne de bovinos "grass fed" - alimentados exclusivamente com pasto que está sendo desenvolvida pela empresa para os mercados da China e da União Europeia.

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Fonte: Valor Econômico

8. Faturamento da Frimesa cresceu para quase R$ 3 bi em 2018

A Frimesa, central de cooperativas paranaenses que atua nos segmentos de carne suína e leite, registrou faturamento de R$ 2,93 bilhões no ano passado, 3,3% mais que em 2017. A produção atingiu 379 toneladas, uma alta de 3,6%. A produção da Frimesa vem de cinco cooperativas filiadas (Copagril, Lar, C.Vale, Copacol e Primato), que somam 2.524 produtores de leite e 1.026 suinocultores.

“Foi um ano difícil, mas mesmo assim conseguimos apresentar bons resultados para todos da cadeia produtiva, geramos bastante emprego e conseguimos buscar novas alternativas de mercado, principalmente na inovação de produtos. Tivemos 10% do faturamento dos últimos dois anos gerados por novos produtos e melhorias nos processos industriais gerararam economia”, diz em nota o diretor executivo, Elias Zydek.

Para 2019, a Frimesa prevê crescimentos de 20% nos volumes de produção e de 18% no faturamento, que poderá chegar a R$ 3,47 bilhões.

A Frimesa recebeu 2,23 milhões de cabeças de suínos em 2018, 5,3% a mais que em 2017. A central de cooperativas pagou R$ 3,40 em média pelo suíno vivo, enquanto a média de mercado ficou em R$ 3,05.

Na área de leite, a Frimesa também manteve os preços pagos pela matéria-prima acima do mercado, com uma média de R$ 1,39.

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Fonte: Valor Econômico

9. Inundações farão Austrália reduzir suas exportações

As inundações que atingiram na semana retrasada o norte da Austrália, terceiro principal país exportador de carne bovina do mundo, terão impacto relevante no comércio da proteína nos próximos anos. De acordo com projeções divulgadas no país, em torno de 500 mil cabeças de gado morreram, principalmente em Queensland. Esse volume representa mais de 5% do total de abates no país, conforme dados do Escritório Australiano de Estatísticas, um órgão do governo.

Em breve entrevista ao Valor durante a feira de alimentos Gulfood, que ocorreu até quinta-feira em Dubai, o gerente internacional da Meat & Livestock Australia (MLA), Nick Meara, admitiu que é "possível" que as exportações australianas de carne bovina caiam de 2% a 3% nos próximos dois anos. A MLA, que contava com um estande na principal feira do Oriente Médio, fornece estatísticas e serviços aos frigoríficos australianos de carne bovina e para o governo local.

Ao longo do feira, a reportagem conversou com fontes da indústria que acompanham o mercado australiano de carne bovina. Embora a Austrália não seja necessariamente um rival do Brasil no mercado global, dado o perfil de gado do país - cortes de maior qualidade -, os exportadores brasileiros poderão se beneficiar indiretamente, na medida em que o preço da carne bovina no mercado internacional provavelmente será influenciado pelas inundações.

De acordo com estimativas do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês), a Austrália exportou, no ano passado, 1,6 milhão de toneladas de carne bovina em equivalente carcaça. O país ficou à frente dos EUA, mas atrás de Brasil e Índia - os asiáticos vendem, prioritariamente, carne de búfalo a preços baratos -. Em 2018, a indústria brasileira exportou 2,1 milhões de toneladas e a Índia, 1,6 milhão de toneladas, conforme o USDA. Os americanos, por sua vez, exportaram 1,4 milhão de toneladas de carne bovina no ano passado.

Por enquanto, as informações que circulam entre agentes da indústria de carne bovina da Austrália apontam que as enchentes que atingiram o país da Oceania ainda não refluíram totalmente. As enchentes atingiram uma área de cerca de 50 quilômetros de largura, disse uma fonte. "A infraestrutura da região vai demorar de dois a quatro meses para ser ajustada", afirmou.

Dados preliminares da indústria australiana de carne bovina apontam que a recuperação da produção local levará de um a dois anos. Um dos grandes problemas é que a região afetada é importante na criação de bezerros, o que atinge diretamente a produção futura de gado. Por conta disso, o impacto nos preços deve demorar alguns meses para ser sentido no país.

Entre os frigoríficos, a brasileira JBS, maior produtora de carne bovina do mundo, deverá ser uma das prejudicadas. A companhia é grande produtora na Austrália e possui uma unidade na região de Queensland.

O impacto para a JBS e para outras indústrias australianas não é negligenciável, especialmente porque a pecuária daquele país sofreu nos últimos anos uma forte restrição do rebanho em consequência do clima seco no país. As inundações, portanto, atrasam a recuperação do rebanho. Procurada pela reportagem, a JBS não comentou.

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Fonte: Valor Econômico

Agroenergia

10. Südzucker fechará cinco fábricas de açúcar na Europa

O conselho de administração da companhia alemã Südzucker decidiu nesta segunda-feira fechar cinco fábricas de açúcar para reduzir o volume de produção em 700 mil toneladas e ajustar a oferta com a demanda europeia. Serão fechadas duas fábricas na Alemanha, duas na França e uma na Polônia.

A companhia também reduzirá custos com administração na Bélgica, Alemanha, França e Polônia. Já as fábricas situadas próximas às plantas que serão fechadas receberão investimentos no futuro.

No fim de janeiro, a companhia já havia anunciado que iniciaria um processo de reestruturação para cortar sua produção devido aos baixos preços do açúcar no mercado internacional.

No comunicado divulgado nesta segunda-feira, a Südzucker reforçou que as medidas visam reduzir os custos em cerca de 100 milhões de euros por ano, dependendo dos preços globais do açúcar. As despesas com as medidas de reestruturação da companhia deverão ficar em torno de 180 milhões de euros e 220 milhões de euros. 70% dessas despesas serão bancadas com o fluxo de caixa.

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Fonte: Valor Econômico

11. Outra reviravolta na recuperação judicial do produtor José Pupin

Após a reviravolta negativa do fim do ano passado no processo de recuperação judicial como “empresário rural” de José Pupin, um dos maiores produtores de algodão do país, e de sua esposa Vera Lúcia Camargo Pupin, ele obteve na quarta-feira uma decisão favorável na Justiça.

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso, na comarca de Cuiabá, havia confirmado, em setembro de 2018, liminar que determinava que não poderiam constar no plano de recuperação as dívidas contraídas antes de José Pupin ter sido registrado como “empresário rural”. Cerca de 70% das dívidas seriam excluídas do plano, caso fossem contestadas.

Na quarta-feira, porém, o Superior Tribunal de Justiça suspendeu a decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso — o que também é passível de recurso no próprio STJ. Se a decisão não for revertida, toda a dívida volta a fazer parte do plano de recuperação judicial, como havia sido aprovado em junho de 2018 no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, comarca de Campo Verde.

As dívidas totais das empresas do grupo, incluindo as que estão em nome dos empresários José e Vera Pupin, somam cerca de R$ 1,3 bilhão. Sem o endividamento do casal, o valor cai para R$ 92,7 milhões. A dívida em nome dos Pupin está dividida em reais e dólar — R$ 825,1 milhões e US$ 128,4 milhões. Os ativos do grupo e dos sócios são avaliados em aproximadamente R$ 1,4 bilhão.

O plano aprovado em junho contemplava o montante que correspondia à dívida em nome dos empresários. Mas na ocasião, informou Fernando Bilotti Ferreira, advogado do escritório Santos Neto, que representa a Metlife, um dos credores de José Pupin, já havia uma decisão de mérito no agravo de instrumento. Ferreira falou ao Valor em setembro de 2018. A Metlife detém cerca de US$ 54 milhões das dívidas com garantida em nome de J. Pupin.

A justificativa que levou o Tribunal de Justiça de Mato Grosso, na comarca de Cuiabá, a confirmar a liminar é que não poderiam constar no plano as dívidas contraídas antes de José Pupin ter sido registrado como “empresário rural”.

Como na ocasião da aprovação do plano já estava valendo uma decisão liminar, aprovada no fim de 2017, os bancos continuaram a executar as dívidas. “Começamos a executar em 2015, mas falta vender imóveis. O Pupin alega que os imóveis são bens essenciais”, disse o advogado da Metlife.

“Todos os credores executaram as dívidas, mas não houve nenhum leilão de imóveis. Com essa decisão do STJ, os leilões ficam suspensos”, afirmou Camila Somadossi, advogada do escritório Finocchio & Ustra, que cuida da recuperação judicial dos Pupin.

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Fonte: Valor Econômico

12. Para ganhar produtividade, usinas reduzem plantio mecanizado de cana

O Enquanto o avanço das máquinas nas mais diversas atividades é considerado uma das preocupações “do século”, o processo inverso está ocorrendo no plantio de cana. Diante da necessidade de recuperar a produtividade dos canaviais, que está decadente há anos, e em razão de problemas técnicos das máquinas, os produtores de cana das regiões mais tradicionais do país estão voltando a recorrer à mão-de-obra para substituir as plantadoras, num movimento que ganhou força há três safras.

Segundo levantamento do Programa de Educação continuada em Economia e Gestão de Empresa (Pecege/Esalq/USP), do início da safra atual (2018/19) até 15 de dezembro o plantio mecânico cobriu 52% da área plantada na área tradicional de cana espalhada pelos Estados de São Paulo e Paraná. Na safra passada, o plantio mecanizado representou 56,6% do total.

O pico da mecanização do plantio ocorreu na safra 2015/16, quando o percentual atingiu 77,1%. A reversão da tendência começou no ciclo seguinte (2016/17), quando as usinas acumulavam tantos problemas financeiros que começaram a caçar soluções para reduzir custos. E algumas perceberam que um dos problemas da produtividade estava na forma de realizar o plantio. “Começaram a perceber que estava havendo um consumo muito grande de mudas e falhas no plantio”, diz Haroldo Torres, economista do Pecege.

Diferentemente de muitas culturas plantadas com sementes ou mudas, para cultivar a cana basta enterrar um tolete da planta na terra. As plantadoras vinham substituindo o plantio manual até 2015/16, acompanhando a mecanização da colheita, que continua inabalável As colhedoras cortam os toletes, que depois são enterrados pelas plantadoras.

Porém, percebeu-se que as colhedoras estavam “machucando” os toletes depois usados no plantio, dificultando o brotamento e deixando-os suscetíveis ao ataque de microorganismos. Estima-se que sejam gastas 50% mais mudas no plantio mecanizado do que no manual. Apesar de o problema existir faz tempo, não houve inovação nas máquinas, afirma Torres.

“A plantadora consumia muita muda e prejudicava a qualidade do plantio. Tivemos uma queda de produtividade muito grande, que impactava no resultado”, afirma Lucas Lopes, gerente agrícola do Grupo Colombo, que possui três usinas no interior paulista.

Há dois anos, a companhia começou a voltar ao plantio manual, apostando na técnica da “meiosi”. Por meio desse sistema, planta-se os toletes numa linha (chamada de “linha-mãe”) e, após as plantas crescerem, são cortadas manualmente e novos toletes são plantados nas linhas paralelas. No método tradicional, os toletes eram transportados de uma área apenas de mudas até áreas onde seriam cultivadas.

Atualmente, dos 22 mil hectares que o Grupo Colombo planta por safra, 50% já são por “meiosi”, 35% da forma manual tradicional e 15% ainda são feitos com máquinas.

A “meiosi” também é uma das técnicas que o Grupo São Martinho, dono de quatro usinas, tem adotado em suas lavouras e que implicou a redução do uso de plantadoras, que até três safras atrás eram a única forma de plantio no grupo. “Esse método economiza com o transporte que se fazia da muda do viveiro até o campo e ainda garante muda de qualidade no local”, destaca Mario Gandini, diretor agrícola e de tecnologia.

O processo em curso na companhia é ainda mais complexo. O grupo passou a cultivar mudas pré-brotadas de cana em viveiro — 1 hectare de mudas permite o plantio de linhas-mãe que, somadas, alcançam 40 hectares. Como as plantas dessas linhas-mãe serão “deitadas” nas linhas paralelas ao crescer (cerca de 12 linhas para cada linha-mãe ), são alcançados 500 hectares de área plantada com cana a partir de apenas 1 hectare de mudas do viveiro.

Com o plantio mecanizado, 1 hectare de muda rende uma área plantada de cana para a safra de apenas 4 hectares. “Esses 496 hectares de diferença agora são voltados para a cana que depois é cortada e processada”, diz Fabio Venturelli, CEO da São Martinho. Hoje, essa associação das técnicas de mudas pré-brotadas com “meiosi” é adotada em 60% da área reservada para plantio nas lavouras das usinas da companhia.

Processo semelhante ocorre na Cocal, dona de duas usinas no interior paulista. Segundo Gilson Christofoleti Junior, diretor agrícola da empresa, a “meiosi”, além de ser econômica, garante que as mudas alcancem “idade adequada e maior vigor” e reduz o consumo de diesel no transporte. Como a São Martinho, a Cocal também implantou uma biofábrica de mudas pré-brotadas.

No segmento de máquinas agrícolas, a percepção é que a “desmecanização” do plantio é um fenômeno limitado. “No balanço de mudas, de fato o manual é melhor, mas no custo total, com a mão-de-obra, a plantadora ganha. O plantio mecanizado deve prevalecer”, afirma Silvio Campos, diretor de marketing de produto da Case IH.

Porém, quem já começou a substituição tem planos de expansão. No Grupo São Martinho, a “meiosi” está mais presente nas usinas São Martinho e Santa Cruz, no interior paulista, e tem espaço para crescer nas usinas Iracema, também em São Paulo, e Bela Vista, em Goiás. No Grupo Colombo, a meta é expandir a “meiosi” dos atuais 50% para 70% da área. “Esse crescimento vai continuar no setor até haver uma ferramenta que dê plantio confiável e com baixo gasto de muda”, diz o diretor Lucas Lopes.

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Fonte: Valor Econômico

Grãos e Grandes Culturas

13. Trégua sino-americana sustenta preços da soja

A expectativa de que o conflito comercial entre China e EUA esteja chegando ao fim deu fôlego às cotações de soja e algodão nas bolsas americanas. Mesmo diante da forte pressão "baixista" exercida pelo petróleo, as duas commodities se valorizaram no pregão de ontem.

A evolução das negociações entre Washington e Pequim foi anunciada no domingo, com o adiamento da aplicação, pelos EUA, de sobretaxas às importações de produtos chineses. Inicialmente, as tarifas entrariam em vigor no dia 1º de março.

Como parte das tratativas comerciais, a China se comprometeu a comprar mais 10 milhões de toneladas de soja americana. Ontem, o presidente americano Donald Trump afirmou estar "esperançoso" com um acordo comercial com Pequim.

Amparadas pelo otimismo, as cotações de soja na bolsa de Chicago fecharam no campo positivo. Os papéis com vencimento em maio, os mais negociados, subiram 1,25 centavo de dólar, cotados a US$ 9,25 por bushel. No caso do algodão, os papéis para maio subiram 9 pontos na bolsa de Nova York, para 73,10 centavos de dólar por libra-peso.

O otimismo do mercado foi, contudo, limitado. Na avaliação da consultoria ARC Mercosul, a retórica comercial entre os dois gigantes do comércio precisa de dados mais concretos. "A gente já teve notícias assim, mas precisamos mesmo de confirmação das compras pela China", disse o analista da ARC, Tarso Veloso.

Afora as negociações entre EUA e China, a divulgação de dados americanos de exportação de soja contribuiu para a alta na bolsa de Chicago. Na semana encerrada no dia 21 de fevereiro, os americanos exportaram 1,3 milhão de toneladas de soja, uma aumento semanal de 31,3%, de acordo com informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Na contramão da soja, as cotações do milho caíram ontem devido à frustração com os dados de exportação dos EUA. Os contratos para maio recuaram 4,5 centavos de dólar, a US$ 3,80 o bushel. Segundo o USDA, foram embarcadas 751,3 mil toneladas de milho na semana encerrada em 21 de fevereiro, queda de 20% ante a semana anterior. A expectativa para os embarques variava de 800 mil a 1 milhão de toneladas, segundo a Safras & Mercado.

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Fonte: Valor Econômico

14. Paraná pode perder 2º lugar na produção de soja para o RS

O clima seco e quente dos últimos meses poderá fazer o Paraná perder para o Rio Grande do Sul o posto de segundo maior Estado produtor de soja do país nesta safra 2018/19 - a colheita é liderada por Mato Grosso. Segundo as mais recentes estimativas divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por causa das intempéries a produção paranaense deverá cair 10% em relação ao cilo 2017/18, para 17,3 milhões de toneladas.

No Rio Grande do Sul, o volume está projetado em 18,7 milhões de toneladas, um aumento de 9%, enquanto a folgada liderança mato-grossense deverá ser mantida com 32,1 milhões de toneladas, mesmo patamar da temporada anterior. No total, em boa medida graças à quebra no Paraná, a colheita nacional deverá somar 115,3 milhões de toneladas, uma queda de 3,3% na comparação com 2017/18. Será a primeira baixa desde 2015/16.

A escassez hídrica e o calor excessivo de dezembro já haviam prejudicado a produção das lavouras de ciclo precoce no Paraná e provocado quebras expressivas na região oeste, responsável por cerca de 20% da produção estadual. As chuvas voltaram em janeiro, mas permaneceram irregulares e o calor não deu trégua. O resultado foi a queda da produtividade também das plantações cultivadas com sementes de ciclo mais tardio.

Na quinta-feira passada, o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura do Paraná cortou mais uma vez sua estimativa para a colheita no Estado, desta feira em 504 mil toneladas. Com isso, o volume passou a ser calculado pelo Deral em 16,4 milhões de toneladas, 15% abaixo de 2017/18 - 900 mil a menos que o estimado pela Conab até agora, sinal de que a estatal também deverá promover novos ajustes para baixo.

Assim, a colheita de soja do Paraná poderá, pela primeira vez desde a safra 1994/95, ser menor que a do Rio Grande do Sul, embora esta também continue passível de correções negativas.

No último levantamento que divulgou, a Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (Farsul) reduziu sua projeção para a safra do Estado em 1 milhão de toneladas, para 17,6 milhões, 1,1 milhão abaixo do patamar calculado pela Conab mas acima da estimativa do Deral para o Paraná.

De acordo com Marcelo Garrido, economista do Deral, nas lavouras de plantio precoce do oeste do Paraná houve perdas de cerca de 27% da produção prevista inicialmente. "As perdas nessa região chegam a 1 milhão de toneladas", afirmou. Também houve problemas significativas no norte paranaense. "As lavouras mais tardias também sofreram o calor e as chuvas foram 'manchadas' em janeiro", disse ele. No norte, que representa em torno de 30% da colheita estadual, as perdas deverão chegar a 800 mil toneladas.

No total, as perdas calculadas pelo Deral chegam a 3,2 milhões de toneladas. De acordo com Garrido, também houve quebras registradas no centro-oeste do Paraná (25%) e no noroeste (34%). A produtividade média da safra foi revisada de 3.108 quilos por hectare para 3.012 quilos.

Em entrevista recente ao Valor, José Aroldo Gallassini, presidente da Coamo, cooperativa com sede em Campo Mourão (PR), estimou em 40% a quebra da produção de soja dos associados do grupo no oeste paranaense. No noroeste, as perdas dos cooperados foram de 30%, e no total a frustração de safra da Coamo deverá atingir 20%.

Há cooperativas que tiveram mais "sorte". Entre os associados da Coopavel, com sede em Cascavel, as perdas são de entre 12% e 14%. "Perdemos produção. Nunca teve tanto calor na região. Mas, na média, ficamos bem", disse o presidente da cooperativa, Dilvo Grolli.

De acordo com ele, após a segunda quinzena de dezembro as chuvas voltaram a dar o ar da graça na área dos associados da cooperativa e não pararam mais.

Conforme o Deral, até quinta-feira a colheita foi concluída em 42% dos 5,429 milhões de hectares plantados no Paraná em 2018/19 foram colhidos. E 67% das plantas que ainda estavam nos campos apresentavam boas condições de desenvolvimento - 28% estavam em condições médias e 5% em condições ruins.

O levantamento do Deral mostra que 51% das lavouras estão na fase de maturação, 45% em frutificação e 4% em floração. "Ainda falta colher bastante, mas o pior já passou. Não acredito que perdas mais significativas ainda sejam registradas", ponderou Garrido, do Deral.

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Fonte: Valor Econômico

15. IGC eleva estimativa para produção mundial de grãos

A partir de uma revisão em suas estimativas para produção e estoques chineses, principalmente de milho, o Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) elevou suas projeções para a colheita de grãos e cereais nesta safra 2018/19.

O novo cálculo aponta agora para 2,12 bilhões de toneladas, 1,5% mais que o previsto em janeiro mas volume ainda 1% inferior ao do cilo 2017/18. O consumo passou a ser previsto em 2,17 bilhões de toneladas, altas de 1,7% ante o mês passado e de 1% frente à temporada anterior.

Os estoques finais agora são dimensionados em 593 milhões de toneladas ante 566 milhões em janeiro e 646 milhões no fim de 2017/18. Com isso, a relação oferta e demanda fica em 27,3%, a mais apertada desde 2014/15, diz o IGC.

A estimativa para a colheita mundial de milho aumentou em 33 milhões de toneladas e passou a 1,11 bilhão. Apesar de os números na China terem crescido, o conselho informou ter cortado a projeção para a produção dos EUA.

O incremento no quadro do milho foi parcialmente compensado pela queda da expectatova para a colheita de soja na temporada, principalmente devido a um corte na produção do Brasil. Agora o IGC projeta 358 milhões para a oleaginosa em 2018/19, 5 milhões a menos que o projetado no mês passado.

A previsão para o trigo também caiu 2 milhões de toneladas, para 735 milhões, enquanto a estimativa para o arroz subiu de 488 milhões para 495 milhões de toneladas.

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Fonte: Valor Econômico

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