Clipping Agribusiness | 27 de junho
- Por: Juliane
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Conjuntura do Agronegócio
1. Tereza Cristina defende, na UE, segurança dos produtos brasileiros
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, defendeu em sua primeira viagem a Bruxelas, sede da União Europeia, que os produtos exportados pelo Brasil são seguros. Ela se reuniu hoje com o comissário da direção-geral de Saúde e Segurança Alimentar da Comissão Europeia, Vyteni Andriukaitis.
Há pouco mais de um ano, o bloco europeu barrou totalmente as compras de pescados e vetou a entrada em seu mercado de carne de frango produzida em 20 frigoríficos brasileiros. A decisão da UE foi adotada depois das operações Carne Fraca e Trapaça.
“Reforçamos aos nossos parceiros que estamos seguros quanto à qualidade de nossos produtos exportados, inclusive para a União Europeia”, disse Tereza em sua conta no Twitter.
Já Andriukaitis destacou, na mesma rede social, ser importante que Brasil e UE mantenham o diálogo em questões de segurança dos alimentos.
Durante a conversa dos dois, porém, não houve qualquer promessa do bloco de enviar uma missão sanitária ao Brasil para inspecionar plantas de carne de frango e fábricas de pescado, procedimento necessário para a reabertura de seu mercado.
Segundo uma fonte europeia, “a troca técnica entre a UE e o Brasil continuará até que as garantias e ações corretivas do Ministério da Agricultura do Brasil satisfaçam a UE. Quando isso acontecer serão enviadas as missões de auditoria”, destacou a fonte.
Uma fonte do Ministério da Agricultura, por sua vez, afirmou que o objetivo principal do encontro de Tereza Cristina e Andriukaitis foi criar um ambiente mais amigável para dissipar as “muitas desconfianças” dos europeus em relação ao Brasil desde a Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal em março de 2017 para investigar casos de corrupção entre fiscais agropecuários e funcionários de frigoríficos.
“A ministra foi dizer que o cenário político mudou no Brasil e retomar as tratativas para voltarmos a exportar pescado e destravar o comércio para frangos”, disse a fonte.
Em recente audiência pública na Câmara, Tereza Cristina chegou a dizer que a UE “tem má vontade com o Brasil”, mas que estava sendo feito um “esforço danado” pelo Ministério da Agricultura para encerrar os embargos.
A ministra está desde ontem em Bruxelas, onde permanece até sexta-feira para reuniões ministeriais no âmbito do acordo de livre comércio entre Mercosul e UE.
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Fonte: Valor Econômico
2. Alcolumbre rejeita parte da MP sobre demarcação de terras indígenas
O presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), anunciou no fim da tarde desta terça-feira (25) que decidiu devolver à Presidência da República a Medida Provisória 886, editada pelo presidente Jair Bolsonaro, que buscava devolver ao Ministério da Agricultura a competência de demarcar terras indígenas. A decisão acontece após o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), também suspender a tramitação da MP.
Na prática, isso faz com que a demarcação continue a ser uma atividade exclusiva da Fundação Nacional do Índio (Funai), vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Alcolumbre justificou que a MP representou “grave ofensa” à Constituição Federal.
“As modificações que foram introduzidas pela MP 886 são as mesmas que estavam contidas na MP 870 e que foram rejeitadas pelo Congresso Nacional, qual seja, a de atribuir a demarcação de terras indígenas ao Ministério da Agricultura. Havendo sido incluída nova disposição neste sentido, quando este Congresso já havia se manifestado no sentido de mantê-las no Ministério da Justiça e Segurança Pública, promoveu-se grave ofensa ao texto constitucional [...]”, justificou Alcolumbre.
Na sexta-feira, quando a MP reeditada foi publicada no “Diário Oficial da União”, Bolsonaro negou ter desrespeitado o Congresso Nacional, mas disse que, “na ponta da linha, quem demarca terra indígena é o presidente da República, via decreto”.
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Fonte: Valor Econômico
3. Senado aprova posse de arma em toda propriedade rural
Na esteira da polêmica do governo com os seguidos decretos relativos à aquisição de armas, o Senado aprovou o projeto, de autoria do senador Marcos Rogério (DEM-RO), que estende a posse de armas na zona rural para toda a área da propriedade e não apenas para o perímetro da residência em si. A matéria segue para a Câmara dos Deputados.
O projeto altera o Estatuto do Desarmamento, de 2003, e estabelece o que está sendo chamado informalmente de “posse estendida”. Isso porque, atualmente, a lei diz que o proprietário de arma, que possua certificado de posse, pode estar com seu revólver ou carabina exclusivamente “no interior de sua residência ou domicílio”. O projeto redefine esse conceito. No caso das zonas rurais, a legislação passa a considerar como residência ou domicílio “toda a extensão do respectivo imóvel rural”.
Na prática, a proposta atende a uma demanda antiga de fazendeiros e da bancada ruralista do Congresso Nacional. O argumento é que a posse estendida garante que esses cidadãos possam fazer a defesa de toda a extensão de suas propriedades.
O relator da proposta, senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), referendou o teor da matéria. “A proposição é conveniente e necessária. O morador rural, por viver em áreas remotas, não tem a mesma proteção que o Estado busca oferecer a quem mora nos grandes centros urbanos. Por estar mais vulnerável, o morador do campo precisa, não só na sede, mas em qualquer ponto de sua propriedade, de meios para se defender dos inúmeros riscos a que está exposto, como roubo de animais, roubo de máquinas e roubo de safra”, escreveu na justificação.
Vieira reforçou também que, com a aprovação do projeto, os proprietários rurais não ficarão ameaçados de serem presos por porte ilegal de arma. “Ele (fazendeiro) pode, ainda, ser atacado num quintal, numa plantação, num curral, num galpão, enfim, em qualquer espaço de sua propriedade. Assim, nada mais justo do que garantir ao morador rural a posse de arma de fogo em toda a extensão de seu imóvel, para que possa exercer o direito à legítima defesa e ao desforço imediato, sem a ameaça de ser preso por porte ilegal de arma de fogo”, afirmou.
Maiores de 21 anos
Depois de aprovar a extensão da posse de armas na zona rural para toda a área da propriedade, o Senado aprovou outra medida sobre o tema. Por 38 votos a 4, os parlamentares deram aval para a aquisição de uma arma de fogo para maiores de 21 anos que morem nestas áreas. Antes, a idade necessária era de 25 anos.
Relator da proposta, o senador Sérgio Petecão (PSD-AC) justificou, em seu parecer, que os residentes em áreas rurais estão afastados da abrangência de rotas de policiamento. “Isso faz com que suas famílias fiquem à mercê de eventuais criminosos ou até mesmo de animais silvestres, estando, portanto, desprovidas de meios de defesa de sua propriedade ou de sua vida”, apontou.
Os interessados em ter a posse têm de apresentar documento de identificação pessoal, comprovante de moradia em área rural e atestado de bons antecedentes.
A proposta segue para apreciação na Câmara dos Deputados.
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Fonte: Valor Econômico
Insumos
4. Ministério da Agricultura autoriza uso de mais 42 agrotóxicos
O Ministério da Agricultura autorizou o registro de mais 42 agrotóxicos no país, listados na edição de hoje do Diário Oficial da União (DOU). Segundo a Pasta, apenas um deles é um ingrediente novo, enquanto os demais são genéricos cuja formulação já existe em outros produtos do mercado. Com esses registros, o número de produtos autorizados desde o início do ano chegou a 211.
A novidade autorizada hoje é à base do ingrediente ativo Florpirauxifen-benzil, usado contra ervas daninhas, é o primeiro ingrediente ativo totalmente inédito aprovado neste ano, e poderá ser aplicado em laovuras de arroz. O produto final ainda está em fase de análise nos órgãos federais envolvidos, com previsão de finalização nas próximas semanas. Segundo o ministério, esse ingrediente ganhou o prêmio de química verde em 2018.
Dos agrotóxicos registrados hoje, 29 são “produtos técnicos equivalentes”, ou seja, genéricos de princípios ativos já autorizados no país para uso industrial. Outros 12 (dez químicos e dois microbiológicos) são genéricos que já estão prontos para serem usados no controle de pragas na agricultura brasileira.
Mais seis ingredientes ativos que hoje são comercializados por apenas uma empresa também devem ter genéricos registrados “nos próximos meses”, adiantou o ministério.
Segundo o governo, a aprovação de produtos genéricos reduz o custo de produção de alimentos.
“As aprovações de novos produtos técnicos equivalentes significam que novas fábricas estão autorizadas a fornecer ingredientes ativos para fabricação dos produtos formulados que já estão registrados, possibilitando um aumento na concorrência no fornecimento industrial destas substâncias”, afirma o Coordenador-Geral de Agrotóxicos e Afins da Secretaria de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Carlos Venâncio, em comunicado.
A Pasta voltou a informar que o processo de registro de agrotóxicos está mais rápido por causa de medidas de desburocratização implementadas nos órgãos de aprovação, especialmente na Anvisa, que mudou seus processos em 2015.
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Fonte: Valor Econômico
5. Polinutri reorganiza gestão para diminuir ociosidade industrial
A Polinutri, empresa de nutrição animal com sede em Osasco (SP), iniciou uma reorganização da gestão e da estratégia operacional para reduzir a ociosidade da fábrica de ração de Treze Tílias, no oeste de Santa Catarina.
Inaugurada em 2011 com foco no fornecimento de produtos para granjeiros independentes de frangos e suínos, a fábrica produz menos de 50% da capacidade total, afirmou o presidente da Polinutri, Paulo Roberto de Andrade. "O retorno do investimento não é maravilhoso", reconheceu o executivo, que não descarta a entrada de um sócio estratégico no capital da empresa paulista.
No ano passado, a Polinutri ficou no vermelho. Conforme o último balanço financeiro, disponível no acervo do Valor Data, a companhia encerrou 2018 com um prejuízo líquido de R$ 4,1 milhões. No ano anterior, a companhia de nutrição animal reportou lucro de quase R$ 7 milhões.
Engenheiro químico com passagem por multinacionais como Nestlé e Unilever, Andrade é novato na Polinutri. Após deixar em fevereiro o comando da Pif Paf, empresa mineira de produtos à base de carnes suína e de frango, o executivo assumiu a companhia de nutrição animal para liderar o processo de profissionalização e ampliar as vendas. No ano passado, a Polinutri reportou receita líquida de quase R$ 300 milhões. Para 2019, a expectativa do executivo é atingir R$ 320 milhões.
Fundada em 1989, a Polinutri nunca teve um executivo de fora do grupo de fundadores - Julio Flavio Neves, José Leandro Bruzeguez e Lúcio Hakim (já falecido) - no comando. Andrade é o primeiro. "Os sócios vão para o conselho e assim terão mais liberdade para cobrar", afirmou o executivo, argumentando que, quando os donos de um negócio estão à frente da gestão, não há quem cobrar por melhores resultados.
Com a chegada de Andrade, que está à frente da companhia desde março, os sócios da Poli-Nutri devem cobrar, sobretudo, a redução da ociosidade. De acordo com o executivo, a ocupação total da capacidade da fábrica de Treze Tílias - que é capaz de produzir 6,5 mil toneladas por mês, embora produza hoje apenas 2 mil mensalmente - permitirá o rápido crescimento da Polinutri. "Podemos chegar tranquilamente aos R$ 500 milhões de faturamento", assegurou o executivo.
A intenção da Polinutri é atingir esse nível de faturamento em até três anos, segundo Andrade. Para tanto, a companhia terá de investir mais na oferta de serviços aos clientes, algo que praticamente não faz, disse o executivo.
A avaliação do presidente da Polinutri é que, ao oferecer aos granjeiros consultorias que os ajudem a medir a rentabilidade da propriedade rural, a companhia pode fidelizar os clientes, deixando de ser refém da "guerra de preços" que é comum ao mercado de nutrição animal, ainda muito pulverizado. "Nosso produto é mais caro que o da concorrência regional, mas dá maior rendimento de carne", afirmou.
Do ponto de vista fabril, o principal desafio é mesmo a planta de Santa Catarina. Nas outras duas fábricas, em Maringá (PR) e Eusébio (CE), a utilização de capacidade é adequada, disse.
Ao todo, a empresa tem capacidade para produzir 20 mil toneladas de produtos - somando ração pronta e pré-mistura de vitaminas e minerais (premixes), conforme dados divulgados em 2014 por Júlio Neves, um dos fundadores da Polinutri, em entrevista concedida na ocasião ao Valor.
Atualmente, a empresa obtém cerca de 70% do faturamento com a venda de pré-misturas de vitaminas e minerais, de acordo com Andrade. O restante vem de rações prontas, especialmente para peixes e camarões. Como um todo, as vendas de produtos para alimentação de frango representam em torno de 30% das vendas da Polinutri. As vendas para suínos também rendem um percentual semelhante, segundo o presidente da empresa.
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Fonte: Valo Econômico
6. Alta de juro redireciona subsídios a produtores
Devido ao aumento das taxas de juros do Plano Safra, que entra em vigor em 1º de julho, um número maior de produtores - sobretudo os pequenos - terá acesso a crédito rural com algum tipo de subsídio do Tesouro Nacional.
Conforme levantamento do Ministério da Agricultura feito a pedido do Valor, da oferta total de R$ 222,7 bilhões em crédito do Plano Safra 2019/20, R$ 68 bilhões contará com algum subsídio. Trata-se de um aumento de 13% sobre a oferta de crédito que teve alguma parcela de equalização de juros pelo governo na atual safra (2018/19).
Na prática, o governo equalizará mais operações de crédito rural com um montante semelhante - cerca de R$ 10 bilhões - ao reservado para a temporada agrícola que se encerrará em 30 de junho.
Isso ocorre porque, com o aumento das taxas de juros do crédito rural, o percentual de subsídios de cada contrato de financiamento diminui. Nas linhas de financiamento de custeio a grandes produtores - com faturamento acima de R$ 2 milhões -, a taxa de juros do Plano Safra será de 8% ao ano, ante 7% neste ciclo 2018/19.
"Como a taxa de juros subiu, o percentual que o governo tem que equalizar em cada operação diminui e isso possibilita equalizar um maior número de operações", afirmou o subsecretário de Política Agrícola do Ministério da Economia, Rogério Boueri.
Nesse cenário de dispersão dos subsídios, os pequenos produtores receberão a maior parte dos recurso com algum tipo de equalização de juros. Segundo o Ministério da Agricultura, pela primeira vez os produtores que se enquadram no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) contarão com mais subsídios em seus financiamentos do que a chamada agricultura empresarial.
Na Plano Safra 2019/20, mais da metade dos R$ 9,8 bilhões em subsídios que o governo vai injetar no crédito rural (50,5%) será destinada para equalizar as taxas de juros das linhas do Pronaf. No atual ciclo (2018/19), essa participação foi de 44%. Em contrapartida, os gastos para equalizar a taxa dos financiamentos para a agricultura empresarial vão cair de 56% para 49,5%.
Na próxima semana, o governo deve editar uma medida provisória para prever que, a partir da safra 2020/21, os bancos privados também tenham acesso aos recursos de equalização de juros de crédito rural. Atualmente, somente o Banco do Brasil (BB) e os bancos cooperativos tem essa possibilidade.
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Fonte: Valo Econômico
Proteína Animal
7. JBS paga dívida e normaliza relação com bancos
Dois anos após o acordo que fez com bancos no Brasil para preservar linhas de crédito em meio à crise provocada pela delação premiada dos irmãos Joesley e Wesley Batista, a JBS pagou mais de R$ 13 bilhões em dívidas bancárias no país, reduzindo esse tipo de débito para aproximadamente R$ 8,7 bilhões.
Intensificados no primeiro semestre, os pagamentos realizados já podem viabilizar a liberação das garantias de crédito (estoques, ativos biológicos e recebíveis) dadas pela JBS e a extinção do acordo com as instituições financeiras. Na semana passada, a empresa anunciou ao mercado o pagamento antecipado de US$ 700 milhões (R$ 2,7 bilhões), quitando dívidas com a Caixa Econômica Federal.
Na prática, o relacionamento da companhia com os bancos volta à normalidade, uma evolução significativa na comparação com o quadro delicado logo após a delação.
Em julho de 2017, quando firmou o primeiro acordo, a companhia evitou uma crise de liquidez que poderia inviabilizar suas operações. À época, 30% do endividamento total de R$ 61,6 bilhões vencia no curto prazo (em até 12 meses). A maior parte dos débitos se referia a linhas de crédito de financiamento às exportações.
Desde o primeiro acordo, o perfil das dívidas da JBS melhorou sensivelmente. Em 31 de março deste ano (último dado disponível), a dívida bruta da companhia totalizava US$ 14,4 bilhões (o equivalente a R$ 56,1 bilhões). Do total, somente US$ 797 milhões (R$ 3,1 bilhões) vence em até doze meses. Ou seja, o passivo de curto prazo representa só 5,5% do total. Nesse período, o índice de alavancagem da JBS (relação entre dívida líquida e Ebitda) recuou de 4,2 vezes para 3,2 vezes.
A negociação com os bancos no Brasil teve duas fases. Em julho de 2017, auge da crise, diversos bancos se comprometeram a preservar R$ 20,4 bilhões em linhas de crédito por um ano. Em contrapartida, a empresa aceitou amortizar 2,5% do principal trimestralmente e destinar 80% dos recursos oriundos da venda de ativos (Moy Park, Five Rivers, participação na Vigor e fazendas) - a empresa angariou R$ 4,7 bilhões com a venda desses ativos.
A segunda fase ocorreu em maio de 2018, quando a empresa garantiu, por três anos, a manutenção de linhas de R$ 12,2 bilhões. Neste caso, a contrapartida foi a amortização de 25% do principal até 2021, o que foi atingido antecipadamente.
Ao Valor, o vice-presidente de finanças e de relações com investidores da JBS, Guilherme Cavalcanti, disse que o bom momento da empresa - os negócios nos EUA geram muito caixa - deve permitir o pagamento antecipado de mais dívidas que fazem parte do acordo com os bancos no Brasil.
Da dívida bancária de R$ 8,7 bilhões da JBS no país, R$ 6,6 bilhões faz parte do acordo - são débitos com o Santander, Banco do Brasil, Banco da China e Bradesco. "A companhia está gerando fluxo de caixa e vai continuar gerando. Vou pagando com fluxo de caixa e, em algum momento, posso emitir um bond e pago o resto", afirmou ele.
Formalmente, a JBS já poderia extinguir o acordo e negociar as condições das linhas de crédito com cada banco separadamente. Mas isso só ocorrerá se as instituições oferecerem "boas propostas", com prazo de vencimentos mais longos, disse Cavalcanti. Ao Valor, fonte próxima a uma instituição financeira disse que a discussão a respeito da extinção do acordo da JBS com os bancos perdeu relevância, já que a empresa está acelerando o pagamento de suas dívidas.
Para Cavalcanti, o alongamento do prazo de vencimento das dívidas não é o único objetivo. De acordo com ele, ainda há espaço para uma redução importante da taxa média de juros paga pela JBS, o que tem potencial para reduzir as despesas financeiras anuais em pelo menos US$ 200 milhões.
Notícia na ítnegra
Fonte: Valor Econômico
8. Suspensão de compra de carne suína do Canadá pela China pode beneficiar os EUA
A suspensão das exportações de carne suína canadense para a China pode elevar a demanda do país asiático pelo produto norte-americano, segundo analistas do setor de proteína.
Na terça-feira (25/6), o Canadá suspendeu todas as exportações de carne suína para a China, após recomendação do governo chinês, que alega fraudes nos certificados emitidos do produto. "No longo prazo, a medida pode resultar em maior demanda por carne suína dos EUA, mesmo com as tarifas atuais", observa o consultor independente Simon Quilty, citando a necessidade de abastecimento do país asiático.
Já outros analistas apontam que exportadores norte-americanos de carne suína estão céticos quanto ao possível incremento na demanda externa pela commodity. Nesta tarde, os futuros de suínos negociados na Bolsa Mercantil de Chicago (CME, na sigla em inglês) operam em queda de 0,5%.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural
9. Ministério intensifica vigilância para evitar entrada da peste suína africana
O Ministério da Agricultura disse ter intensificado a vigilância para evitar o ingresso da peste suína africana (PSA) no País, com a distribuição de material informativo sobre a doença. De acordo com o Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), em nota, foram distribuídos 88 banners para aeroportos e portos de fronteira para alertar o viajante, sendo 44 em português e 44 em inglês. No Brasil, a PSA foi erradicada em 5 de dezembro de 1984 e o país foi declarado área livre da doença.
"Além disso, os aeroportos também emitem alertas sonoros para os passageiros. Aqueles que visitaram fazendas, zoológicos, feiras agropecuárias, áreas rurais ou outros locais com presença de suínos ou javalis, ou que trazem produtos de origem suína, devem procurar o balcão da Vigiagro antes de deixar a área de desembarque."
A peste suína africana é uma doença viral, não oferece risco à saúde humana, não sendo transmitida ao homem, mas pode dizimar plantéis de suínos.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural
Agroenergia
10. Goiás pode estar prestes a se tornar polo na produção do etanol de milho
Um dos maiores produtores nacionais de etanol de cana-de-açúcar, Goiás deve se tornar também polo na produção do combustível derivado do milho. Para isto, estão previstos dois investimentos grandes no Estado: da usina São Martinho, de R$ 350 milhões em Quirinópolis, e da VMG Bioenergia e Agronegócio, de R$ 550 milhões em Jataí.
Assim, apenas estes dois investimentos somarão quase R$ 1 bilhão. Falta ainda o governo estadual oficializar a concessão dos incentivos fiscais para as empresas.
A São Martinho S.A. assinou protocolo de intenção para construir uma nova planta ao lado da sua usina Boa Vista, em Quirinópolis, com capacidade de produção anual de até 200 milhões de litros de etanol hidratado. O investimento, de R$ 350 milhões, contempla instalações industriais, armazenagem e capital de giro.
A empresa afirma, entretanto, que a assinatura do protocolo de investimentos com o Estado não significa a confirmação do investimento. Ele apenas formaliza a intenção da São Martinho em ampliar suas atividades em Goiás, que estão atreladas a alguns compromissos do Estado e do município, como a concessão dos benefícios fiscais.
Por sua vez, a alta produção de milho em Goiás foi o que chamou atenção da VMG Bioenergia e Agronegócio para investir R$ 550 milhões em uma nova usina de etanol em Jataí. A empresa já possui uma unidade de produção de óleo de milho e de bioenergia. “Isso nos motivou a trabalhar com o etanol de milho, que vem sendo bem promissor”, diz o diretor do grupo empresarial, Emerson de Oliveira.
A VMG já produz dois tipos de etanol de milho: um para a uso de veículos automotores e outro específico para indústrias de cosméticos, farmacêuticas, bebidas finas, álcool gel, entre outros usos.
Potencial para o etanol de milho
O Brasil é o maior consumidor de etanol do mundo, depois dos Estados Unidos. A produção do combustível com o processamento do milho no Brasil é crescente e tem ganhado espaço ao lado do etanol de cana. Ambas atendem demandas de todo o País, com o volume de etanol de milho devendo ultrapassar a marca de 1 bilhão de litros nesta temporada.
Com relação à qualidade para o consumidor, não há diferença entre etanol produzido a partir de milho ou de cana-de-açúcar. As diferenças estão ligadas aos custos e ao tempo de produção, que variam em cada cultura.
“Não temos nenhuma preocupação com relação à produção de etanol a partir do milho, uma vez que deve atender as mesmas especificações do etanol de cana, seja para carburantes ou outros destinos. O que não pode haver é política de incentivo diferente em detrimento de outro”, disse o diretor da União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Antonio de Padua Rodrigues. “Os dois vão conviver naturalmente, ajudando o Brasil a diminuir importação de gasolina”, frisou.
Por sua vez, o presidente da União Nacional do Etanol de Milho (Unem), Ricardo Tomczyk, diz que, com a expansão da produção do biocombustível de milho, será possível atender parte da demanda por etanol, mas não a totalidade. Ele leva em consideração as previsões que indicam uma demanda adicional de mais 20 milhões de litros nos próximos 10 anos e implica que será necessário também um crescimento do setor de cana-de-açúcar.
Assim, a produção de etanol a partir do milho é competitiva, mas não deve substituir a cana, sendo apenas mais uma opção no mercado brasileiro. Inclusive, alguns dos produtores de etanol de cana podem utilizar a mesma estrutura para produzir a partir de cana ou milho – que são as chamadas flex. Entretanto, é preciso fazer algumas adaptações.
Conforme Tomczyk, apesar das características similares e da facilidade de produção em usinas flex, a logística ainda é um gargalo para o etanol produzido no Centro-Oeste. De qualquer modo, para o produtor de grãos, o biocombustível representará uma maior diversificação de receitas, reduzindo riscos e contribuindo para a diversificação da economia do Centro-Oeste e a produção de grãos na região, superavitária na de milho.
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Fonte: O Hoje (GO)/NovaCana
11. Atvos, da Odebrechet, oferece “bônus sui generis” a seus executivos
Para evitar uma debandada geral na empresa após a decretação da recuperação judicial, a Atvos – braço sucroalcooleiro da Odebrecht – montou plano de retenção de seus executivos.
A proposta é um tanto sui generis para uma empresa em recuperação judicial – apesar de este tipo de ação não ser tão incomum assim. O executivo que se comprometer a ficar mais três anos na Atvos terá direito a um bônus significativo, independentemente da performance.
A tendência, ao que se apurou, é de muitos aceitarem.
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Fonte: O Estado de S. Paulo/NovaCana
12. CNPE aumenta meta de descarbonização do RenovaBio para 11% em 2029
Em 2029, os combustíveis consumidos pelos brasileiros poderão emitir, no máximo, 66,1 gramas de gás carbônico equivalente para cada megajoule de energia (gCO2eq/MJ). A nova meta da Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio) foi definida na tarde dessa segunda-feira (24) durante reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
O número representa uma redução de 11% em relação ao valor de referência de 74,25 gCO2eq/MJ, correspondente à intensidade de carbono média da matriz nacional de combustíveis em 2017.
Anteriormente, a meta de redução das emissões era de 10,1% sobre o valor de referência, o que colocava o teto de redução em 66,7 gCO2/MJ. A princípio, o processo de revisão deve se repetir anualmente.
Os valores devem auxiliar na definição das metas de compra de crédito de descarbonização (CBios), que tiveram consulta pública aberta pelo Ministério de Minas e Energia (MME) no final de abril. Uma vez definidos esses números, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) calculará as metas individuais das distribuidoras.
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Fonte: BiodieselBR/NovaCana
Grãos e Grandes Culturas
13. Estudo mapeia ação de tradings no Cerrado
Pela primeira vez, as maiores tradings de soja do mundo, incluindo as "ABCD", a chinesa Cofco e a americana Glencore, apresentaram dados sobre sua atuação nos 25 municípios do bioma Cerrado que mais sofreram com a expansão do cultivo de soja em áreas de vegetação nativa desde 2014. De acordo com dados de relatório divulgado pelo Soft Commodities Fórum (SCF) neste mês, o grão adquirido por essas companhias nesse conjunto de municípios em 2017 resultou do desmatamento de 90,2 mil hectares.
Quase toda essa área desmatada (88,5 mil hectares) está na região de Matopiba - confluência entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Dos 25 municípios considerados "críticos" quanto ao desmatamento do Cerrado provocado pela soja, 23 estão em um desses Estados. A produção de soja do Matopiba representa 12% da safra nacional, enquanto a do Mato Grosso, onde estão os outros dois municípios do grupo, responde por 25%. Mato Grosso, porém, é uma fronteira agrícola consolidada há mais tempo que o Matopiba, por isso menos municípios do Estado apresentaram desmatamentos críticos desde 2014, uma vez que o avanço da soja foi anterior.
Os municípios selecionados estão totalmente inseridos no bioma Cerrado, e neles o plantio de soja supera 5 mil hectares. Foi onde o cultivo do grão mais avançou sobre áreas de vegetação nativa após 2014, segundo dados da Agrosatélite e do PRODES, e onde há maior combinação de áreas de conversão para soja e presença das tradings pertencentes ao SCF. O Soft Commodities Fórum é uma plataforma ligada ao Conselho Empresarial Global para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD). Seus participantes - as americanas ADM, Bunge e Cargill, a francesa Louis Dreyfus Company, Glencore e Cofco - também compõem o Grupo de Trabalho do Cerrado (GTC).
O município em que, proporcionalmente, a expansão da área de soja em 2017 mais se deu sobre regiões que tinham vegetação nativa foi Mirador (BA), onde 30% da área plantada com a oleaginosa naquele ano se deu após desmatamento. Também se destacam as cidades de Pium (TO), Goiatins (TO) e Carolina (MA), nas quais a retirada de vegetação do Cerrado respondeu por 27%, 20% e 19% da área plantada com soja naquele ano, respectivamente.
No Matopiba, Tocantins tem a maior concentração de municípios considerados críticos no que se refere ao plantio de soja em áreas desmatadas. Dos 25 municípios, dez estão em território tocantinense. Dos demais, cinco estão na Bahia, quatro no Maranhão e quatro no Piauí.
Apesar de o Matopiba concentrar as áreas onde mais a soja está associada ao desmatamento do Cerrado, a retirada de vegetação nativa representou, na média dessas 25 cidades, apenas 4% da área plantada com o grão em 2017. Naquele ano, o cultivo alcançou 2,4 milhões de hectares. Ficaram abaixo dessa média sobretudo as cidades baianas do Matopiba: Formosa do Rio Preto, Correntina, Riachão das Neves, Jaborandi e São Desidério, além de Campos de Júlio (MT) e Ribeiro Gonçalves (PI).
Cada trading divulgou o peso desses 25 municípios no volume de soja adquirido no Cerrado e o quanto da soja que compra no Brasil vem do bioma. A Bunge é a que mais originou soja nesses 25 municípios dentro do volume total adquirido no país. Do montante originado em 2017 (direta e indiretamente), 15% veio dessas cidades. Em seguida ficaram Cargill (9%), ADM (7%), Cofco e Glencore (5%) e LDC (0,3%).
Dessas companhias, as únicas que informaram até o momento que estão direcionando recursos para ações contra o desmatamento foram Bunge e Cargill. A primeira lançou em 2018 um fundo de US$ 50 milhões em parceira com o Santander e a ONG The Nature Conservancy para financiar a expansão da soja sem desmatamento. No início do mês, a Cargill anunciou um fundo de US$ 30 milhões com o mesmo propósito.
Os dados do relatório compõem a primeira fotografia sobre a atuação das tradings nas regiões do Cerrado mais afetadas pelo desmatamento. A partir de agora, as companhias deverão divulgar números atualizados sobre esses 25 municípios a cada seis meses e em outras cidades que forem identificadas como prioridade.
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Fonte: Valor Econômico
14. Preço pago pela soja pode cair até 25% com fim da Lei Kandir, diz CNA
Os preços pagos aos produtores de soja de Sorriso, em Mato Grosso, e Cascavel, no Paraná, poderão cair 23% e 25,3% em um período de um ano, respectivamente, caso o Congresso decida extinguir a Lei Kandir, que desde 1996 zerou o ICMS sobre as exportações de commodities agrícolas no país. No caso da cana-de-açúcar, o trabalho aponta que os preços poderão recuar até R$ 10 por tonelada também em um ano, o que poderá provocar uma queda da margem dos produtores de 41,4%.
É o que aponta um estudo inédito conduzido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que avaliou eventuais impactos para o agronegócio brasileiro diante das ameaças de governos estaduais de taxar as exportações do setor para driblar a crise fiscal. O levantamento levou em conta a cobrança de uma alíquota de 17% de ICMS — há Estados que adotam tarifas máximas de até 18%.
O Congresso discute no momento, por exemplo, uma proposta de emenda à Constituição (PEC 42/2019), encabeçada pelo senador Antônio Anastasia (PSDB-MG), que põe fim à isenção de ICMS sobre os embarques de bens primários e semielaborados e prevê a cobrança do imposto sobre as exportações por meio de futura lei complementar. A proposta toma como base a dificuldade da União em ressarcir os governos estaduais nos últimos anos como compensação à renúncia causada pela Lei Kandir. “É chegada a hora de sepultarmos essa desoneração”, argumenta o senador na justificativa da PEC.
Além de Anastasia, outros 27 senadores — incluindo a ex-ministra da Agricultura, Kátia Abreu (PDT-TO), que também presidiu a CNA por oito anos — são co-autores da proposta.
“Não dá para falar que se acabar a Lei Kandir vamos voltar a ter déficit na balança comercial brasileira, mas com certeza o superávit será reduzido e deveremos ter desvalorização do real, queda de preços caírem e alta de insumos agropecuários”, diz Renato Conchon, coordenador do núcleo econômico da CNA e responsável pelo trabalho. “Os produtos brasileiros ficariam menos competitivos tanto no mercado interno quanto no externo com o fim da Lei”, acrescentou.
O estudo considera, ainda, que “as recentes (e recorrentes) iniciativas em revogar o dispositivo legal” da Lei Kandir levariam a uma “corrosão da rentabilidade, redução dos investimentos ou mesmo instabilidade jurídica (...) aos investidores”. E conclui que, com a possível extinção da lei, as vendas externas anuais de carne suína, celulose e melões frescos recuariam US$ 6,2 bilhões.
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Fonte: Valor Econômico
15. Associação prevê produção recorde de algodão em Mato Grosso do Sul
A Associação Sul-mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampasul) prevê colheita de 71 mil toneladas da pluma em 2018/19, em área 25% maior. Se confirmado, o volume superará o recorde de 2017/2018, de 58 mil toneladas.
"O avanço se deve ao plantio consorciado, avançando em áreas antes dedicadas a outras culturas, como soja, milho e pastagem", disse, em nota, o diretor executivo da Ampasul, Adão Hoffmann. "O emprego de tecnologias e o empenho do produtor rural também são diferenciais no setor."
Ainda conforme o comunicado, os números se referem às regiões centro-sul e centro-norte. A colheita na região centro-sul está finalizada. Já no centro-norte os trabalhos se estendem até o fim de agosto.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural