Conjuntura do Agronegócio

1. Atividade econômica cai em abril na Argentina

Na Argentina, a atividade econômica caiu 1,3% em abril deste ano, em relação ao mesmo mês do ano passado. No entanto, segundo os dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censo (Indec), houve crescimento de 0,8% ante março, com ajuste sazonal.

As boas perspectivas climáticas para a atual temporada agrícola, ao contrário do que ocorreu em 2018, quando uma seca afetou a colheita, “antecipam que a economia terá o impulso de uma colheita histórica, que se estenderá até julho”, disseram fontes do jornal “El Cronista”.

Além disso, em términos anuais, a queda de 1,3% da atividade econômica em abril deste ano é a menor desde o início da atual recessão argentina, iniciada em maio do ano passado.

“Isso é resultado principalmente da recuperação do setor agropecuário, por efeito da reversão da seca, mas também por menores quedas nos setores da indústria e da construção, que haviam sido muito atingidos pela volatilidade financeira do mês passado”, opinaram fontes do “Cronista”.

Para o Ministério da Fazenda argentino, os dados mostram que o país retomou o caminho em direção ao crescimento.

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Fonte: El Cronista/Valor Econômico

2. Heleno rebate Merkel: Não damos palpite sobre meio ambiente de ninguém

O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, considerou “muita coincidência” o questionamento feito pela chanceler alemã sobre a evolução do desmatamento na Amazônia. Merkel disse na quarta-feira que pretende ter uma “conversa clara” com o presidente brasileiro sobre o assunto.

Para Heleno, isso faz parte de uma estratégia para fazer o Brasil preservar a Amazônia, para ela depois ser explorada por estrangeiros. “Vir para cima do Brasil é muita coincidência, vir cobrar de um país como o Brasil a preservação do meio ambiente da gente”, disse Heleno em rápida entrevista em Osaka, na noite desta quinta pelo horário local, sem detalhar a que coincidência especificamente se referia.

O general disse que nunca teve dúvida de existir uma estratégia “de preservar o meio ambiente do Brasil para mais tarde eles (estrangeiros) explorarem”, com a ajuda de organizações não governamentais (ONGs) “sabidamente a serviço de governos estrangeiros”. “Falam de umas 100 mil (ongs), acho exagerado, o controle é muito dificil. Agora, que tem de limitar a atuação dessas ongs, tem.”

O general destacou que Bolsonaro “não vai aceitar determinadas reprimendas ao Brasil” e considera “totalmente injustas as críticas à politica de meio ambiente do Brasil”.

“Esses países que criticam? Vão procurar sua turma”, disse, acrescentando que o Brasil tem que procurar uma política ambiental que interessa ao país, para “que possamos aproveitar nossas riquezas sem prejudicar o meio ambiente”.

O que não deve acontecer, segundo Heleno, é país estrangeiro dar “palpite” no Brasil. “Nós não damos palpite em ninguém, não damos palpite no meio ambiente da Alemanha. Veja o que a Europa tinha de floresta no passado e hoje.”

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Fonte: Valor Econômico

3. PIB do agronegócio caiu 0,11% no 1º trimestre, apontam Cepea e CNA

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro apresentou retração de 0,11% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2018, segundo cálculos realizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Conforme o estudo, enquanto o ramo agrícola registrou baixa de 0,16%, o pecuário teve alta de 0,04%.

O segmento de insumos agrícolas seguiu impulsionado pelas indústrias de fertilizantes e de agrotóxicos. De acordo com pesquisadores do Cepea, no primeiro caso os maiores preços no primeiro trimestre de 2019 favoreceram o faturamento esperado para o ano e, no segundo, a produção esperada, significativamente maior, influenciou o resultado. No caso dos insumos pecuários, o aumento do PIB refletiu principalmente o comportamento da indústria de rações.

Ainda se verificou no primeiro trimestre pressão relacionada ao crescimento dos custos de produção no segmento primário, o que tem gerado queda do PIB do segmento, apesar das elevações verificadas em valor de produção.

Na agroindústria de base agrícola, a menor produção esperada para o ano pressionou os resultados. Já no caso da indústria de base pecuária, a renda do segmento esperada para o ano é pressionada pelo aumento nos custos de produção.

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Fonte: Valor Econômico

Insumos

4. ORO Agri investe em fábrica de biodefensivo contra o greening

A ORO Agri, que atua na área de tecnologia de aplicação de defensivos, planeja construir sua segunda fábrica no Brasil para produzir um novo biodefensivo que poderá ajudar os citricultores a controlar o greening, principal doença que ataca pomares de laranja no país e nos EUA.

Fundada em 2002 e adquirida por US$ 100 milhões, no ano passado, pelo grupo Omnia, também sul-africano, a ORO Agri chegou ao mercado brasileiro em 2008. Ergueu em Arapongas, no Paraná, sua quarta fábrica do mundo e cresceu no mercado de sulfactantes e nutrição das plantas.

Luís Carlos Cavalcante, gerente-geral da companhia na América do Sul, explica que os sulfactantes são produtos que melhoram tanto o espalhamento quanto a absorção da aplicação de defensivos nas lavouras. São o carro-chefe da ORO, que já fez quatro ampliações de sua fábrica para atender à crescente demanda.

Desde 2002, a empresa investiu US$ 12 milhões no país, na nova fábrica (US$ 4 milhões) e em pesquisa e desenvolvimento. O braço brasileiro faturou R$ 120 milhões em 2018 e, na segunda unidade, os aportes chegam a US$ 3 milhões.

Segundo Cavalcante, o novo biodefensivo, que não é de origem química, foi desenvolvido no Brasil a partir de dois extratos vegetais e age para desobstruir os vasos da planta contaminadas pelo greening. Com os vasos bloqueados pela bactéria, que se prolifera rapidamente, a árvore em geral morre.

"O controle do greening tem sido feito com o ataque ao vetor [o psilídeo, um inseto que transmite a doença]. O problema é que essa estratégia muitas vezes exige muitas aplicações de defensivos, o que pode gerar problemas de resíduos", diz. Cavalcante prevê que o biodefensivo começará a ser vendido em 2020.

A empresa também programa para o curto prazo o lançamento de um produto à base de óleo de casca de laranja voltado para a proteção de hortaliças e dois outros sulfactantes. Com a diversificação de portfólio, a ORO Agri espera quadruplicar seu faturamento no país.

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Fonte: Valor Econômico

5. Aumenta a concorrência nas vendas de insumos

O Brasil continuará a ser um dos maiores players do agronegócio mundial e, assim, um dos maiores mercados de insumos como sementes, fertilizantes e agrotóxicos. E nessa frente há mudanças - aceleradas - em curso. A disputa de mercado entre revendas e cooperativas está cada vez mais intensa, e os produtores, beneficiados pela concorrência, muitas vezes deixam a tradicional "fidelidade" de lado para fechar negócios melhores.

Estudo da consultoria Spark mostra que mesmo no Paraná, segundo maior produtor de grãos do país e Estado conhecido pela força do cooperativismo, as distribuidoras de insumos têm conquistado espaço. "O agricultor comprava apenas da cooperativa, mas passou a comprar parte do que precisa em revendas", afirmou André Dias, sócio-diretor da Spark.

Segundo o estudo da consultoria, 51% de vendas da ordem de US$ 1,3 bilhão de agrotóxicos para as culturas de soja, milho e trigo foram comercializados apenas por cooperativas no Paraná na safra 2016/17. Em 2017/18, quando essas vendas alcançaram US$ 1,7 bilhão, a participação caiu para 46%. Na mesma comparação, cresceu o "consórcio" entre cooperativa e revendas, cuja fatia nas vendas passou de 18% para 24%.

A paranaense Belagrícola, controlada pela chinesa Dakang International Food and Agriculture, é uma das revendas que estão avançando. Entre 2017 e 2018, seu faturamento saltou de R$ 2,5 bilhões para R$ 3,4 bilhões, e a empresa saiu de um prejuízo líquido de R$ 90 milhões para um lucro de R$ 100 milhões.

"Temos uma nova geração entrando e desafiando o 'status quo'. Essa geração procura novas formas de fazer negócios", afirma Flavio Andreo, presidente da Belagrícola. Segundo ele, o cliente hoje é bem menos fiel e mais aberto a experimentar alternativas. Nessa lógica, ganha quem oferecer o melhor serviço e o mais conveniente.

"É boa a perspectiva para as distribuidoras. Com mais escala, muitas vezes elas conseguem ser mais competitivas que as cooperativas. E isso mesmo no Paraná", diz o advogado Daniel Carneiro, sócio do DC Associados. O escritório recentemente assessorou a família Bedin e os demais acionistas da rede Impacto, de Mato Grosso e com faturamento anual de R$ 400 milhões, na venda de uma fatia majoritária para o Pátria Investimentos, e hoje participa de outras duas negociações na área.

O Pátria Investimentos fez sua estreia no segmento no Brasil no ano passado, com a compra do controle do Grupo Pitangueiras, do Paraná, com faturamento da ordem de R$ 250 milhões por ano.

Com os novos investidores que entraram nesse mercado nos últimos anos, afirma Carneiro, a governança das distribuidoras tem melhorado e ajudado a tornar seus processos de tomada de decisão mais ágeis. E as negociações hoje muitas vezes acontecem com uma segunda geração de produtores rurais com laços diferentes de relacionamento com suas cooperativas - há fidelidade, desde que todos ganhem.

Isso não quer dizer, é claro, que é o fim da atuação das cooperativas no mercado de insumos. E as paranaenses, por exemplo, estão "subindo" a régua e abocanhando mercado no Cerrado. "Isso faz com que aumente a penetração de mercado das cooperativas", disse Leonardo Antolini, gerente de atendimento da consultoria Kleffmann.

De acordo com dados da Kleffmann, no ciclo 2017/18 as revendas foram responsáveis por 45% dos US$ 11,17 bilhões de agrotóxicos comercializados no país, e as cooperativas por 25%. "A cooperativa ainda é uma referência na assistência técnica. Com a consolidação das revendas, seu potencial competitivo aumenta", afirmou Antolini.

E esse movimento de consolidação não é de hoje. A já citada Belagrícola vendeu 54% das ações para a Dakang, braço agrícola do conglomerado chinês Pengxin, em 2017. Em 2016, a Dakang comprou 57% da distribuidora mato-grossense Fiagril, que faturou R$ 2,7 bilhões em 2018.

Outra que vem investindo na área é a gestora de fundos de participações em empresas Aqua Capital, que fechou a compra de uma participação majoritária, em 2017, na Agro 100, empresa com sede em Londrina (PR) e faturamento anual na casa do R$ 1 bilhão. A Aqua já havia feito investimento na área com a compra, em 2016, de participação na Rural Brasil, rede com lojas espalhadas pelos Estados de Goiás, Mato Grosso e sul do Pará.

"As revendas estão percebendo que, sozinhas, não estão conseguindo competir com uma cooperativa que compra para 50 lojas em quatro Estados", disse Antolini.

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Fonte: Valor Econômico

6. Faltarão recursos para máquinas, diz Abimaq

Assim como ocorreu na safra 2018/19, os recursos para a aquisição de máquinas agrícolas por meio do Moderfrota, linha de crédito com juros controlados alimentada com recursos do BNDES, não deverão ser suficientes para financiar os agricultores na próxima temporada, que começará em 1º de julho. É o que disse ontem o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), João Carlos Marchesan.

Segundo ele, para atender à demanda, seriam necessários R$ 15 bilhões, enquanto o Plano Safra 2019/20 destinou à linha R$ 9,6 bilhões, com juros de 8,5% a 10,5% ao ano. "O dinheiro para investimento é insuficiente. Até dezembro ou janeiro vamos bater na porta do Ministério da Agricultura novamente. Nossa preocupação é que o que ocorreu nesta safra se repita".

Na temporada 2018/19, que terminará oficialmente no dia 30 de junho, foram destinados R$ 8,9 bilhões ao Moderfrota, com juros entre 7,5% e 9,5%, e desde abril não há recursos na linha para financiar máquinas agrícolas.

"Há pelo menos R$ 3 bilhões em pedidos só esperando o novo Plano Safra entrar em vigor para serem executados", calcula. Ele estima que os recursos do novo plano estarão de fato disponíveis nos bancos a partir do dia 9 de julho.

Na avaliação do presidente da Abimaq, a entrada dos bancos privados no mercado poderá amenizar o problema. "Poderá não faltar recurso se os bancos privados e os de fábrica entrarem com mais substância", afirmou.

Para ele, essas instituições deverão praticar juros próximos aos do Moderfrota. "A Selic deverá ter um corte agressivo, de 6,5% para 5,5%, aumentando a distância entre a taxa básica de juros e os financiamentos agrícolas. Não há motivo para isso", afirmou Marchesan.

Para este ano, ele estima que as vendas de máquinas agrícolas crescerão em torno de 10% em relação a 2018. No ano passado, foram vendidas 47,7 mil unidades no mercado doméstico. "Estamos mantendo esse número projetado no começo do ano, já que faltaram recursos. Mas as vendas poderão até crescer um pouco mais, dependendo de como será o ano do agricultor daqui para frente", afirmou.

Para Marchesan, pesam a favor dos produtores brasileiros o clima nos Estados Unidos, que levou ao atraso no plantio e deverá favorecer os preços dos grãos, bem como o câmbio. "Teremos um produtor de grãos capitalizado".

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Fonte: Valor Econômico

Proteína Animal

7. FAO notifica sete novos focos da peste suína na Ásia

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) informou que sete novos focos da peste suína africana (ASF, na sigla em inglês) foram identificados no continente asiático. Dos novos casos, cinco foram detectados na China e dois no Vietnã. Com a atualização, a FAO estima 218 focos da doença, espalhados pela Ásia, ante 211 do levantamento anterior da organização, de 21 de junho.

Quanto aos animais eliminados pela contaminação com a doença, a organização manteve o número de 3.739.565 suínos do relatório anterior. Os dados da entidade foram contabilizados até 26 de junho. Segundo a FAO, o balanço da entidade considera informações extraídas dos órgãos federais dos países.

No levantamento desta quinta, a FAO inclui a identificação de cinco novos casos na China. O país apresenta a situação mais crítica, em termos de extensão, com 144 focos em 32 províncias, incluindo a região administrativa de Hong Kong. Desde a identificação do surto, em agosto do ano passado, 1,133 milhão de animais foram eliminados, de acordo com dados divulgados pelo Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais do país.

Novos surtos da epidemia também foram constatados no Vietnã. Segundo o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural local, a epidemia atingiu mais duas províncias, totalizando 60 regiões afetadas pela doença desde 19 de fevereiro. No país, 2,6 milhões de suínos já foram eliminados em virtude da infecção com o vírus.

A Coreia do Norte permanece com um foco da doença identificado, desde 23 de maio, afetando uma província e levando à eliminação de 77 animais. Quanto à Mongólia, desde o primeiro caso detectado em 15 de janeiro, 11 surtos foram notificados em seis províncias e em uma cidade, levando à eliminação de 3,1 mil animais. No Camboja, 2,4 mil animais foram descartados, com um foco detectado em uma província, em 2 de abril. No Laos, sete focos da doença foram identificados em uma província, levando ao descarte de 973 animais. Nesses países, os números se mantiveram em relação ao balanço anterior.

Os dados da FAO divergem das estimativas de mercado, por contabilizarem somente os números divulgados pelos órgãos oficiais de cada país.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

8. Demanda externa impulsiona preços da carne suína e do animal vivo

A demanda externa pela carne suína brasileira tem se mantido aquecida, elevando os preços do produto exportado e ajudando a valorizar as cotações internas do animal vivo. A avaliação foi divulgada, nesta quinta-feira (27/6), pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Citando dados do governo federal, os pesquisadores destacam que a carne suína brasileira foi exportada a um preço médio de US$ 3,35 mil por tonelada, 42% a mais em comparação com a média de maio deste ano e 72% superior à de junho do ano passado. Ainda conforme o Cepea, é o maior nível desde novembro de 2014.

“A atratividade das vendas ao front externo tem elevado o ritmo de abates nas plantas que são habilitadas para o atendimento do mercado externo. A atividade na indústria frigorífica, por sua vez, tem impulsionado o preço do animal vivo”, diz o Cepea, em nota. Os indicadores da instituição mostram valorização em todas as praças pesquisadas neste mês. A maior, de 15,96% foi registrada em Minas Gerais, onde a referência chegou a R$ 5,74 o quilo na quarta-feira (26/6). Em São Paulo, o valor foi de R$ 5,44 o quilo, alta de 14,53%.

Nos estados da região Sul, a maior valorização do suíno vivo foi registrada no Paraná, de 11,56%. O indicador do Cepea fechou a quarta-feira (26/6) cotado a R$ 5,02 o quilo. Em Santa Catarina, valorização de 9,83%, com a referência a R$ 4,47 o quilo. No Rio Grande do Sul, o suíno vivo foi cotado em média e R$ 4,43 o quilo, elevação de 10,47%.

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Fonte: Revista Globo Rural

9. Plantel de suínos da China deve diminuir 30% em 2019, diz consultoria

O plantel de suínos da China deve diminuir 30% em 2019, em comparação com o ano anterior, em virtude da disseminação da peste suína africana (ASF, na sigla em inglês), estima a consultoria Fitch Solutions. Na projeção anterior, a Fitch estimava declínio de 16% no plantel chinês.

Se confirmado, este será o maior recuo de produção em qualquer setor pecuário, acrescentou a Fitch, “inclusive maior que durante a epidemia da vaca louca da Europa em 2003”. Em compensação, a consultoria espera que a doença acelere a consolidação e a industrialização do setor na China.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Canal Rural

Agroenergia

10. China deverá aceitar açúcar 'transgênico'

O Brasil deu um passo importante para garantir que o açúcar que será produzido da cana transgênica desenvolvida pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) seja exportado à China, um dos principais destinos dos embarques da commodity do país. Conforme Gustavo Leite, presidente do CTC, recentemente os chineses decidiram que não vão mais avaliar a segurança da cana transgênica em si, apenas de seu açúcar.

A medida foi comemorada pelo executivo, que lembrou que o açúcar da cana transgênica é quimicamente igual ao da convencional. "Como é a substância pura, é idêntica. Para nós, é uma vitória", disse Leite ao Valor. Se a China decidisse avaliar a biossegurança da matéria-prima, o caminho seria mais lento. "Teríamos que plantar a cana na China e esperar anos para ela crescer e eles avaliarem. Não faria sentido técnico".

Em geral, a avaliação da transgenia é realizada na planta porque é o próprio organismo vivo que é comercializado - é o caso da soja em grão. Mas o CTC argumenta que o açúcar é um caso distinto, já que se trata de um produto "tirado" da planta, que não carrega os traços da modificação genética desenvolvida.

Com o caminho escolhido pelos chineses, Leite espera que a aprovação ocorra em um prazo de um a dois anos. A China costuma demorar para avaliar os pedidos para autorização de transgênicos. Em janeiro, o país deu sinal verde à importação de variedades transgênicas de soja que estavam na fila há seis anos.

Antes de impor as salvaguardas ao açúcar brasileiro - que serão retiradas em 2020 após acordo com o Brasil para evitar a abertura de um contencioso na Organização Mundial do Comércio (OMC) -, a China era o principal destino das exportações brasileiras. Representava 8% dos embarques, garantindo receita de cerca de US$ 800 milhões. No ano passado, porém, a participação caiu pela metade. Com o acordo recente, a tendência é que as vendas ao mercado chinês voltem a aumentar.

O aval de Pequim deverá dar mais vazão ao avanço do plantio de cana transgênica no Brasil, que já começou. Segundo dados do balanço financeiro do CTC na safra 2018/19, até 31 de março havia 4 mil hectares plantados no país com a planta - dez vezes mais que um ano antes, mas ainda uma gota em uma área plantada total de cerca de 10 milhões de hectares.

Segundo Leite, os produtores têm percebido vantagens financeiras na novidade. A transgenia desenvolvida inoculou o gene Bt na cana, que protege a planta da broca. A tecnologia quase zera a infestação e as perdas de produtividade causadas pelo inseto, e, com isso, os produtores também poupam gastos com agrotóxicos. Dependendo da região e do nível de manejo anterior, os ganhos giram entre R$ 1 mil a R$ 2 mil por hectare, e a produtividade da cana nas lavouras tem crescido de 5% a 15%, afirmou.

O executivo informou que mais de 100 usinas já compraram as mudas de cana transgênica e que as estão replicando em seus próprios viveiros. Por enquanto, as empresas não estão processando essa cana para produzir açúcar ou etanol. O presidente do CTC acredita que os primeiros lotes dos produtos da cana transgênica chegarão ao mercado entre dois e quatro anos.

Outro país que também está em vias de decidir sobre a importação do da cana transgênica brasileira é o Japão.

Conforme Leite, tem ocorrido troca de perguntas e respostas e o processo está adiantado. "Quando você recebe a primeira leva de perguntas, já sabe se a missão vai ser grande ou pequena. Mas as perguntas foram normais", avaliou. Até o momento, EUA e Canadá já aprovaram a importação do açúcar da cana transgênica.

Paralelamente, o CTC continua desenvolvendo novas variedades. Nos próximos meses, a empresa começará a vender a segunda variedade da "cana Bt", adaptada a ambientes de produção desfavoráveis e de colheita precoce. Leite espera que, em um ano, o plantio dessas mudas já alcancem entre 4 mil e 5 mil hectares. "É uma variedade muito desejada, é a que cresce mais rápido no Brasil", disse.

No projeto de sementes, o CTC realizou testes em laboratório na safra passada e nesta começará a realizar testes em campo. "A prova de conceito foi bem sucedida. Agora tem que ver se isso acontece em campo, sob altas temperaturas, com inseto". Embora as pesquisas estejam em curso, a expectativa é começar a entregar as sementes no mercado na temporada 2021/22.

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Fonte: Valor Econômico

11. CTC já desenvolve novas gerações de cana-de-açúcar transgênica

Após ter desenvolvido variedades de cana-de-açúcar transgênica resistentes à broca, cujo açúcar foi aprovado por organismos internacionais como o FDA, dos Estados Unidos, o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) mira agora duas novas gerações da planta, uma delas com o objetivo de resistir a uma praga que gera prejuízos estimados em R$ 4 bilhões por safra ao setor sucroenergético.

O centro, com sede em Piracicaba (a 160 km de São Paulo), já teve, em 2017, aprovação para uso comercial da primeira cana geneticamente modificada no mundo, que tem como característica ser resistente à broca (Diatraea saccharalis).

Ela é responsável por perdas que chegam a R$ 5 bilhões por safra ao setor sucroenergético, ao reduzir a produtividade agrícola e industrial e a qualidade do açúcar, além de gerar custos com inseticidas.

Essa cana é uma das variedades que integram a primeira geração, todas resistentes à praga. Agora, o CTC iniciou a segunda geração, que terá de 8 a 10 variedades de cana não só resistentes à broca (mariposa que se alimenta dos canaviais), mas também tolerantes a herbicidas.

E já projeta a terceira geração, ainda em fase preliminar, que tem como objetivo combater o besouro Sphenophorus levis, conhecido como bicudo, que causa danos na cana em desenvolvimento e reduz a vida útil dos canaviais.

“[O besouro] gera R$ 4 bilhões de prejuízo por safra e, se perguntar a qualquer usina, ela dirá que tem mais medo dele que da broca. A broca é homeopática, enquanto o Sphenophorus é uma pancada gigantesca onde atinge. Ou seja, ao mesmo tempo desenvolvemos variedades para inserir genes cada vez mais resistentes a doenças, para que possamos inserir nas melhores variedades possíveis”, diz o presidente do CTC, Gustavo Leite.

As diferentes gerações de cana transgênica

Há uma série de variedades na mesma geração devido às condições de clima, solo e época de plantio da cana e propensão à colheita precoce, intermediária ou tardia. Elas buscam melhorar condições como resistência, maturação e teor de sacarose da planta.

Duas das variedades da primeira geração foram aprovadas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) e há seis que foram transformadas – genes foram inseridos no DNA da planta – e estão em diferentes estágios. Uma já foi entregue à CNTBio e as outras devem ser enviadas entre dois e três anos.

São, segundo Leite, variedades próprias e de outros institutos, como a Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa).

Já a segunda geração, tolerante à broca e a herbicidas, começou a ser desenvolvida no fim do ano e terá de 8 a 10 variedades. Elas estão em testes preliminares, ou seja, ainda não foram ao campo.

A terceira geração, por sua vez, depende de identificação de genes para combater o bicudo, a segunda principal praga da cana.

Dos laboratórios aos canaviais

O caminho para a aprovação dos produtos surgidos a partir da cana transgênica não é curto.

Após as aprovações nos centros reguladores do Brasil, há órgãos internacionais que precisam aceitar, por exemplo, o açúcar fabricado a partir da cana geneticamente modificada. O Brasil exporta açúcar para cerca de 150 países.

A FDA (Food and Drug Administration), agência americana de fiscalização e regulamentação de alimentos e remédios, concluiu em agosto do ano passado que o açúcar produzido a partir da cana brasileira geneticamente modificada é seguro para o consumo, assim como o obtido a partir de variedades convencionais.

Três meses antes, a Health Canada também já tinha aprovado o uso do açúcar oriundo da cana transgênica desenvolvida pelo CTC. Os dois mercados são vistos pelo setor sucroenergético como importantes devido à credibilidade científica de ambos.

Uma longa história

O CTC é uma empresa com foco em pesquisa, desenvolvimento e venda de variedades de cana, que neste ano completa 50 anos. Nascida como iniciativa da Copersucar, em 2004 passou a ser uma associação com participação dos principais grupos do setor sucroenergético e, em 2011, se transformou em empresa. Desde 2014, o BNDESPar (braço de participações do banco) é acionista.

O CTC não é, porém, o único a desenvolver cana geneticamente modificada no país. Em 2018, a Embrapa Agroenergia assinou contrato de parceria para produzir uma nova variedade transgênica de cana resistente à broca e ao glifosato, o herbicida mais usado no setor. A expectativa é que em até quatro anos a variedade esteja disponível para negociações.

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Fonte: Folha de S. Paulo/NovaCana

12. Bunge Açúcar & Bioenergia bate recorde de moagem em maio com 2,65 milhões de t

A Bunge Açúcar & Bioenergia informou nesta quinta-feira ter processado 2,65 milhões de toneladas de cana em maio, maior volume para o mês na história da companhia. Em junho, a empresa teve as melhores médias de sete e trinta dias de moagem. As usinas que mais aumentaram o processamento em maio na comparação com o mesmo mês das safras anteriores foram Moema, Ouroeste e Monte Verde. O diretor Industrial da companhia, Darlan Barros, diz que a empresa "tem realizado medidas para ampliar a disponibilidade industrial e, consequentemente, aumentar o volume de moagem".

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Fonte: Broadcast Agro/UDOP

Grãos e Grandes Culturas

13. Margens de lucro dos moinhos paulistas tendem a cair

O faturamento dos moinhos paulistas de trigo deverá crescer em 2019, sustentado pelo aumento dos preços do cereal e seus derivados. Mas as margens de lucro das empresas tendem a diminuir pelo terceiro ano consecutivo, afirmou Valnei Vargas Origuela, presidente do Sindicato da Indústria do Trigo do Estado de São Paulo (Sindustrigo-SP), ao Valor. Ele assumiu o cargo em maio, com mandato até 2022.

Segundo Origuela, o segmento estava animado no fim do ano passado e tinha expectativa de resultados mais positivos em 2019. Mas o comportamento da demanda no primeiro semestre frustrou as expectativas. "Todos achávamos que, com as eleições, a economia brasileira mostraria sinais de retomada. Mas não é o que está acontecendo e o consumo só vem caindo", disse.

Com a demanda desaquecida, os moinhos não conseguem repassar o aumento dos custos de produção. Conforme Origuela, apenas em 2018, o preço do trigo - que representa cerca de 70% do custo de produção das farinhas - subiu 40%, em média, com picos de 60%. "Os moinhos não conseguiram repassar nem 20% [desse aumento]".

Como exemplo, Origuela cita os números do Moinho Anaconda, um dos maiores do país, do qual é diretor-presidente. "Tivemos um crescimento no faturamento de 9,7% no ano passado [ante 2017], que chegou a R$ 624,41 milhões. Mas o lucro líquido da empresa caiu 12,3, para R$ 98,81 milhões, e o Ebitda recuou 12,2%, para R$ 40,38 milhões".

Segundo ele, mais ou menos a mesma coisa aconteceu com os outros nove moinhos representados pelo Sindustrigo-SP.

A questão principal é que a população reduziu a alimentação fora de casa e derrubou a demanda por farinhas de pastelarias, padarias, pizzarias e outros restaurantes. "Nossos clientes abrem os armazéns e mostram que eles estão cheios. Se não é pão ou massa, realmente não sei o que as pessoas estão comendo em período de crise", afirmou Origuela.

Ele disse que empresas que vendem produtos mais simples estão até sofrendo mais que moinhos como o Anaconda, que tem blends, farinhas e pré-misturas para diferentes segmentos, como panificação, pizzarias e indústrias. Além disso, a companhia faz vendas diretas ao consumidor final - sobretudo em Curitiba, onde tem outra unidade.

Mesmo assim, a previsão de investimentos do Anaconda para o ano, que era de R$ 30 milhões, não deverá se concretizar, salvo surjam oportunidades em novas tecnologias.

Paralelamente à preocupação do segmento com a retomada do consumo, Origuela disse que, à frente do Sindustrigo-SP, pretende continuar a apoiar o crescimento do cultivo de cereal em São Paulo e a reduzir as distorções tributárias estaduais que afetam a indústria.

A produção paulista do cereal ainda é limitada. Chegou a 240 mil toneladas na safra passada, enquanto a moagem no Estado alcançou 1,7 milhão. A capacidade instalada é de 3 milhões de toneladas. "Ainda há incentivo fiscal de alguns Estados, como Paraná e Rio Grande do Sul, para a venda de trigo e farinha para outros Estados. Essa falta de isonomia prejudica o consumidor e o setor", afirmou. Origuela é favorável à isonomia apesar de a Anaconda ter um moinho em Curitiba e ser beneficiada pelo incentivo paranaense.

No Paraná e no Rio Grande do Sul, a alíquota de ICMS é de 12%, mas as empresas que vendem para São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro têm direito a crédito de 10%. Em São Paulo, a alíquota é de 7%. Além disso, Origuela conta que, até pouco tempo, alguns moinhos creditavam indevidamente 12% de ICMS em vez dos 2% a que tinham direito. "Como 12% era a taxa estampada na nota, as empresas usavam esse valor como crédito. Mas isso já mudou com a convalidação".

O executivo afirmou, ainda, que defende a liberação da Tarifa Externa Comum (TEC) do trigo para países de fora do Mercosul, como prometido pelo presidente Jair Bolsonaro em março. Neste ano, porém, diz que a janela já se fechou, porque a safra paulista começa a ser colhida em agosto e, em setembro, terão início os trabalhos no Sul do país.

"Não devemos ter problema de oferta nesta temporada com a promessa de grande safra no Brasil e na Argentina. Mas é sempre bom ter a possibilidade de ampliar os mercados fornecedores", afirmou, lembrando que o segmento já compra trigo de EUA, Rússia e Canadá quando necessário. Desde o ano passado, porém, o câmbio não está favorável às importações, o que torna esse comércio difícil tendo em vista os problemas para repassar custos.

Nesse cenário, a ordem é manter a cautela. No caso do Moinho Anaconda, Origuela pretende manter a estratégia conservadora que perdura há três gerações e vai continuar a evitar empréstimos ou qualquer tipo de alavancagem.

"Discute-se opções no nosso conselho, mas há uma a convicção de que caixa é fundamental para o negócio e que estar capitalizada garante compras de oportunidade. Não é raro comprarmos um lote de trigo e segurarmos no estoque para garantir aquela qualidade. Também fazemos compras de volumes expressivos por conta de oportunidade de preço. E para tudo isso é preciso ter dinheiro em caixa."

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Fonte: Valor Econômico

14. EUA vendem 612 mil t da safra de trigo 2019/20 na semana, diz USDA

Exportadores dos Estados Unidos venderam 612 mil toneladas de trigo da safra 2019/20 na semana encerrada em 20 de junho, informou nesta quinta-feira (27/6) o Departamento de Agricultura do país (USDA). O volume representa alta de 226% ante o reportado na semana anterior. O ano comercial 2019/20 do cereal norte-americano iniciou em 1º de junho. Na semana, os principais compradores foram Filipinas (116 mil t), Guatemala (88,3 mil t), Japão (81,5 mil t), El Salvador (71,1 mil t) e Colômbia (64,6 mil t). Cancelamentos foram feitos pela Nigéria (10,6 mil t), Burma (700 t) e Argélia (600 t).

O resultado ficou dentro das estimativas de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que iam de 150 mil toneladas a 650 mil toneladas. Os embarques somaram 418,5 mil toneladas, volume 2,9% inferior ao registrado na semana anterior. Os principais destinos foram Argélia (111,9 mil t), Guatemala (64,6 mil t), Japão (57 mil t), Taiwan (54,4 mil t) e Nigéria (49,3 mil t).

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

15. Exportações do complexo soja devem ser menores neste ano, avalia Datagro

A exportação brasileira do complexo de soja deve registrar forte queda de 14,6% neste ano, totalizando 87,30 milhões de toneladas, em comparação com 102,173 milhões de t em 2018. O levantamento é da Datagro Consultoria, divulgado nesta quinta-feira (27/6).

Conforme a Datagro, diante dos embarques menores, a receita também deve encerrar 2019 com resultados negativos. A previsão de receita total é de US$ 31,805 bilhões, 22,5% abaixo do resultado registrado em 2018.

O analista chefe de Grãos da Datagro, Flávio Roberto de França Júnior, informa em comunicado que, além do menor volume, a receita com as vendas dos subprodutos da soja terá impacto da queda nos preços médios. Ainda de acordo com o especialista, a receita obtida neste ano será a menor desde 2017.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

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