Conjuntura do Agronegócio

1. Governo pretende criar polo de inovação agropecuária no Rio

O governo pretende agregar órgãos públicos ligados à agricultura, ciência e tecnologia, universidades e iniciativa privada para instalar um polo de inovação agropecuária no Rio de Janeiro. Iniciativa nesse sentido foi discutida durante a 8ª Conferência Green Rio, ocorrida na sexta-feira, 24, com representantes da Secretaria de Estado de Agricultura do Estado (Seappa-RJ), da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio (Pesagro-Rio), e da Embrapa Solos.

O diretor do Departamento de Apoio à Inovação para a Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luiz Cláudio de França, disse que a Pasta já está analisando o instrumento jurídico mais apropriado para tornar viável a articulação interinstitucional necessária para a criação do polo de inovação. "O objetivo é coordenar todas as iniciativas de inovação para agricultura, de forma aberta e transparente para potencializar os esforços das instituições no objetivo comum de elevar a produtividade da agricultura e melhorar os padrões de vida no campo", declarou França.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

2. França quer proteção para carne e Amazônia em acordo com Mercosul

O governo francês voltou a manifestar nesta segunda-feira exigências sobre um acordo da União Europeia (UE) com o Mercosul, um dia depois da eleição europeia na qual o Partido Verde saiu como um dos principais vencedores e o presidente Emmanuel Macron derrotado pela extrema-direita.

O ministro de Comércio, Jean-Baptiste Lemoyne, declarou que a França quer um acordo da Europa com o Mercosul que inclua um mecanismo de proteção para os produtores de carne bovina do velho continente e garanta o combate ao desmatamento da Amazônia.

De acordo com declarações do ministro, um acordo entre os dois blocos seria mais importante que o entendimento entre a UE e o Japão, e isso significa que “numerosos setores, tanto industriais como agrícolas, vão ser impactados”.

“Naturalmente, sobre questões climáticas e ambientais, esperamos um forte engajamento dos dois lados”, acrescentou, segundo o site Político. “Sabemos que há desmatamento, e tudo isso não pode ser colocado de lado, é preciso colocar na mesa de negociações.”

Nesse cenário, o ministro francês diz que a França quer desenvolver “mecanismos de salvaguarda para assegurar a rastreabilidade dos produtos e a conformidade com regras sanitárias e ambientais”.

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Fonte: Valor Econômico

3. População ocupada no agronegócio cai frente a 2018, diz Cepea

A população ocupada no agronegócio nos três primeiros meses de 2019 foi de 18,07 milhões de pessoas, 0,23% menor que a do primeiro trimestre de 2018, informou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Pesquisa feita pelo centro de estudos mostrou que a participação do setor no mercado de trabalho brasileiro foi de 19,67% no primeiro trimestre, abaixo dos 19,99% do ano passado, ainda que 19,59% superior à do último trimestre de 2018.

“Houve elevação do número de trabalhadores em atividades relacionadas à fabricação de insumos (4,02%) e agrosserviços (2,34%) na comparação entre os períodos de janeiro e março de 2018 e o primeiro trimestre de 2019. Já a agroindústria e a agropecuária registraram baixas de 1,73% e de 1,42% na população ocupada, respectivamente, no mesmo período”, disse o Cepea.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Canal Rural

Insumos

4. Críticas à liberação de agrotóxicos são “absurdas”, diz ministra

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse há pouco, no lançamento de uma campanha nacional para difundir os produtos orgânicos, que as críticas feitas à liberação de agrotóxicos nos primeiros meses do governo Bolsonaro são “absurdas” e “muito pouco técnicas”.

Tereza lembrou que o Ministério da Agricultura não faz sozinho as análises dos registros, que são divididos com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e com o Instituto Brasileiro de Recursos Naturais e Renováveis (Ibama). Organizações Não-Governamentais (ONGs) e entidades ambientalistas vêm desde o início do ano apontado que a quantidade de agroquímicos registrados neste ano é recorde, e não raro associam esse ritmo à gestão da ministra. No ano passado, ainda como líder da bancada ruralista, Tereza esteve entre os deputados que mais atuaram pela aprovação, em comissão especial da Câmara, do polêmico projeto de lei que flexibiliza e agiliza o registro de defensivos no país.

Atualmente, o PL já está no plenário na Câmara, porém ainda depende de ser pautado pelo presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

A velocidade de registros de defensivos no Brasil está em linha com a do ano passado. Mas de fato os trabalhos ganharam celeridade desde 2016, como já mostrou o Valor. A Anvisa, responsável pela avaliação toxicológica dos produtos, tem explicado que aperfeiçoou seus processos, ampliou a estrutura de pessoal e passou a estabelecer metas de produtividade nos processos de análise.

Hoje, a ministra voltou a dizer que a Anvisa tem conseguido analisar com mais velocidade a fila de pedidos para o registro de agrotóxicos, que chegam a esperar até oito anos por uma autorização para comercialização.

“Até agora [neste ano], o que vem se registrando são genéricos. E se não temos hoje os produtos [defensivos] disponíveis na Europa, é porque só há pouco tempo a fila começou a andar. Mas a Anvisa está revisando vários agroquímicos para, até se for o caso, se chegar ao banimento dos produtos”, afirmou Tereza, se referindo aos processos de revalidação de alguns agrotóxicos — como o glifosato, por exemplo.

“Vamos combater a desinformação. E hoje vamos comemorar os nossos orgânicos, que cada vez mais estarão nos pratos dos brasileiros”, acrescentou. O Ministério da Agricultura lançou a 15ª edição da campanha nacional para difusão e apoio à produção de orgânicos no país, que acontece sempre na última semana de maio. De acordo com a Pasta, o principal intuito é mostrar à população como identificar o selo de certificação de produtos orgânicos em feiras e mercados.

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Fonte: Valor Econômico

5. Por mais segurança na aplicação de agrotóxico, Agricultura prepara PL

O Ministério da Agricultura prepara um projeto de lei contendo regras para aumentar a segurança de agricultores e trabalhadores rurais que manipulam agrotóxicos no campo, disse hoje a ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

“Estamos fazendo uma medida legislativa para redobrar os cuidados para os agricultores que manuseiam defensivos. E quero reafirmar que nem Anvisa, nem Ibama nem nós envenenamos ninguém”, afirmou Tereza durante lançamento de uma campanha nacional para difundir os produtos orgânicos no país.

De acordo com a ministra, quem aplica defensivos agrícolas são os mais prejudicados quando o fazem sem conhecimento correto, e o ministério entende que é preciso uma nova legislação para aumentar a segurança e saúde desses profissionais.

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Fonte: Valor Econômico

6. Safra 2018/19: recursos acabam e BNDES suspende financiamento de quatro programas

A pouco mais de um mês do término da safra 2018/2019, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou na quarta-feira, 22, pela Circular SUP/Adig nº 17/2019, a suspensão dos pedidos de financiamento do Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias (Prodecoop).

O motivo é o esgotamento dos recursos, dada a grande demanda na temporada que termina em 30 de junho. O anúncio veio uma semana depois de o BNDES suspender outras linhas previstas no Plano Safra, também com recursos esgotados: o Programa de Incentivo à Irrigação e à Produção em Ambiente Protegido (Moderinfra), Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) e Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf Investimento).

Ao todo agora já são seis programas do Plano Safra suspensos. Os acima citados se juntam ao Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) e do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), que tiveram crédito suplementar liberado no fim de abril, rapidamente consumido.

Tanto Pronaf quanto Moderfrota haviam sido reabertos novamente no fim de abril após o BNDES liberar crédito suplementar para as linhas de financiamento, mas a alta demanda continuou e os programas foram novamente suspensos após poucos dias. A retomada das operações de crédito com juros subsidiados no dia 26 de abril consumiu R$ 625 milhões em apenas uma semana.

O presidente do BNDES, Joaquim Levy, avaliou que a demanda pelo Moderfrota foi bastante elevado, com empréstimo de R$ 529,4 milhões por meio de 12 bancos, de um limite adicional de R$ 509 milhões liberados pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Canal Rural

Proteína Animal

7. FAO estima que 2,6 milhões de suínos foram eliminados na Ásia

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) informou que 2.634.515 suínos já foram eliminados em países asiáticos por causa da contaminação com a peste suína africana (ASF, na sigla em inglês). Os dados da organização foram contabilizados até 23 de maio. Segundo a FAO, o balanço da entidade compila informações extraídas dos órgãos federais dos países.

A situação mais crítica permanece sendo a da China, onde foram detectados 133 focos da doença em 32 províncias, incluindo a região de Hong Kong. Desde a identificação do surto, em agosto do ano passado, 1,129 animais foram eliminados. No Vietnã, a epidemia atingiu mais oito províncias, totalizando 38 regiões afetadas pela doença desde 19 de fevereiro. Segundo o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural do país, 1,5 milhão de suínos foram eliminados em virtude da infecção com o vírus.

Quanto à Mongólia, desde o primeiro caso detectado em 15 de janeiro, 11 surtos foram notificados em seis províncias e em uma cidade, levando à eliminação de 3,1 mil animais. No Camboja, 2,4 mil animais foram descartados, com um foco detectado em uma província, em 2 de abril.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

8. Com venda da DPA, Fonterra deverá se concentrar mais na Ásia

Com a decisão de cortar sua presença na América Latina a partir do desmantelamento da joint venture com a suíça Nestlé na Dairy Partners Americas (DPA), a cooperativa neozelandesa Fonterra, maior exportadora de leite do mundo, poderá facilitar o caminho para se concentrar mais na Ásia e encontrar no continente alternativas para amenizar seus problemas financeiros.

Segundo Laurent Freixe, vice-presidente da Nestlé para as Américas, tanto para a companhia como para sua parceira neozelandesa, a DPA deixou de ser central. Para ele, o desengajamento também faz parte do trabalho permanente da múlti suíça na revisão de suas atividades. "Uma joint venture é quase como um casamento, é preciso ter a mesma visão sobre o desenvolvimento da atividade no longo prazo", afirmou Freixe ao Valor. Nesse contexto, disse, do lado da Fonterra a opção foi por um reposicionamento em outras áreas geográficas, sobretudo na Asia.

As vendas da DPA, concentradas em iogurtes das marcas Nestlé, Ninho, Chandelle, Chambinho e Molico, entre outras, renderam R$ 1 bilhão no ano passado no Brasil. A joint venture opera com duas fábricas e emprega 1,4 mil funcionários no país. "Estamos avaliando opções para a continuação do negócio [DPA], e uma hipótese é evidentemente vendê-la e licenciar as marcas, que são da Nestlé", acrescentou o executivo.

Fontes que conhecem o segmento reforçaram que a Fonterra, pressionada por prejuízos na China, de fato não queria mais investir na parceria com a Nestlé no Brasil. A cooperativa neozelandesa investiu cerca de US$ 1 bilhão em fazendas para produzir leite na China, por exigência do governo chinês. Mas já amargou perdas de US$ 520 milhões em suas sete propriedades com 31 mil cabeças de gado nas Províncias de Hebei e Shanxi.

O plano inicial era que essas fazendas na China produzissem 1 bilhão de litros de leite por ano até 2020. Em 2018, a produção somou apenas 273 milhões de litros, em queda de 23% na comparação com 2017. A estratégia agora é, em vez de vender mais leite, centrar o foco em produtos com mais valor agregado. Nesse processo, não está descartada a venda de fazendas.

A dívida total da Fonterra alcança US$ 4,1 bilhões. A empresa se comprometeu com investidores a reduzir esse endividamento em cerca de US$ 500 milhões neste ano fiscal, mas continua sob a ameaça de ter rebaixada sua nota de crédito. Na América Latina, a cooperativa neozelandesa registrou revezes. Na Venezuela, acabou vendendo em março passado, por US$ 16 milhões, sua participação na joint venture Mirona, negócio com o qual perdeu US$ 126 milhões.

No Chile, sua subsidiária Prolesur está sob investigação após uma disputa entre diretores. E no Brasil, tenta vender sua participação de 51% na DPA. A cooperativa está se retraindo em vários mercados para simplificar seu portfólio global. Também para cortar custos, vai fechar uma fábrica na Austrália. Na própria China, quer se desembaraçar de sua fatia de 19% numa companhia de leite em pó.

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Fonte: Valor Econômico

9. Vacinação contra febre aftosa atinge 65% do rebanho e continua até sexta-feira

Termina nesta sexta-feira (31) o prazo para os pecuaristas gaúchos vacinarem o rebanho contra a febre aftosa. Até esta segunda-feira (27), a Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) contabilizava em seus sistemas a vacinação de 65% do rebanho de 12,5 milhões de cabeças, entre bovinos e búfalos. A expectativa é atingir uma cobertura vacinal superior a 90%, sendo que este ano a sofreu alterações na sua formulação, com redução na dosagem de aplicação de 5ml para 2 ml.

“Estamos trabalhando intensamente para atingir a meta e garantir mais uma vez que o nosso Estado fique livre desta grave doença”, diz o secretário Covatti Filho.

Os produtores devem comprar as doses necessárias para a vacinação de todo o seu rebanho em casas agropecuárias credenciadas pela Seapdr. Em seguida, devem comprovar a vacinação através da apresentação da nota fiscal de compra e declaração do quantitativo de animais vacinados, nas inspetorias ou escritórios de Defesa Agropecuária.

O prazo máximo para a comprovação da vacinação é de cinco dias úteis após o término da etapa, ou seja, o prazo termina no dia 7 de junho. Aqueles que não comprovarem a vacinação serão autuados, conforme determinação do Decreto Estadual 52.434/2015, e terão sua propriedade interditada até a regularização dos procedimentos.

Conforme o Departamento de Defesa Agropecuária da Seapdr, a vacina contra a febre aftosa neste ano sofreu alterações na sua formulação, com redução na dosagem de aplicação, de 5 para 2 ml, e passou a ser bivalente, com proteção contra os vírus tipo A e O. As apresentações comercializadas também mudaram para 15 e 50 doses.

A febre aftosa é uma doença viral, altamente contagiosa e de rápida disseminação, com impactos econômicos e sociais nos locais onde ocorre. Os últimos focos da doença no Estado ocorreram nos anos 2000 e 2001 e acarretaram em graves prejuízos econômicos, como o sacrifício e abate sanitário aproximadamente 29 mil animais e gastos de U$$ 25 milhões em custos diretos, além de perdas econômicas geradas pelo impedimento do comércio nacional e internacional de produtos de origem animal e vegetal. Em 2018, ambas as etapas de vacinação, em maio e novembro, alcançaram os 97% de cobertura.

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Fonte: Agrolink

Agroenergia

10. Seca afeta produção de açúcar na província chinesa de Yunnan, diz agência Xinhua

A seca na província sudoeste de Yunnan, na China, reduzirá sua produção de açúcar em mais de 280 mil toneladas neste ano, disse nesta segunda-feira a agência de notícias oficial do país, Xinhua, citando uma associação açucareira provincial.

A queda representa cerca de 3% da produção total chinesa a partir de cana-de-açúcar no ano-safra de 2018/19, que vai de outubro a setembro. Ao todo, o país produz 9,49 milhões de toneladas.

Yunnan é a segunda área de cultivo de cana-de-açúcar mais importante da China, atrás apenas da região vizinha de Guangxi.

Grandes secas em Yunnan afetaram cerca de um terço das áreas de plantio de cana da província, segundo a reportagem, e reduzirão a produção canavieira em 2,23 milhões de toneladas.

Segundo a matéria, a atual seca deve causar ainda mais danos, além de também ter impactado a produção de borracha da província.

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Fonte: Reuters/NovaCana

11. Câmara Federal tem mobilização contra venda direta de etanol

O deputado Arnaldo Jardim (CDD-SP) solicitou a realização de uma audiência pública na Comissão de Minas e Energia da Câmara para debater “os efeitos da venda direta de etanol hidratado nos postos de combustível”.

O REQ 54/2019 CME convida a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), a Raízen, a Associação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Lubrificantes, Logística e Conveniência (Plural) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio) para a discussão na comissão.

O texto de Jardim evidencia a preocupação de parte do setor de distribuição e cita o receio com a tramitação do Projeto de Decreto Legislativo 916/2018, que susta resolução da ANP e libera a venda direta.

O PDC, de autoria do deputado JHC (PSB-AL), foi proposto pouco antes da greve dos caminhoneiros em maio passado, mas é apenas um dos textos a tramitar com o mesmo objetivo. Ele foi apensado a outra proposta, o PDC 978/2018, com tramitação mais avançada por já ter sido aprovado no Senado em junho passado.

Em março, Edio Lopes (PL-RR) foi escolhido relator do PDC 978 na Comissão de Minas e Energia, mas ainda não apresentou parecer. O objetivo da mobilização contrária ao texto é realizar a audiência pública antes da votação da matéria e sensibilizar os deputados.

O requerimento do deputado Jardim repete argumentos já apresentados por organizações contrárias à liberação. Para elas, o efeito da liberação “pode até ser contrário ao esperado, uma vez que grande parte das usinas terão de arcar com os custos da distribuição, que vão desde a compra e a manutenção de frotas até a tributação”, como cita o deputado. Segundo as associações como Unica e Plural, há inclusive o risco de a mudança elevar o preço final do combustível.

Atual presidente da Unica, o ex-deputado Evandro Gussi afirmou à EPBR no ano passado que a proposta de venda direta contribui para a desestruturação do mercado de combustíveis. “O modelo estruturado e já comprovado de distribuição para os postos é economicamente mais viável do que você ter a acumulação de dois negócios diferentes, a produção e a distribuição de combustíveis. Por isso que 90% dos produtores de etanol no Brasil são contrários à venda direta”, afirma.

A possibilidade de permissão da venda direta também interessou ao deputado Hugo Leal (PSD/RJ). Em abril ele fez um requerimento ao Ministério de Minas e Energia solicitando informações sobre a tomada pública de contribuições nº 02/2018, da ANP, que embasou o parecer favorável da agência à venda direta. Leal questionou a ausência da EPE no debate e lembrou os possíveis impactos que a alteração na cadeia dos combustíveis podem ter na arrecadação de estados, da União e sobre a implantação do programa RenovaBio.

A proposta da venda direta é uma demanda antiga de usinas da região Nordeste, mas enfrenta resistência da Unica, a principal associação do setor de cana.

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Fonte: EPBR/NovaCana

12. Etanol começa a se despregar do petróleo e tem variáveis mais positivas que em 18/19

Difícil imaginar uma confluência de fatores tão positivos para o etanol quanto se assiste nesta temporada, quase dois meses após o início oficial da safra. Nem 18/19, recorde na produção do biocombustível, se iguala. Mesmo se olhando a queda do petróleo e o recuo da gasolina na refinaria, a soma das outras variáveis anulam as duas anteriores pelo retrato de agora.

A total falta de apetite pelo açúcar no mercado global, sem reação alguma em Nova York mais ainda após o USDA revelar previsão de superávit acima de 4,3 milhões de toneladas, de cara já demonstra que o mix pode acabar ficando parecido com a safra passada, com 35% da cana indo para o biocombustível. O total foi de 33,1 bilhões de litros de etanol.

Com os preços da commodity beirando o custo industrial, mesmo o etanol bambeando um pouco, como se viu nas últimas semanas com o ganho de produção em início de ciclo, seguirá vantajoso.

Martinho Ono, CEO da SCA Trading, cita dois aspectos. O primeiro, mas significativo, é que "agora nós já construímos um mercado de 2 milhões de consumos de litros diários, ao contrário dessa mesma época o ano passado, quando o consumo era relativamente menor e ainda tivemos a greve dos caminhoneiros.

Ou seja, as usinas em 2018 foram para o etanol por conta quase que exclusivamente do açúcar, ao passo que agora é a demanda interna que movimenta.

Demanda forte

Os dados da agremiação que reúne as indústrias do Centro-Sul, Unica, a respeito da primeira quinzena de maio, mostraram vendas de quase 1 milhão de litros. Deve se repetir, se não passar na atual quinzena, com três dias úteis a mais. Desde o começo do ano a variação é em torno dessa parâmetro.

Outro ponto que Ono elenca é que o preço médio de R$ 2, em Ribeirão Preto, nesta segunda (27), está sendo observado como parâmetro para as usinas grandes. O Cepea apontou queda de 1,94% na semana até 24, com preço médio de R$ 1,6493.

"Se os grandes definirem R$ 2 como piso, a pressão (sobre os preços) vai diminuir", avalia o trader.

Arredondando ainda mais, atipicamente a margem da revenda virou para o biocombustível. Em média, nas contas da SCA, é de R$ 0,40/0,42 para a gasolina e R$ 0,30 para o etanol. Diante da relação direta dos grandes grupos com a rede de revenda, a inversão ajudou a manter o etanol mais competitivo, enquanto seguravam a gasolina ao máximo que puderam já que o consumo não dava saltos.

Petróleo-gasolina

A partir de hoje, a Petrobras retirou R$ 0,9 do valor da gasolina na refinaria. Mas o movimento tem um deley de uma semana para mais, explica Martinho Ono.

O petróleo cedeu bastante na quinta passada (23), com os dados elevados dos inventários dos Estados Undos, depois de máximas de US$ 75 o barril em Londres o mês passado. Na faixa dos US$ 68, com a leve recuperação neste primeiro dia da semana, ainda não é tão competitivo, além do que também há um atraso no corte da Petrobras, se houver, e também um atraso até que chegue à bomba.

Em paralelo, os países produtores reunidos na Opep deverão se reunir nas próximas semanas para decidirem se mantêm ou não o corte na produção. Com o barril no patamar atual, não é um cenário provável imaginar que a produção volte a crescer.

E o dólar acima dos R$ 4, nervoso com os cenários externo e interno, pode voltar à sua inflexão de alta.

Então, o fundamento via combustível fóssil continua favorável ao etanol.

Açúcar

Voltando ao adoçante, a tela principal da ICE,em Nova York, fechou em leve alta nesta segunda, por ajuste de posições, mas está abaixo dos 12 c l/p. O outubro, 12.05 c l/p.

Não apresenta volatilidade de alta.

E o prêmio do etanol, contra o açúcar Nova York, estava em 12,71%.

Para o CEO da SCA, olha lá se na virada do meio de ano, o Centro-Sul vá manter a produção de açúcarapenas para selar os compromisso assumidos.

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Fonte: Notícias Agrícolas/Udop

Grãos e Grandes Culturas

13. Importação chinesa de soja cresceu em abril, mas caiu no 1º quadrimestre

As importações chinesas de soja alcançaram 7,64 milhões de toneladas em abril, 10,4% mais que no mesmo mês de 2018, de acordo com informações divulgadas ontem pelo serviço aduaneiro do país. Do total, aponta compilação realizada pela agência Reuters, 1,75 milhão de toneladas foram importadas dos Estados Unidos, com quem Pequim continua em guerra comercial - o grão americano atualmente paga tarifa de 25% para entrar na China -, e 5,79 milhões do Brasil, até agora beneficiado nesse mercado em consequência das disputas entre os dois gigantes.

Apesar do aumento observado em abril, no primeiro quadrimestre as compras de soja pela China no exterior diminuíram 7,9% em relação ao mesmo período do ano passado, para 24,39 milhões de toneladas. Essa queda reflete basicamente o arrefecimento do crescimento da economia do país e os problemas provocados pelo surto de peste suína africana, que reduz a demanda doméstica para a produção de ração. Também segundo o serviço aduaneiro, as importações chinesas de óleo de soja somaram 5,72 mil toneladas abril, 29,8% menos que no mesmo mês de 2018, mas aumentaram 232,1% no primeiro quadrimestre, para 140,08 mil toneladas.

No caso do algodão, as importações chinesas chegaram a 179,78 mil toneladas em abril, volume 71,5% superior ao comprado no mesmo mês de 2018, e aumentaram 87,5% no primeiro quadrimestre, para 840,93 mil toneladas. Já as compras de milho do país no exterior totalizaram 663,77 mil toneladas em abril e 1,65 milhão nos primeiros quatro meses do ano - avanço de 75,1% e 75,8% respectivamente. No que diz respeito ao trigo, finalmente, a aduana chinesa informou que as importações da China alcançaram 196,63 mil toneladas no mês passado, uma redução de 44,9% na comparação com abril de 2018, e 1,15 milhão de toneladas de janeiro a abril, um incremento de 25,5%.

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Fonte: Valor Econômico

14. Produção de trigo começa a ganhar fôlego no Cerrado

Considerada quase inviável no início desta década, a produção de trigo no Cerrado brasileiro é hoje uma realidade, e não apenas em terras irrigadas. Em áreas secas de grande altitude, que não são tão difíceis de encontrar no bioma, o bom retorno financeiro registrado no ano passado para os poucos que se aventuraram nessa frente incentivou mais produtores a apostar na cultura, concentrada no Sul do país. Em Goiás, a área é recorde em 2019, em Minas Gerais, cresceu 25% e na Bahia também há expansão.

O aumento do interesse dos produtores nos últimos anos se tornou possível porque a Embrapa conseguiu desenvolver sementes de trigo para panificação para a região, e a inovação instigou os oito moinhos instalados no Cerrado a buscarem o cereal local. Além disso, o fato de ser o primeiro trigo disponível no país, já que a colheita na região acontece em junho e julho, tem garantido vendas imediatas para os agricultores.

Eduardo Elias Abrahim, vice-presidente da Associação dos Triticultores do Estado de Minas Gerais (Atriemg), afirma que os produtores que tinham trigo em 2018 conseguiram, líquido, entre R$ 500 e R$ 1 mil por hectare. "Em meados de maio do ano passado, o trigo do Cerrado valia R$ 1,2 mil a tonelada, enquanto no Paraná o preço estava em R$ 600". Hoje, o valor médio no Cerrado é R$ 1,1 mil. "Ainda é uma cultura de inverno menos rentável que o milho, devido à desproporcionalidade da demanda, mas vem ganhando força", afirma ele.

Além do retorno financeiro, Vanoli Fronza, pesquisador da Embrapa Trigo, afirma que os produtores da região descobriram que alternar a palhada de trigo com a de milho eleva a rentabilidade da soja na safra seguinte e ajuda no controle de nematoides e plantas daninhas. "O sorgo [outra cultura plantada na mesma época] é viável até certo ponto, mas não traz as melhorias agronômicas do trigo", diz ele.

Neste ano, particularmente, o trigo também se tornou-se a melhor opção para aqueles que perderam a "janela ideal" para o milho safrinha. "Nesta temporada, a soja foi colhida bem mais cedo, mas alguns não estavam preparados para plantar milho e/ou choveu no período de plantio. Nesses casos, o trigo de sequeiro se mostrou uma cultura muito viável", afirma Eduardo Elias Abrahim.

A janela ideal para o trigo de sequeiro - que responde por cerca de 80% de todo o volume produzido no Cerrado - é mais extensa que a do milho. Vai até 20 de março em Goiás e no Distrito Federal e até 20 de abril em Minas Gerais. O trigo irrigado está sendo plantado neste mês.

Neste ano, a estimativa é que a área de sequeiro em Minas Gerais tenha chegado a 100 mil hectares, ante 80 mil em 2018. Em Goiás, atingiu 30 mil hectares, ante 13 mil no ano passado. E há relatos de falta de sementes no Distrito Federal e na Bahia. "Há poucos anos, nada existia. Minas Gerais plantava 20 mil hectares em 2012 e os outros Estados, zero", conta Abrahim.

O vice-presidente da Atriemg nota que os números citados são distantes dos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que, segundo ele, é mais conservadora e não tem informações dos fornecedores de sementes. A estatal faz seu levantamento junto às Ematers estaduais.

Responsável técnico da Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), Cláudio Malinski informa que os cerca de 30 cooperados que normalmente entregam trigo no moinho da empresa plantaram 8 mil hectares no ano passado. Neste ano, a área foi para 10 mil. Já o trigo irrigado foi plantado em 4 mil hectares em 2018 e deverá ocupar cerca de 4,5 mil agora.

"No ano passado, como em 2017, a produção excedeu nosso consumo e vendemos trigo para outras empresas", conta o presidente da Coopa-DF, José Guilherme Brenner. A cooperativa comercializou sua produção excedente do ano passado por entre R$ 800 e R$ 940 a tonelada e vê a manutenção desse patamar neste ano.

Em 2018, a chuva ajudou e a média de produtividade no Cerrado ficou em 35 sacas por hectare, sendo que alguns produtores obtiveram 50 sacas. A produtividade no sistema irrigado chega a 100 sacas por hectare, mas o custo deprodução é mais elevado e, em alguns anos, a cultura é inviável devido ao baixo volume de chuvas.

Mas como a vida dos produtores não é sempre um mar de rosas, um ataque de brusone (doença fúngica) afetou alguns campos do Cerrado, principalmente em Goiás, e a produtividade deverá ser bem reduzida. "Chuvas em abril, com dias muito nublados, permitiram a incidência da doença. Infelizmente alguns produtores vão perder mais da metade da lavoura", diz Fronza, da Embrapa.

Além dessa questão pontual, é bom lembrar que neste ano o Cerrado concorrerá com uma super safra global - a Argentina, por exemplo, terá mais de 20,6 milhões de toneladas, segundo estimativas do Ministério da Agroindústria do país, 8,4% mais que o recorde do ciclo passado. Mesmo no Brasil, Paraná e Rio Grande do Sul deverão manter os níveis de produção do ano passado, de acordo com a Conab, com 2,8 milhões e 1,9 milhão de toneladas, respectivamente.

Conforme o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), a colheita mundial deverá somar 777,5 milhões de toneladas em 2019/20, 6,3% mais que em 2018/19. Com uma demanda prevista em 759,5 milhões de toneladas e estoques de 293 milhões, a relação entre estoque e demanda mundial será muito confortável, da ordem de 38,6%.

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Fonte: Valor Econômico

15. Paranaguá vai exportar maior carga de farelo de soja de sua história

O Porto de Paranaguá vai movimentar nesta semana a maior carga de farelo de soja para exportação de sua história, cerca de 90 mil toneladas, o equivalente à capacidade de mais de 2,5 mil carretas. Em nota, a administração do porto diz que a operação para carregar o navio chinês Lan Hua Hai, que chega nesta segunda-feira, dia 27, deve durar quatro dias.

“Com 254 metros de comprimento e 43 metros de boca (largura), este é o maior navio graneleiro já recebido no Corredor de Exportação”, disse a empresa Portos do Paraná. Conforme o porto, o farelo brasileiro foi comprado de empresas e cooperativas de produtores como a Cargill, ADM, Coamo, Cocamar, Agrária e Comigo e tem como destino a Holanda.

Em média, os navios que carregam granéis sólidos no Porto de Paranaguá medem entre 199 e 229 metros de comprimento e recebem pouco mais de 60 mil toneladas de carga (soja, milho ou farelo) por escala.

Segundo o chefe da Divisão de Silo dos Portos do Paraná, Gilmar Francener, navios com grande capacidade de carga permitem um ganho operacional. Um navio de 90 mil toneladas substitui a atracação de dois navios menores. “A redução dos tempos operacionais, com redução das manobras de entrada e saída, reflete no preço do frete.”

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Fonte: Estadão Conteúdo/Canal Rural

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