Clipping Agribusiness | 29 de janeiro
- Por: Juliane
- Acessos: 1234
Conjuntura do Agronegócio
1. Cresce preocupação da iniciativa privada árabe com embaixada do Brasil em Israel
Uma eventual mudança da embaixada do Brasil em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém é uma ameaça concreta às exportações do país ao mundo árabe e à possibilidade de que essa parceria comercial se aprofunde para agregar valor à pauta e estimular investimentos.
Esse é o alerta do egípcio Khaled Hanafi, secretário-geral da União das Câmaras Árabes de Comércio, que funciona como um braço econômico da Liga Árabe. Fundada em 1945, a liga é formada atualmente por 22 países, que importaram US$ 11,5 bilhões em produtos brasileiros em 2018, principalmente do setor de agronegócios.
Ao Valor, Hanafi fez questão de esclarecer que não fala em nome de governos e evita analisar politicamente as questões nas quais se envolve por suas consequências econômicas - caso da possível mudança da embaixada do Brasil em Israel.
Mas deixou claro que sabe como ninguém os riscos embutidos em uma medida como essa, sobretudo se disseminada entre os consumidores finais dos países árabes.
"Representamos a iniciativa privada dos 22 países árabes - ou seja, cerca de 75% do Produto Interno Bruto e percentual semelhante de empregos nesses países. E os empresários estão preocupados. Estávamos esperando um crescimento dos negócios entre o Brasil e o mundo árabe, mas esse assunto [a eventual mudança da embaixada] é muito crítico", afirmou ele.
Hanafi lembrou, por exemplo, que divergências políticas costumam limitar o avanço de produtos e serviços de outros países nos mercados da Liga Árabe. Preferiu não nomear países e produtos, mas creditou a esse tipo de problema o fato de refrigerantes, bebidas e redes de fast food estrangeiros, por exemplo, terem encontrado dificuldades em se estabelecer nessa fronteira.
Questionado se fazia referência aos Estados Unidos, Hanafi realçou que as relação entre árabes e americanos estão em um patamar muito mais elevado, dos pontos de vista comercial e de investimentos. "Há uma diferença de modelo de negócios, e os EUA têm uma mídia muito forte, capaz de atenuar a resistência dos consumidores árabes. Não consigo ver isso no Brasil".
Ainda que seja um dos mais importantes exportadores de alimentos aos 22 países da Liga Árabe, o Brasil não se destaca pelos investimentos naquele região. Mas, na visão de Hanafi, pode caminhar para ganhar força também nessa frente. "É hora de incentivar esses investimentos", afirmou o egípcio.
"O novo governo brasileiro já sinalizou que busca o aumento do PIB e a queda do desemprego, com mais oportunidades de negócios com empresas estrangeiras. E a nossa região é atraente para homens de negócios do mundo todo. Nossa população é de cerca de 400 milhões de pessoas, sem contar a influência que temos em regiões vizinhas, como a África".
De acordo com Hanafi, o potencial de ampliação do comércio entre o Brasil e os países árabes é grande se for levado em consideração o trabalho que os países daquela região têm de fazer pensando em sua segurança alimentar.
Se essa preocupação dos árabes, que passa pelo fortalecimento das produções locais, pode provocar alguma queda de exportações de produtos agropecuários no curto prazo - caso recente da Arábia Saudita, que reduziu o número de frigoríficos brasileiros habilitados a exportar carne de frango a seu mercado -, também pode gerar, em um segundo momento, oportunidades de investimentos.
"Podemos aumentar o processamento de matérias-primas importadas do Brasil no Oriente Médio. Podemos fazer isso com a soja, por exemplo", disse. Conforme Hanafi, outro foco de projetos é o setor de logística. "Estamos identificando portos nos quais podemos investir em hubs logísticos para receber produtos brasileiros destinados ao mundo árabe e a outros mercados", afirmou ele, citando novamente a África.
Os projetos não se restringem à agregação de valor - com a eliminação de intermediários no comércio - ou à logística. Hanafi revelou que está entre os planos árabes inclusive o estabelecimento de uma bolsa de commodities, na qual certamente os produtos brasileiros teriam destaque.
Hanafi fala com conhecimento de causa. Ele já foi ministro do Abastecimento e Comércio Interno do Egito, Pasta responsável por boa parte das importações de alimentos do país, que lidera as compras de produtos brasileiros (ver infográfico) nos países da Liga Árabe.
Nos esforços para sensibilizar Brasília sobre os riscos comerciais de uma eventual mudança da embaixada em Israel, a União das Câmaras Árabes de Comércio conta com a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB), que está sob seu guarda-chuva e, como já mostrou o Valor, já vem conversando com o Ministério da Agricultura sobre o tema. Com o apoio da CCAB, que tem sede em São Paulo, Khaled Hanafi estará nesta terça-feira em Brasília, onde se reunirá com a ministra Tereza Cristina.
Notícia na íntegra
Fonte: Valor Econômico
2. Receita Federal atualiza normas previdenciárias
A Receita Federal publicou uma atualização de normas gerais de tributação previdenciária. São 35 páginas que dispõem sobre novos contribuintes — entre eles motoristas de aplicativo e profissionais contratados pelo Mais Médicos —, situações criadas a partir da reforma trabalhista e questões relacionadas aos produtores rurais.
Trata-se da Instrução Normativa (IN) nº 1.867. A norma está na edição de ontem do Diário Oficial da União (DOU) e modifica uma IN mais antiga, a de nº 971, do ano de 2009.
Pelas novas regras fica claro, por exemplo, como devem agir os adquirentes de produtos rurais para que não tenham que reter e recolher a contribuição ao Fundo de Assistência ao Trabalhador (Funrural). Essa era uma dúvida que havia no mercado desde a edição da Lei nº 13.606, no ano passado, que tornou facultativo esse regime.
Os produtores, depois dessa lei, passaram a poder optar entre o modelo do Funrural — em que a contribuição é calculada com base na comercialização dos produtos e retida diretamente pelo adquirente — e o que prevê alíquota de 20% sobre a folha de pagamento dos funcionários. A legislação não previu, no entanto, como ficaria a responsabilidade dos adquirentes no caso de o produtor escolher essa segunda opção.
A instrução normativa, agora, deixa expresso que para se livrar da responsabilidade, ele precisará exigir dos produtores com que faz negócios um documento que comprove o recolhimento da contribuição previdenciária.
“A IN traz um modelo de declaração. O produtor preenche, afirmando que já fez o pagamento, e entrega para o adquirente dos seus produtos”, detalha o advogado Fabio Calcini, do Brasil Salomão & Matthes Advocacia. “Isso vai deixar as empresas mais confortáveis porque cumprindo a orientação da Receita elas sabem que estarão protegidas de qualquer responsabilização.”
Outro ponto, ainda em relação aos produtores rurais, envolve a unificação dos negócios. Pela IN fica claro que o regime escolhido servirá para todas as unidades. Ou seja, se o produtor tem cinco fazendas, ele terá que recolher pela folha de salários ou pela produção em todas elas. Não poderá optar por um dos regimes em três delas, por exemplo, e o outro nas demais.
Tiago Conde, do escritório Sacha Calmon, chama a atenção que essa opção, por um regime ou outro, tem de ser manifestada já no primeiro pagamento, que ocorre no dia 20 de fevereiro. “E vale para todo o exercício de 2019. O produtor não vai conseguir mudar de modalidade no meio do ano. Tem que fazer as contas agora para ver o que vale mais a pena”, observa.
O advogado Renato Vilela Faria, do escritório Peixoto & Cury, diz que é pouco tempo. “O produtor rural tem menos de um mês para avaliar os impactos dessa alteração”, pondera. Outros setores da economia que também podem optar por regimes diferentes de recolhimento à Previdência, afirma, geralmente estão com as suas projeções fiscais já concluídas ou em andamento nesta época do ano.
Situações modificadas com a reforma trabalhista (Lei nº 13.467, de 2017) também foram contempladas pela instrução normativa publicada ontem. A Receita Federal reconheceu a não incidência de contribuições previdenciárias sobre o auxílio-alimentação e diárias de viagem (antes da reforma, haveria contribuição se essas verbas somassem mais de 50% da remuneração do empregado), por exemplo.
Deixou expresso, ao mesmo tempo, que a contribuição é devida pelo trabalhador intermitente — contratado para realizar trabalhos esporádicos. “ A gente pode falar que essa IN incorporou as modificações trazidas pela reforma trabalhista sob o aspecto previdenciário”, diz a advogada Gabriela Jajah, do escritório Siqueira Castro.
Há novidade ainda, nas novas regras da Receita Federal, com relação aos contribuintes individuais. Foram incluídos os médicos contratados pelo programa Mais Médicos, do governo federal. Ficam desobrigados de contribuir, porém, os profissionais intercambistas selecionados por acordo de cooperação nos casos em que o país de origem prevê cobertura securitária específica ou regime de seguridade social.
Além dos médicos, fazem parte da lista de obrigados a contribuir com a Previdência Social, a partir de agora, os motoristas de aplicativos. A base de cálculo, para esses profissionais, é semelhante a dos taxistas: a contribuição incide sobre 20% dos ganhos que tiverem no mês.
Notícia na íntegra
Fonte: Valor Econômico
3. Produtos básicos são metade do que país exportou em 2018, mostram dados do governo
Metade das exportações brasileiras realizadas no ano passado foi de produtos básicos, segundo dados da série histórica do comércio exterior disponibilizados pelo Ministério da Economia.
Produtos classificados como básicos são aqueles que não têm tecnologia envolvida ou acabamento, como minerais, frutas, grãos e carnes, por exemplo.
Ao todo, no ano passado, as vendas externas somaram US$ 239 bilhões, dos quais US$ 119 bilhões (49,7%) se referem a itens básicos.
De acordo com o governo federal, a proporção é a maior desde o início da série histórica, em 1980, ou seja, a maior em 38 anos.
Segundo o Ministério da Economia, as exportações de itens básicos cresceram 17,2% no ano passado, mais de duas vezes acima da expansão de manufaturados (industrializados): 7,4%.
Para analistas ouvidos pelo G1, o Brasil precisa aumentar a exportação de produtos industrializados porque isso pode ajudar na geração de emprego e renda (entenda a argumentação mais abaixo).
Exportação de produtos manufaturados
Diante do crescimento de exportações de produtos básicos, o Brasil tem registrado nos últimos anos queda nas vendas externas de produtos manufaturados.
Em 2018, por exemplo, os produtos industrializados representaram 36,07% das exportações, um dos menores níveis da série histórica (veja no gráfico abaixo).
O que dizem os analistas
Para José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), o país precisa acompanhar o movimento mundial, segundo ele, de buscar aumentar a exportação de produtos manufaturados.
Castro afirma, ainda, que seria melhor o Brasil retomar patamares atingidos em anos anteriores, com menor proporção de vendas de produtos básicos.
"Queremos voltar ao que era no passado [quando a participação de manufaturados era maior]. Todos países do mundo lutam para exportar manufaturados. O Brasil não pode ser diferente. Há uma geração maior de empregos e expansão dos mercados [com a venda de industrializados]. Para as empresas exportadoras, existe um nível de atualização permanente [de tecnologia]", declarou.
José Augusto de Castro avalia ser preciso avançar nas reformas estruturais para o Brasil ter mais competitividade e voltar a exportar mais produtos manufaturados.
De acordo com Diego Bonomo, gerente-executivo de Assuntos Internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a vantagem de exportar produtos industrializados é a maior geração de emprego e renda para o país.
Em 2019, observou Castro, o superávit comercial brasileiro deve cair por que a economia mundial está desacelerando e, com isso, os preços das "commodities" também fica mais baixo - afetando as vendas externas brasileiras. Depois de registrar um superávit (exportações menos importações) próximo de US$ 60 bilhões em 2018, a entidade estima um saldo comercial positivo de apenas US$ 32 bilhões neste ano.
Mercados compradores
Os dados do governo mostram que a China e a Europa receberam os produtos básicos brasileiros no ano passado, enquanto que os Estados Unidos se destacaram na aquisição de manufaturados.
Veja os principais produtos comprados pela China no ano passado:
soja
petróleo em bruto
minério de ferro
celulose
carne bovina
ferro em ligas
carne de frango
algodão em bruto
Para a União Europeia também houve destaque para produtos básicos: farelo de soja, minério de ferro, celulose, café em grão, petróleo em bruto, soja, minério de cobre.
Já para os Estados Unidos, o aumento de 6,6% das exportações foi influenciado pelo crescimento das vendas de aço semimanufaturado, petróleo bruto, partes de motores de aviões, máquinas e aparelhos para terraplanagem.
"As exportações brasileiras para os EUA, em 2018, foram majoritariamente de bens manufaturados (cerca de 60%). Com isso o mercado norte-americano se consolida como o maior destino de produtos industrializados do Brasil", informou o governo.
Ascensão da China
Segundo Diego Bonomo, da CNI, a ascensão da China nos últimos 20 anos como país produtor de manufaturas mudou os "sistemas de trocas" da economia brasileira, que passou de exportadora, principalmente, de industrializados para vendedora de produtos sem acabamento.
"Internamente, a gente tem um desafio de produtividade, que é baixa e está estagnada há quase 10 anos. A agricultura teve um granho de produtividade significativo. Mas talvez o que mais explica é o fator externo, principalmente a China", declarou.
De acordo com o analista, o crescimento da China como produtora puxou o chamado "boom" de "commodities" (alta nos preços de minérios e petróleo, adquiridos pela economia asiática como insumo para sua produção) que vem ocorrendo desde a década 2000.
Ele observou que a China operou com câmbio desvalorizado nas últimas décadas, o que barateou seus produtos industrializados, com regras trabalhistas "inferiores" e com subsídios maciços do Estado, barateando seus produtos e dificultando a competição com as manufaturas brasileiras no exterior.
Notícia na íntegra
Fonte: G1/UDOP
Insumos
4. Resistência de insetos desafia a indústria de biotecnologia
A redução do ritmo de lançamentos de eventos tecnologicamente inovadores e o relaxamento dos agricultores com práticas de manejo ainda importantes para minimizar os danos causados por insetos às lavouras estão prejudicando a produtividade proporcionada pelas sementes transgênicas de milho, no Brasil e em outros países produtores do grão.
O alerta vem do Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB), que acaba de concluir um amplo trabalho sobre o avanço dos organismos geneticamente modificados (OGMs) em lavouras de soja, milho e algodão do país entre 2005 e 2018. Segundo a entidade, a discussão se torna especialmente relevante diante dos relatos de crescimento da população de insetos resistentes às proteínas Bt, o que põe em risco a eficiência da tecnologia.
Adriana Brondani, diretora-executiva do CIB lembra que, atualmente, no caso do milho, os eventos em desenvolvimento são combinações das mesmas proteínas. E ela não acredita que haverá "novidades de peso" no mercado nos próximos dez anos. "Os produtos disponíveis têm mais de uma década. A eficácia acaba caindo", afirmou. "Nesse contexto, os produtores têm que entender que a tecnologia deve ser preservada e respeitar questões relacionadas ao manejo, principalmente no estabelecimento de áreas de refúgio".
Nas áreas de refúgio, não é permitido o plantio de sementes Bt, justamente para não facilitar que os insetos se tornem resistentes. Segundo Adriana, o refúgio tem que ser encarado pelo agricultores como uma medida fitossanitária capaz de proteger sua própria área e de seus vizinhos. "Muitas vezes, contudo, essa área de refúgio não é feita, por questões de praticidade".
Segundo o International Service for the Acquisition of Agri-biotech applications (ISAAA), há no mundo 289 eventos resistentes a insetos aprovados em mais de 20 países, que ocupam 101 milhões de hectares. Soja, milho e algodão representam 100 milhões de hectares. São 251 eventos dessas três culturas, a maior parte de milho. No Brasil, a aprovação para o plantio de sementes contendo genes que conferem resistência a insetos foi em 2005. A estreia foi com algodão, e as primeiras liberações para milho foram em 2007 e para a soja, em 2010.
De acordo com dados da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), existem no Brasil, hoje, 48 eventos aprovados que conferem às plantas a característica de resistência a insetos, isoladamente ou combinada com outras tecnologias, como tolerância a herbicidas. Segundo Adriana, os eventos de algodão não enfrentam os mesmos problemas de resistência do milho, em parte porque as áreas de produção da cultura são bem menores que as do milho.
Segundo o estudo "Impactos econômicos e socioambientais da tecnologia de plantas resistentes a insetos no Brasil: análise histórica, perspectivas e desafios futuros", realizado pelo CIB em parceria com a Agroconsult, a adoção de tais eventos permitiram que fossem produzidas 55,4 milhões de toneladas a mais de soja, milho e algodão no Brasil entre 2005 e 2018. Nos próximos dez anos, a expectativa é que esse volume adicional supere 100 milhões de toneladas.
Pelo aumento da produção e economias em tratos culturais e mesmo com defensivos, o estudo aponta que os produtores tiveram lucro adicional de R$ 21,5 bilhões entre 2005 e 2008. Na safra passada (2017/18), a taxa de adoção de plantas resistentes a insetos no Brasil chega a 62% para no caso da soja, 79% para o milho e 83% para o algodão. A área cultivada total chegou a 36 milhões de hectares na temporada.
Notícia na íntegra
Fonte: Valor Econômico
5. Indústria de fertilizantes importa mais e se prepara para safrinha
O ano parecia ruim para o setor de fertilizantes, após a paralisação dos caminhoneiros, a ruptura na entrega de produtos e o imbróglio da tabela de frete. Não foi o que ocorreu.
O setor terminou 2018 —os dados ainda não estão disponíveis— com entrega recorde de produtos e deve começar 2019 com ritmo intenso.
O Brasil tem forte dependência externa no setor, e as compras de 2018 somaram 29,54 milhões de toneladas, com gastos de US$ 8,62 bilhões, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).
Uma parte dessas importações não fica com as indústrias de adubos, mas é utilizada por outros setores.
Com isso, os números de importação do Siacesp (sindicato do setor) e da Anda (Associação Nacional para a Difusão de Adubos) indicam volume menor: 27,7 milhões de toneladas, 5,1% mais do que em 2017.
A indústria teve uma atividade intensa de julho a outubro, quando entregou 17,1 milhões de toneladas de fertilizantes, 9,4% mais do que em igual período anterior.
Não tirou os olhos, porém, da safrinha, que consumirá bom volume de adubo. No último trimestre, foram importados 8,7 milhões de toneladas, 22% mais do que de outubro a dezembro de 2017.
"O setor segue o padrão dos últimos 20 anos, crescendo a uma taxa anual de 5%", diz Fabio Silveira, sócio-diretor da MacroSector Consultores.
Em 2018, a agricultura foi impulsionada pelas boas receitas, que cresceram de 3,5% a 4%, descontada a inflação. "E 2019 não vai ser muito diferente para insumos, devido ao colchão de preços que será proporcionado pela desvalorização cambial."
Incertezas internas e externas provocarão turbulência, que será responsável por alta da taxa de câmbio.
Essa elevação do dólar aumenta as receitas dos produtores em reais.
As exportações de commodities não deverão ter a mesma intensidade das de 2018. Mas, mesmo com a queda de preços externos, o produtor vai ganhar. A desvalorização cambial garantirá receitas reais. Silveira estima o dólar em R$ 3,90, em média.
Em 2018, a desvalorização cambial garantiu boa parte dos lucros dos produtores, permitindo vendas maiores também para as indústrias de fertilizantes.
A comercialização de um volume maior de insumos, e a um preço melhor, reduziu os custos fixos médios, dando ganho de margens para as indústrias, segundo Silveira.
Notícia na íntegra
Fonte: Folha de S. Paulo/UDOP
6. Primeira venda de créditos RTRS não-OGM é concretizada
Em dezembro de 2018 foi concretizada a primeira venda de créditos RTRS não-OGM ao mercado escandinavo. Os créditos RTRS não-OGM são resultado de um novo modelo de certificação, lançado em 2018, que permite apoiar a produção de soja não-OGM certificada RTRS por meio do sistema de créditos, mas sem obter essa soja fisicamente.
Desta forma, os produtores RTRS não-OGM do Cerrado brasileiro receberam o primeiro apoio para continuar a produção responsável de soja não-OGM. A primeira transação foi realizada pela Fazendas Bartira – que opera e investe em ativos agropecuários há mais de 30 anos no Brasil – para as empresas escandinavas Skånemejerier AB , empresa de laticínios do sul da Suécia, e Unil AS - uma subsidiária integral da NorgesGruppen AS, líder de mercado nos setores de conveniência, varejo e serviços de alimentação na Noruega.
“Estamos orgulhosos e felizes por assumir esse compromisso que reforçará o foco na produção não-OGM e apoiará os agricultores que produzem de acordo com os princípios e critérios da RTRS na região do Cerrado brasileiro”, afirma Anna Frey-Wulff, Gerente de Sustentabilidade Corporativa da Skånemejerier.
As duas empresas escandinavas fizeram a primeira compra de créditos RTRS não-OGM até o momento, um total de 1.280 adquiridos do Brasil, com o apoio da ACT Commodities. Isto é um passo importante para o aumento da produção responsável de soja não-OGM e um sinal positivo de demanda crescente.
“A Unil está muito orgulhosa de estar entre os primeiros compradores de Créditos RTRS não-OGM. Considerando o forte enfoque não-OGM da Noruega, bem como a política de desmatamento de Unils, tem sido um passo natural para nós apoiarmos e promovermos um mercado responsável pela agricultura não-OGM de soja na área vulnerável do Cerrado do Brasil. Estamos muito felizes que a RTRS agora possa fornecer isso”, observa Julie Haugli Aarnæs, Gerente de Sustentabilidade da Unil AS.
“Continuamente aprimoramos nossas práticas agrícolas aos mais altos padrões de eficiência operacional e produção responsável. Estamos felizes com o reconhecimento e incentivo as nossas iniciativas e pioneirismo”, conclui Luiz Iaquinta, Diretor de Qualidade e Segurança, Saúde e Meio Ambiente (SSMA) das Fazendas Bartira.
Soja certificada RTRS não-OGM
O módulo da RTRS referente à soja não-OGM segregada já existe desde 2011 e a associação continuará a apoiá-lo para quem quiser obter soja não-OGM por meio de cadeias de suprimento com segregação física.
Para obter créditos RTRS não-OGM, os produtores precisam cumprir a legislação local, os Princípios e Critérios da RTRS (cumprimento legal e boas práticas empresariais; condições de trabalho responsáveis, relações comunitárias responsáveis; responsabilidade ambiental e práticas agrícolas adequadas) e todos os requisitos de produção não-OGM na propriedade rural, que inclui checar o status de produto na época da colheita em cada parcela não-OGM das fazendas. Este novo modelo permite apoiar a produção de soja não-OGM certificada RTRS por meio do sistema de créditos, mas sem obter essa soja fisicamente.
Notícia na íntegra
Fonte: Agrolink
Proteína Animal
7. Marfrig se fortalece com negócio em MT
A Minerva Foods deve receber ao menos R$ 40 milhões da Marfrig Global Foods pela venda do abatedouro de bovinos que possui na cidade de Várzea Grande (MT), afirmaram duas fontes ao Valor. Procurada pela reportagem, a Marfrig confirmou a informação. A Minerva não comentou.
Na quinta-feira, as companhias anunciaram um acordo para trocar o frigorífico de Várzea Grande, na região de Cuiabá, pelo abatedouro da Marfrig em Paranatinga, no norte de Mato Grosso. No comunicado de ambas as empresas, não houve menção explícita ao montante a ser pago pela Marfrig.
À Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Minerva Foods informou que receberá os "ativos que integram a Planta Paranatinga e outros ativos compensatórios". A Marfrig utilizou texto semelhante no comunicado de 24 de janeiro.
Na prática, o pagamento adicional da Marfrig à Minerva se deve à diferença de capacidade entre os dois frigoríficos. Enquanto em Várzea Grande a Minerva é capaz de abater 1,7 mil cabeças, em Paranatinga é possível abater 1,1 mil bovinos diariamente, segundo uma das fontes.
Do ponto de vista operacional, a troca de ativos é positiva para a Marfrig. Em dezembro, a empresa anunciou a compra, por R$ 100 milhões, da fábrica de hambúrguer da BRF localizada no mesmo complexo industrial onde está o abatedouro da Minerva. Ao comprar o frigorífico, portanto, a Marfrig terá uma operação mais eficiente, produzindo hambúrguer com a carne oriunda do frigorífico de Várzea Grande.
A transação entre Marfrig e Minerva ainda depende de autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). As duas empresas estão entre as três maiores indústrias de carne bovina do país. A expectativa é que o órgão antitruste aprove a transação em até 30 dias.
Considerando o acordo de troca de ativos com a Minerva e a fábrica de hambúrguer da BRF - transação que foi concluída na semana passada -, a Marfrig desembolsará mais de R$ 140 milhões para assumir o complexo industrial de Várzea Grande.
Paralelamente ao negócio no Brasil, a Marfrig também adquiriu, no fim do ano passado, o controle da argentina Quickfood, que pertencia à BRF, por US$ 54,9 milhões (cerca de R$ 200 milhões). Com isso, deve gastar cerca de R$ 350 milhões nessas aquisições.
Os compras na Argentina e em Mato Grosso reforçam a aposta da Marfrig em carnes processadas. A Quickfood é dona da marca Paty, líder no mercado argentino de hambúrguer. Na fábrica mato-grossense de Várzea Grande, a Marfrig produzirá hambúrguer e almôndega para a BRF, que continuará vendendo os itens com as marcas Sadia e Perdigão. Adicionalmente, a empresa poderá fornecer hambúrguer para grandes restaurantes.
Em dezembro, quando anunciou a compra dos ativos da BRF, a Marfrig informou que se tornara a maior produtora de hambúrgueres do mundo. Antes de Argentina e Brasil, a Marfrig já produzia hambúrguer para o McDonald's no Estado de Ohio, nos Estados Unidos.
Notícia na ítnegra
Fonte: Valor Econômico
8. Malásia autoriza importação de bovinos vivos do Brasil
A Malásia abriu seu mercado para as exportações de bovinos vivos do Brasil. Em nota, o Ministério da Agricultura informou que foram aprovados os requisitos sanitários negociados com o Ministério da Agricultura e Agroindústria da Malásia.
"O país asiático tem mais de 30 milhões de habitantes e importa cerca de 80% da carne bovina que consome", informa a Agricultura.
Os animais importados são abatidos no País. "O governo brasileiro seguirá negociando com o governo da Malásia a exportação de gado vivo para reprodução, bem como a expansão das habilitações para exportação de carne de aves e de carne bovina", disse a pasta.
Notícia na íntegra
Fonte: Estadão Conteúdo/Globo Rural
9. Produtores rurais terão que se adequar à nova regulamentação para qualidade do leite
A partir de maio deste ano, passa a ser obrigatória uma nova regulamentação referente ao setor de leite. As instruções normativas 76 e 77, publicadas pelo Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, trazem regras sobre produção, transporte, acondicionamento e armazenamento.
A Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária alerta sobre a importância da adequação do setor. “As mudanças também representam um desafio para as indústrias do setor, que precisam, por exemplo, rever a logística de coleta”, afirma o diretor-secretário da Famasul, Frederico Stella, destacando também: “É muito importante seguir os parâmetros estabelecidos nas INs, para que se produza um leite de qualidade”.
As propriedades rurais atendidas pela ATeG – Assistência Técnica e Gerencial, do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, recebem orientação de manejo e conhecimentos relacionados com as mudanças. “Com o Mais Leite, programa que atende mil propriedades rurais no estado, o criador tem acesso a capacitações que proporcionam adequação à normativa. Nova lei é fundamental porque direciona a melhoria dos processos da qualidade da matéria-prima”, afirma o coordenador técnico do Senar/MS, Francisco Paredes.
Para Paredes o programa supre a necessidade dos estabelecimentos na qualificação junto aos laticínios. “O plano de ação visa não só o aumento de produção, mas também buscando a sustentabilidade do empreendimento”.
A regulamentação foi publicada pelo Mapa - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no final do ano passado. A partir do dia 30 de maio de 2019, produtores e empresas que beneficiam o leite terão que obedecer as novas legislações. Para conhecer, na íntegra, o conteúdo das instruções normativas, clique aqui.
Preços do Leite – Dados do último boletim informativo do Sistema Famasul apontam para uma recuperação no mercado. De acordo com a Unidade Técnica, em Mato Grosso do Sul, o preço médio do leite em 2018 ficou em R$ 1,0428/litro, com alta de 9% em relação ao valor de 2017, de R$ 0,9564. “A estimativa para 2019 é de valorização em 2,3%, previsão mais associada ao desempenho da demanda, uma vez que o volume produzido no estado não deve crescer”, afirma o diretor da Famasul, Frederico Stella
Justamente no período do início da obrigatoriedade da normativa, é que o setor espera um avanço nas cotações. “Os preços do leite registram uma maior valorização, tradicionalmente, entre maio e agosto, período mais seco do ano que compromete a qualidade das pastagens e consequentemente reduz a produtividade do rebanho”, reforça Stella.
Representatividade Rural – No dia 19 de janeiro, a diretoria do Sistema Famasul participou de um encontro com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias, e com representantes rurais para ouvir demandas dos produtores do estado.
As lideranças entregaram um documento elaborado pela Federação e outras instituições, elencando alguns desafios para a produção da matéria-prima. “A Famasul recebe positivamente a visita da Ministra que vem para ouvir o setor que possui questões bem peculiares e que é estratégico para o desenvolvimento da economia do nosso estado”, afirmou, na ocasião, o diretor-tesoureiro da Federação, Marcelo Bertoni.
Notícia na íntegra
Fonte: Agrolink
Agroenergia
10. Evandro Gussi assumirá presidência da Unica
O deputado federal Evandro Gussi (PV-SP), que encerra seu mandato em 31 de janeiro, deverá assumir a presidência da União das Indústrias de Cana-de-Açúcar (Unica) em meados de fevereiro no lugar da economista Elizabeth Farina, que ocupou o cargo por seis anos, conforme apurou o Valor.
Advogado, Gussi é coordenador da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel, membro da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) e foi o responsável por apresentar na Câmara dos Deputados o projeto de lei que criou a Política Nacional de Biocombustíveis, o RenovaBio. O projeto foi elaborado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) sob a gestão Temer, mas apresentado por iniciativa parlamentar.
A escolha de Gussi à liderança da Unica deu-se através de processo de headhunter, mas seu nome já vinha sendo ventilado por executivos do setor desde o fim do ano passado. Segundo um executivo, os usineiros queriam alguém com perfil mais político para estabelecer diálogo com o governo Bolsonaro.
Dentre sua atuação parlamentar, Gussi votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff, a favor da PEC do teto de gastos, da reforma trabalhista e trabalhou contra a aprovação do tabelamento do frete rodoviário. Também participou da bancada evangélica e da bancada de segurança.
Notícia na íntegra
Fonte: Ministério do Meio Ambiente/NovaCana
11. Preço do etanol recua nos postos da maior parte dos Estados do país
Os preços do etanol hidratado (usado diretamente nos tanques dos veículos) caíram nos postos da maior parte dos Estados do país na semana passada, na esteira da redução dos preços da gasolina. Contudo, houve altas em alguns Estados com importantes participações na demanda nacional.
De acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana móvel encerrada no dia 26 os preços médios do etanol recuaram em 13 Estados e no Distrito Federal, e subiram em 11 unidades federativas. No Rio Grande do Sul, o preço médio ficou estável, e mais uma vez a ANP não realizou levantamento no Amapá.
Maior polo consumidor de combustíveis do país, São Paulo viu o preço médio do etanol continuar a cair para os motoristas. A queda desta vez foi de 1,06% ante a semana anterior, para R$ 2,608 o litro. Em quatro semanas, o produto registrou desvalorização de 1,32%.
Em Goiás, forte mercado consumidor, o litro do biocombustível já acumula queda de 6,29% em quatro semanas, após novo recuo, agora de 3,08%, para R$ 2,892 o litro.
Já em Minas Gerais, outro importante polo consumidor, os preços tiveram leva alta de 0,07%, para R$ 2,958 o litro. Essa ligeira valorização amenizou parte da queda das últimas semanas. Em quatro semanas, o preço do etanol ainda acumula retração de 0,8% nos postos mineiros.
O etanol segue economicamente mais competitivo do que a gasolina para a maior parte da frota flex em cinco Estados: São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.
Notícia na íntegra
Fonte: Valor Esconômico
12. Em dia de baixas nos mercados, açúcar barato, rolagem e menor oferta da Índia (19/20) fazem NY reagir
O clima de mau humor que tomou conta dos mercados na abertura da semana, contaminados por China e Estados Unidos, não pegou o açúcar na ICE Futures (Nova York), o que não é muito usual sendo uma commodity sem liquidez como vem se mostrando há tempos e particularmente quando o barril do petróleo tem forte movimento. Tudo desceu (inclusive no Brasil) e o açúcar subiu bem com a primeira pista sendo buscada no pregão da sexta.
A expressiva desvalorização de mais de 50 pontos na tela de março, atribuída por alguns analistas internacionais a um grande volume de contratos em aberto colocados à venda, deu suporte para a correção de mais 35 pontos nesta segunda (28), fixado em 12.79 c/lp. E teria também estimulado um movimento de compras com o açúcar barato.
Na contramão do recuo do Brent em Londres, que caiu abaixo dos US$ 60/barril, das bolsas e das outras commodities - por complicações no acordo China-EUA, mais preocupações com a economia chinesa apesar da liberação de parte dos compulsórios dos bancos e a ameaça do governo americanos paralisar novamente -, o mercado também aproveitou para rolar posições.
De acordo com Maurício Muruci, da Safras & Mercados, "o driver já está no radar da mudança de março para maio", diz, lembrando que ambos também estão próximos (o maio fechou em 12.89 c/lp, reforçado em 30 pontos).
Vai merecer também atenção daqui pra frente as expectativas de disponibilidade menor de açúcar da Índia na safra 19/20, que começa em outubro. O país asiático vai tirar 1 milhão de toneladas este ano para suprir o blend de etanol na gasolina, mas já avisou que subirá para 3 milhões na próxima temporada. E o outubro em Nova York saiu valendo 13.37 c/lp, em mais 30 pontos. E todas as telas para 2020 sinalizam essa tendência, completa Muruci.
Índia no longo prazo, e Brasil no curto: começa a ficar mais evidenciada outra quebra brasileira no Centro-Sul pela seca e calor desde dezembro, sobre cana velha (e pouca ajudada com as chuvas de outubro/novembro depois de longa estiagem).
Embora o volume ficará conhecido basicamente no início da safra, Notícias Agrícolas há dias vem dando uma série sobre várias regiões produtoras, nas quais os agentes locais dizem que mesmo as chuvas voltando a cana de início de safra já pode ser contabilizada como menor.
Mas os mapas climáticos nem dão esperanças de melhora substantiva.
Notícia na íntegra
Fonte: Notícias Agrícolas/UDOP
Grãos e Grandes Culturas
13. Grão convencional em alta nos EUA
Pela primeira vez em 15 anos, o fazendeiro Steve Ruh, de Illinois, plantará apenas sementes convencionais de soja com o objetivo de aumentar seus lucros em um mercado de nicho de alto padrão, abandonando as populares variedades transgênicas.
"As margens estão tão apertadas que procuramos qualquer coisa para gerar mais dólares por hectare", disse Ruh, de 50 anos. Na bolsa de Chicago, os futuros da soja chegaram a cair 25% em relação ao pico de março quando a China, em guerra comercial com os EUA, decidiu privilegiar a oferta brasileira após colheitas abundantes nas Américas.
Ruh optou pela mudança em novembro. Ele plantará seus 607 hectares em abril, em busca de preços melhores e também para reduzir custos, já que as variedades de sementes modificadas são mais caras. Em 2018, os produtores americanos provavelmente enfrentaram a quarta queda de lucros líquidos em cinco anos, enquanto os custos subiram 4,2%, segundo dados do governo.
De acordo com Kevin McNew, economista-chefe da Farmers Business Network, a média de preços de uma saca de sementes de soja convencional é US$ 39, ante os US$ 54 da semente transgênica mais cara.
Aron Carlson, que cultiva milho e soja em 1.450 hectares na região norte de Illinois, também planeja utilizar mais sementes mais convencionais neste ano e reduzir a área dedicada à oleaginosa em detrimento do cereal. "Precisamos procurar coisas diferentes. Surgem sinais de que a demanda por alimentos feitos com ingredientes sem modificação genética nos EUA está aumentando.
Em 2018, 35% dos consumidores americanos entre 18 e 34 anos estavam "conscientes e preocupados" com os organismos geneticamente modificados, contra 25% em 2013, segundo a empresa de pesquisas NPD Group. Nesse contexto, os prêmios pela soja não transgênica estão em alta e chegam a até US 2,50 por bushel.
Notícia na íntegra
Fonte: Valor Econômico
14. Indústrias agora veem queda de 25% no valor das exportações de soja
Com ventos menos favoráveis, o Brasil deverá embolsar, em 2019, menos divisas com as exportações de soja em grão, que é o carro-chefe do agronegócio nacional. Segundo novas estimativas divulgadas pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), a receita com os embarques da matéria-prima deverá alcançar US$ 26,6 bilhões este ano, US$ 1,5 bilhão a menos que o previsto em dezembro e valor 25,2% menor que o de 2018.
Considerando também as vendas externas de farelo e óleo de soja, a Abiove projeta que o Brasil poderá obter US$ 32,75 bilhões com todo o "complexo soja", redução de 4,1% em relação ao cenário traçado em dezembro. Na comparação com o valor estimado para 2018, a queda é de 20,2%.
Em volume, estima a associação, as exportações de soja deverão chegar a 70,1 milhões de toneladas em 2019, 3,8 milhões a menos que a estimativa anterior e volume 13,7 milhões de toneladas inferior ao recorde do ano passado. A previsão da Abiove é mais pessimista que a da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que neste mês projetou 75 milhões de toneladas. Segundo a entidade, as vendas de farelo de soja devem chegar a 16,2 milhões de toneladas, alta de 0,6% ante 2018. E as de óleo de soja devem atingir 400 toneladas, queda de 71,9% na comparação anual.
Daniel Furlan Amaral, gerente de economia da Abiove, explica que a redução estimada é consequência da menor produção estimada nesta safra 2018/19, devido à piora nas condições climáticas, e da expectativa de que a guerra comercial entre China e Estados Unidos arrefeça, de forma que o gigante asiático retome o ritmo normal de compra do grão americano. "E os estoques iniciais estão baixos no Brasil também", avalia. A Abiove estima estoques iniciais em 778 toneladas em 2018/19, redução de 34,7% ante a estimativa anterior.
Outro ponto que deverá pesar negativamente sobre as vendas externas é que as exportações da Argentina deverão ser retomadas com a recuperação da produção no país.
No Brasil, a produção estimada pela Abiove é de 117,9 milhões de toneladas do grão, 2,5% a menos que o previsto no mês passado e 2,8% abaixo do recorde de 2017/18.
Nesse caso, a Abiove está mais otimista que a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Brasil (Aprosoja-Brasil). A entidade estima perdas de até 15 milhões de toneladas no ciclo 2018/19, para 105 milhões de toneladas. O volume é 12,5% menor que a expectativa inicial de 120 milhões de toneladas para a safra corrente. A revisão considera a seca e o clima quente em grandes regiões produtoras do Mato Grosso e do Paraná e o excesso de chuvas no Rio Grande do Sul.
Notícia na íntegra
Fonte: Valor Econômico
15. CNA entrega demandas do café para Ministra da Agricultura
Integrantes da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) se reuniram com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na sexta (25), em Brasília. O grupo solicitou o apoio do ministério para a elaboração conjunta de políticas de garantia de renda para a cafeicultura nacional.
No documento entregue à ministra, a CNA propôs ações baseadas no desenvolvimento de mecanismos de proteção de risco adequados à atividade, na melhoria das políticas cafeeiras amparadas no Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) e na regularização dos débitos crônicos que se estenderam ao longo dos últimos anos.
“Cada um saiu daqui com uma tarefa de casa. Temos um estoque grande de café e hoje os preços não são bons. Precisamos construir juntos para ver o que é possível fazer para melhorar a vida do produtor rural, para que ele receba mais e tenha mais renda”, disse Tereza Cristina.
Durante o encontro, os participantes também apresentaram números sobre a cafeicultura nacional e discutiram propostas que possam garantir a sustentabilidade econômica do setor.
Na opinião do presidente da Comissão Nacional do Café da CNA, Breno Mesquita, é preciso antecipar medidas para evitar o que aconteceu no ano passado, quando mesmo com uma safra boa, os produtores comercializaram o grão abaixo do custo de produção e não obtiveram lucro.
“Queremos discutir políticas no tempo certo e na medida certa para ajustar e dar ao cafeicultor a rentabilidade que ele precisa por um ano de trabalho”, afirmou Breno Mesquita.
O superintende técnico da CNA, Bruno Lucchi, e o assessor técnico da Comissão Nacional de Café da CNA, Maciel Silva, também participaram da reunião.
Notícia na íntegra
Fonte: CNA/Agrolink