Conjuntura do Agronegócio

1. Estimativa é de alta de 2,21% para o PIB do agronegócio em 2018

O PIB do Agronegócio Brasileiro recuou 0,16% em outubro de 2018, segundo pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). No acumulado de janeiro a outubro, o cenário seguiu negativo para a renda do setor, com queda de 0,62%. A pressão segue vindo do ramo pecuário.

Segundo pesquisadores do Cepea/CNA, o desempenho negativo da renda gerada no agronegócio em 2018 está ligado à elevação de custos de produção nos segmentos primários agrícola e pecuário e às quedas principalmente relacionas à demanda verificadas em diversas atividades do ramo pecuário.

De acordo com levantamentos do Cepea/CNA, o ramo pecuário registrou queda de 1,18% em outubro, enquanto o agrícola cresceu 0,26% no mês. No ano (de janeiro a outubro), os movimentos são na mesma direção, com recuo de 10,90% para o pecuário e alta de 3,85% para o agrícola.

No ramo pecuário, a demanda interna enfraquecida e o fechamento de importantes mercados externos destinos da carne - bovina, suína e de aves - do Brasil influenciaram os preços com maior intensidade ao longo do ano.

Porém, a disputa comercial entre China e Estados Unidos, além do câmbio favorável à elevação da competitividade da proteína brasileira no mercado externo, surtiu efeitos favoráveis às exportações da carne brasileira desde setembro, notadamente com destinação a mercados asiáticos, o que resultou em certa sustentação de preços de outubro (no acumulado, porém, o resultado segue negativo).

O segmento primário do ramo pecuário também sofreu impactos do incremento de custos de produção, com destaque para a elevação do preço do milho no período. Quanto ao ramo agrícola, apesar da recuperação dos preços ao longo de 2018, a esperada elevação na produção e o incremento nos custos, com destaque para os preços dos fertilizantes e do diesel, ainda mantêm o segmento primário com renda baixa no ano.

As projeções para 2018 do PIB-volume do agronegócio, calculado pelo critério de preços constantes, seguem apontando crescimento, em todos os segmentos. O PIB-volume do agronegócio deve crescer 2,21% em 2018, com altas de 5,31% para insumos, de 0,97% para o segmento primário, de 2,33% para a agroindústria e de 2,56% para os agrosserviços.

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Fonte: Datagro/UDOP

2. El Niño deve atingir pico em fevereiro

O Verão brasileiro vem sendo impactado pelo aquecimento do Oceano Pacífico em sua porção mais próxima da linha do Equador – área onde se classifica a existência do fenômeno El Niño. De acordo com a meteorologista Graziella Gonçalves, da ClimaTempo, é neste mês de Fevereiro de 2019 que deve se sentir as maiores consequências no clima do País.

“O mês de dezembro, apesar de quente e com menos chuva que a média no Paraná, ainda não foi atingido diretamente pela formação do fenômeno. Ao longo do mês de janeiro, o El Niño, que tende a ser fraco e ter curta duração, já se configurou e impactou no regime de chuvas de algumas semanas do mês”, comenta.

Fevereiro, prevê a especialista, inicia com precipitações mais frequentes, que devem se estender até a metade do mês. O fenômeno El Niño deve forçar temperaturas a seguirem altas, e alguns curtos períodos de tempo seco serão observados na segunda metade do segundo mês do ano.

Já para o mês de Março fenômeno El Niño perde sensivelmente suas forças e as chuvas no Brasil ocorrerão de acordo com as médias históricas para o mês. “O calor deve continuar, porém já não tão intenso quanto no mês anterior. Com o fenômeno El Niño ainda atuando, mesmo que de maneira fraca, fica mais difícil para que as ondas de frio sejam antecipadas, diminuindo o risco para geadas, e a temperatura segue acima da média para o mês. As chuvas também podem ficar acima da média, pois as frentes frias tendem a se manter mais tempo ao sul do país”, conclui Graziella Gonçalves.

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Fonte: Agrolink

3. Minas levanta prejuízos da agropecuária após rompimento de barragem

O Governo de Minas Gerais iniciou um levantamento sobre o número de produtores rurais e das áreas de atividades agropecuárias prejudicados pelo rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho. Nesta segunda-feira (28/01), a secretária de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ana Valentini, esteve reunida, em Belo Horizonte, com diretores e técnicos da Emater-MG, do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) para planejar as ações que serão implementadas.

Segundo a secretaria, o trabalho será feito em Brumadinho e nos municípios que ficam no trecho onde os rejeitos da barragem possam atingir a água do rio Paraopeba: Betim, Cachoeira da Prata, Caetanópolis, Curvelo, Esmeraldas, Felixlândia, Florestal, Igarapé, Inhaúma, Juatuba, Maravilhas, Mário Campos, Papagaios, Pará de Minas, Paraopeba, Pequi, Pompeu, São Joaquim de Bicas e São José da Varginha.

Técnicos da Emater-MG e do IMA irão fazer um cruzamento de dados para identificar a produção agropecuária dos municípios prejudicados. No caso de Brumadinho, dados preliminares indicam que as áreas atingidas pela lama são principalmente de plantio de hortaliças.

“Em Brumadinho, como os técnicos ainda não tiveram acesso aos locais atingidos, estamos trabalhando com dados cadastrais e de georreferenciamento da produção. Já os produtores que ficam nos municípios a jusante e às margens do rio Paraopeba também irão receber visitas e orientação sobre a impossibilidade de irrigação. Vamos buscar os dados de análise de água do rio feita pela Copasa para que possamos orientar os produtores sobre a qualidade desta água”, explicou Ana Valentini.

Outra ação desenvolvida é o levantamento de demandas nas propriedades às margens do rio Paropeba, onde a água é usada pelos animais, principalmente pelo gado bovino. “No caso dos animais, onde não for possível o consumo da água do rio, uma alternativa seria levar água em caminhões-pipa para estes locais e, onde isso não der para atender à propriedade, poderia ser estudada até a remoção destes animais para outras áreas”, afirmou a secretária.

A Emater-MG também irá fazer um levantamento dos produtores atingidos que obtiveram crédito rural junto a agentes financeiros. Dependendo da necessidade, a secretaria de Agricultura poderá solicitar aos bancos uma prorrogação do pagamento pelos produtores rurais. Num outro momento, será elaborado um plano de retomada da atividade agropecuária da região atingida. Para isso, a Epamig irá propor um trabalho de análise de solo junto com a Embrapa Solos.

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Fonte: Globo Rural

Insumos

4. Problema com tecnologia Bt pode fazer produtor deixar de lucrar R$ 86 bi

Uma possível perda de eficiência da tecnologia de resistência a insetos (também conhecida como Bt), inserida nas sementes de algodão, milho e soja, poderia fazer com que agricultores brasileiros deixassem de lucrar R$ 86,3 bilhões na próxima década, segundo o Conselho de Informações sobre Biotecnologia (CIB). A avaliação consta do estudo "Impactos econômicos e socioambientais da tecnologia de plantas resistentes a insetos no Brasil: análise histórica, perspectivas e desafios futuros".

O cálculo para o valor que deixaria de ser obtido pelos produtores considera R$ 70,5 bilhões de receita com ganhos de produtividade e R$ 15,8 bilhões de economia nos custos de produção. Entre 2005 e 2018, as culturas resistentes a insetos geraram lucro adicional de R$ 21,5 bilhões para os agricultores, segundo a pesquisa.

O estudo foi conduzido pelo CIB em parceria com a Agroconsult e avaliou lavouras de algodão, milho e soja resistentes a insetos e as comparou com aquelas que não contam com a proteção oferecida pelas variedades transgênicas.

Os resultados mostram que foram produzidos 55,4 milhões de toneladas a mais de algodão, soja e milho entre 2005 e 2018 em consequência da tecnologia de resistência a insetos.

"Esse montante poderá ser acrescido de 107,1 milhões de toneladas de grãos e fibras na próxima década", disse o CIB, em nota. No mesmo período, o cultivo de plantas Bt contribuiu para reduzir em 122 mil toneladas o volume de inseticidas aplicados no campo, ou praticamente 50 mil toneladas de ingrediente ativo. Para a próxima década, a previsão é que sejam economizados mais 294 mil toneladas de inseticidas ou 98 mil toneladas de ingrediente ativo.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Globo Rural

5. “Agricultura e inteligência artificial serão inseparáveis”

Um artigo publicado pelo portal especializado www.muyinteresante.es, da Espanha, listou uma série de exemplos do uso da inteligência artificial na agricultura e os motivos que levarão os produtores e as empresas especializadas a investirem cada vez mais nessa tecnologia com o passar do tempo. De acordo com a publicação, as soluções podem ser benéficas tanto para os agricultores e para as culturas, bem como para o meio ambiente.

“Através de dispositivos inteligentes e tecnologias de inteligência artificial (IA), os agricultores em Aragão (cidade espanhola) podem fazer um uso mais eficiente dos recursos naturais, especialmente da água. O equipamento de Internet das Coisas (IoT) instalado no campo e a análise de dados na nuvem, no caso o Microsoft Azure, oferecem informações sobre o melhor momento para plantar, regar, fertilizar ou colher culturas, de uma forma que os agricultores podem obter maior rastreabilidade da produção de suas fazendas”, diz o texto.

Além disso, as informações sobre o estado das lavouras são obtidas em tempo real para analisar a evolução de indicadores como temperatura ambiente e do solo, umidade do solo, pressão atmosférica, vigor das plantas, precipitação registrada ou velocidade do vento. “Isso facilita a tomada de decisões em cada um dos momentos do ciclo de produção”, completa.

Outro exemplo de incorporação de soluções de inteligência artificial no campo da agricultura é encontrado na empresa norte-americana Intel. Especialistas dizem que, até 2050, o mundo terá que produzir 50% a mais de alimentos do que é produzido hoje, mas com menos recursos e sendo mais eficiente. Gayle Sheppard, vice-presidente da Intel, diz que "a inteligência artificial pode ajudar os agricultores a obter mais da terra usando recursos de forma mais sustentável".

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Fonte: Agrolink

6. CNA defende revogação de decreto que reduz descontos sobre energia no meio rural

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) quer a revogação de um decreto publicado no ano passado que reduz gradualmente os descontos sobre a tarifa básica de energia nas propriedades rurais. Segundo a entidade, a medida vai elevar o custo de produção principalmente para os pequenos irrigantes e aquicultores, com aumento imediato no preço.

Pelo Decreto 9.642/2018, a ideia é reduzir em 20% ao ano, a partir de 2019, os descontos cumulativos sobre a tarifa básica de energia no campo até zerar em cinco anos. A decisão afeta dois grupos de unidades de consumo: os de fornecimento de alta tensão (acima de 2,3KV), enquadrados no “Grupo A Rural”, e os de baixa tensão (abaixo de 2,3 KV), classificados como “Grupo B Rural”.

Em comunicado técnico, a CNA ressalta que os descontos já existentes sobre a energia utilizada no período das 21h30 às 6h, que variam de 60% a 90%, serão preservados. Este benefício é garantido pela Lei nº 10.438/2002. O decreto reduz a partir deste ano os descontos sobre este horário, de 10% para 8% no grupo A e de 30% para 24% no grupo B e acaba com a cumulação desses descontos na tarifa da irrigação e aquicultura noturna.

Segundo a Confederação, a medida vai impactar especialmente as propriedades de baixa tensão, com alta de 43% no valor da energia em horário reservado (21h30 – 6h), devido a perda a acumulação dos descontos, além da elevação anual de 8,5% no valor da energia elétrica no restante do dia pelos próximos cinco anos.

“As tarifas noturnas serão mantidas. Mas os descontos sobre essas tarifas serão diminuídos e o cálculo agora serão feito de outra forma, em cima da tarifa básica, o que é um problema”, explica Gustavo Goretti, assessor técnico da Comissão Nacional de Irrigação da CNA.

A CNA já relatou a questão à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e vai discutir a questão com outros ministérios para mostrar a importância da irrigação para o agro e a necessidade de anulação da norma.

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Fonte: CNA/Agrolink

Proteína Animal

7. Queda no mercado de frango em janeiro, mas demanda deverá melhorar em curto prazo

Assim como no mercado de suínos, o mercado de frango está fraco neste final de mês. Nas granjas paulistas, apesar da estabilidade nas cotações na última semana, há negócios ocorrendo até R$0,20/kg abaixo da referência. A ave terminada está cotada, em média, em R$2,75/kg.

No atacado os preços recuaram 2,2% nos últimos sete dias, com a carcaça cotada, em média, em R$3,98/kg. Para o curto prazo as expectativas são positivas. Além da virada de mês, a volta às aulas exerce um peso sobre a demanda.

Notícia na ítnegra

Fonte: Scot Consultoria/Agrolink

8. Recuos nas cotações da carne bovina no varejo

Desde o final de dezembro, o mercado varejista de carne bovina vinha ganhando força. Porém na semana passada o cenário se inverteu.

Houve queda nos preços da carne bovina no varejo em todos os estados, com exceção do Rio de Janeiro, aonde prevaleceu a estabilidade. Em São Paulo a queda foi de 0,4%, no Paraná 0,1% e em Minas Gerais 0,2%.

Apesar desta retração na receita com a venda da carne, a compra de matéria-prima mais barata do atacado, aumentou a margem dos açougues e supermercados paulistas.

Faz cinco semanas consecutivas que a margem cresce e atualmente está em 61,2%, 15 pontos percentuais acima do registrado no final de dezembro.

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Fonte: Scot Consultoria/Agrolink

9. Peste e disputa comercial trazem incertezas para carne suína

Surtos de peste suína africana na China e no Leste Europeu e a disputa comercial entre Estados Unidos e China trazem incertezas para o comércio internacional de carne suína e devem provocar grandes mudanças no setor, diz o Rabobank em relatório trimestral. O aumento da produção e a reposição de animais na China devem ser significativamente mais lentos por causa de preocupações com medidas de biossegurança, diz o banco, acrescentando que surtos da doença em instalações grandes e modernas do país surpreenderam o mercado.

Para o Rabobank, embora a oferta de carne suína na China deva ser suficiente no primeiro trimestre, as importações devem aumentar substancialmente no restante do ano por causa de escassez no mercado doméstico. Para os Estados Unidos, o Rabobank prevê um aumento de produção de 4% em 2019. Esse crescimento deve ser impulsionado por um grande plantel de matrizes e pela expectativa de maior demanda chinesa.

As exportações norte-americanas de carne suína diminuíram em alguns mercados, mas cresceram marginalmente de modo geral graças a embarques para o Japão e para a Coreia do Sul. O banco espera um aumento das exportações dos EUA em 2019, apesar das incertezas em torno da disputa comercial com a China.

Na União Europeia, a previsão de aumento da demanda chinesa deve estimular a expansão da produção, diz o Rabobank. O banco observa, no entanto, que surtos de peste suína africana na Bélgica e no Leste Europeu são motivo de preocupação.

Quanto ao Brasil, o banco acredita que após as dificuldades enfrentadas no ano passado, a indústria de carne suína tem pela frente um cenário mais promissor em 2019, com a China impulsionando o crescimento das exportações. Segundo o Rabobank, a reabertura do mercado russo também deve contribuir para o aumento dos embarques.

Além disso, o banco diz que a demanda doméstica tem potencial para crescer ainda mais por causa de um ambiente econômico mais positivo.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Globo Rural

Agroenergia

10. Südzucker corta custos e reestrutura área de açúcar

A crise que atinge os produtores de açúcar por causa dos baixos preços internacionais levou a líder do segmento na Europa, a alemã Südzucker, a anunciar um plano que prevê corte de custos e enxugamento de sua atuação no ramo, com o objetivo de economizar em torno de 100 milhões por ano.

No total, a empresa faturou 5,2 bilhões nos três primeiros trimestres da safra 2018/19, 2,1% menos que no mesmo período da temporada anterior. No negócio de açúcar, as vendas caíram 12,3%, para 2 bilhões, houve prejuízo operacional de 83 milhões e a margem operacional foi negativa de 4%. Os resultados refletem sobretudo os baixos preços, mas também uma estiagem que afetou os volumes exportados no terceiro trimestre.

A Südzucker não deu detalhes das medidas aprovadas ontem por seu conselho de administração, mas mencionou a possibilidade de fechar fábricas para “adaptação de capacidade” e uma redução da produção em até 700 mil toneladas. No ciclo 2017/18, a companhia produziu 5,9 milhões de toneladas de açúcar a partir do processamento de 36 milhões de toneladas de beterraba.

A companhia conta com 29 usinas de açúcar e duas refinarias espalhadas por França, Bélgica, Alemanha, Áustria, Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Romênia, Hungria, Bósnia, Moldávia. Além disso, possui 35% de participação na trading ED&F Man. Nos três primeiros trimestres da safra atual, a área de açúcar era o que mais empregava na Südzucker — 8.269 trabalhadores.

A implementação do plano de reestruturação ainda dependeda aprovação de um conselho de supervisão, que se reúne nesta quarta-feira para avaliar a questão. Se aprovadas, as medidas deverão começar a ser adotadas “nas próximas semanas”, informou a múlti, em nota.

Já é a segunda safra de resultados ruins para a Südzucker no negócio de açúcar. Em apresentação a investidores sobre os resultados do terceiro trimestre da temporada, a companhia informou que a redução dos custos de produção não estava sendo suficiente para compensar os níveis historicamente baixos dos preços do açúcar na União Europeia.

Na ocasião, a companhia previu que o negócio de açúcar encerraria a safra com um prejuízo operacional ainda maior que o acumulado até o terceiro trimestre, de entre 150 milhões e 250 milhões.

A situação da Südzucker é mais um indicativo de como os baixos preços do açúcar estão fustigando os produtores em diversas partes do mundo e desencadeando ajustes na oferta. Na Europa, a tonelada do açúcar era negociada por 320 em outubro de 2018, início da safra internacional 2018/19 — abaixo do antigo preço de referência de 404 a tonelada, aplicado na época das cotas de produção.

Os baixos preços do açúcar têm pressionado toda a cadeia produtiva na Europa, desestimulando o plantio de beterraba. Ainda no ano passado, a Comissão Europeia já previa uma redução de 9% na produção de açúcar na União Europeia, para 19,2 milhões de toneladas.

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Fonte: Valor Econômico

11. Biosev desmente boatos sobre venda de usinas em Mato Grosso do Sul

No início da semana, informações publicadas e compartilhadas na internet informaram que a Biosev S.A, empresa da multinacional Louis Dreyfus Group, venderia todas unidades do grupo no Brasil, colocando em alerta o setor produtivo da cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul.

No estado, a empresa conta com duas unidades em funcionamento no município de Rio Brilhante (Rio Brilhante e Passa Tempo), que, juntas, possuem capacidade de processamento de 8,3 milhões de toneladas e geram muitos empregos na região.

A assessoria de comunicação da companhia, entretanto, afirmou que a Biosev não tem intenção de sair do país e nem de vender as unidades instaladas em território sul-mato-grossense.

“No contexto do programa de competitividade operacional, a Biosev pode eventualmente ter o apoio de parceiros externos para prestar serviços de consultoria e assessoria financeira e apoiá-la na análise e execução de tais potenciais alternativas estratégicas em relação a todo o seu portfólio de ativos. No momento, não há nenhuma negociação em andamento para a venda de outras unidades produtivas”, esclarece em nota oficial.

O documento explica ainda que a atividade industrial de Maracaju foi suspensa em novembro de 2017, com objetivo de reduzir custos. O ativo biológico foi direcionado para as unidades de Rio Brilhante.

Em 2018, a Biosev vendeu duas de suas unidades. A Usina Estivas, em Arês (RN), foi adquirida pela Pipa Agroindustrial por R$ 203,6 milhões. Já a Usina Giasa passou para o controle do Grupo Olho D’Água por R$ 70 milhões.

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Fonte: Correio do Estado (MS)/NovaCana

12. Usineiros indianos pedem preço mais alto de açúcar para quitar dívidas com canavieiros

De acordo com fontes ligadas ao mercado, as usinas de açúcar na Índia estão pedindo ao governo que aumente o preço de referência da commodity para ajudá-las a pagar cerca de US$ 2,7 bilhões aos agricultores.

A Indian Sugar Mills Association (Isma) enviou uma carta ao governo pedindo que o preço mínimo de venda por quilo seja aumentado das atuais 29 rúpias para um valor de 35 a 36 rúpias (US$ 0,49 a US$ 0,51) nas fábricas, ajudando as usinas a melhorar seu fluxo de caixa. Abinash Verma, diretor geral da associação, não pôde ser contatado imediatamente para um comentário.

Os estoques de açúcar na Índia, que deve se tornar o maior produtor mundial da commodity, quase dobraram, chegando a 15,4 milhões de toneladas em 31 de dezembro de 2017, de acordo com dados da Isma. Preços locais mais elevados farão com que as usinas vendam mais no mercado interno e potencialmente reduzam as exportações, dando suporte aos preços globais. As usinas também estão sob pressão, uma vez que os produtores de cana em busca de pagamentos únicos dos processadores realizaram protestos violentos no início deste mês.

As usinas indianas deviam cerca de 190 bilhões de rúpias aos agricultores até 31 de dezembro de 2018. A taxa pode subir para até 350 bilhões de rúpias se o fluxo de caixa não melhorar, disse a fonte consultada pela Bloomberg.

A batalha

As usinas têm lutado para compensar os pagamentos pendentes, já que seu custo de produção é maior do que o preço de venda estabelecido pelo governo, de acordo com o documento que a Bloomberg teve acesso. Um aumento no preço de referência não apenas melhorará as receitas das usinas, mas também aumentará o valor de seus estoques, o que pode levar os bancos a aumentar os empréstimos para usinas de açúcar e aumentar os fluxos de caixa em 200 bilhões de rúpias nos próximos três meses.

Sobre as exportações, o governo deveria penalizar as usinas se elas não exportarem açúcar de acordo com a cota do governo. Os embarques de açúcar do país podem totalizar de 3 a 3,5 milhões de toneladas em 2018/19, segundo o grupo de usineiros, menor que a quota do governo para 5 milhões de toneladas.

As usinas se comprometeram a embarcar cerca de 1,4 milhão de toneladas de açúcar até agora em 2018/19 para países como Bangladesh e para a região do Oriente Médio, segundo Adhir Jha, diretor executivo da Indian Sugar Exim Corp.

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Fonte: Bloomberg/Novacana

Grãos e Grandes Culturas

13. Cargill critica guerra comercial e prevê novos aportes no Brasil

A americana Cargill, maior empresa de agronegócios do mundo, mantém aceso o sinal de alerta por causa da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, afirma esperar "pragmatismo" na política externa do governo de Jair Bolsonaro e confirma interesse em ampliar investimentos no Brasil, sobretudo em logística.

Ao Valor, a vice-presidente de assuntos corporativos da multinacional, Devry Boughner Vorwerk, considerou que os negócios da Cargill estão "ok", mas afirmou que o "momento não é bom" em virtude das dificuldades de um ambiente geopolítico fraturado.

"Quando as relações entre os EUA e a China não estão boas, nos preocupamos com o estado da indústria [agrícola] como um todo", disse ela. No Fórum Econômico Mundial, em Davos, David MacLennan, CEO da Cargill, foi incisivo: "A guerra comercial tem sido muito prejudicial para a economia agrícola dos EUA", disse. "Quanto mais tempo isso persiste, pior é", afirmou à Reuters.

A esperança da Cargill é que em 2019 um acordo possa ser concluído entre Washington e Pequim. Mas Devry também percebeu em Davos sinais de outros movimentos. A executiva afirmou que a União Europeia, por exemplo, tem sido bastante ativa na área comercial "e está liderando no comércio" a partir de uma série de negociações de abertura de mercado.

Enquanto isso, disse ela, as exportações brasileiras de soja continuarão se beneficiando do conflito sino-americano. "Os EUA perderam a janela para vender soja para a China, e essa janela se abriu para o Brasil", lembrou. "Definitivamente, o Brasil está ganhando. Os EUA perderam a estação, nenhuma das vendas [expressivas recentes] foi para a China e há muita coisa armazenada".

Nesse contexto, a Cargill mantém o ritmo de investimentos no Brasil, onde tem 23 fábricas, seis terminais portuários e cerca de 10 mil funcionários. Segunda maior exportadora de soja em grão do país no ano passado, atrás da Bunge, a companhia faturou R$ 35 bilhões no mercado brasileiro no ano fiscal 2017/18, e obteve lucro líquido de R$ 593 milhões. As vendas globais da companhia no exercício somaram US$ 114,7 bilhões.

Segundo Devry, nos últimos sete anos Cargill investiu R$ 4,6 bilhões no Brasil. Espera que a fábrica de pectina (agente texturizante feito à base de frutas cítricas) localizada em Bebedouro, no interior paulista, comece a operar em 2021, e aguarda aval de órgãos ambientais para tocar adiante sua proposta para construir um terminal privado em Abaetetuba, no Pará. A empresa espera que o terminal comece a operar entre 2022 e 2025, de forma a fortalecer ainda mais o escoamento de seus produtos pela região Norte.

"Também estamos olhando investimento em projetos de ferrovia e esperamos que algumas questões na área de infraestrutura possam ser resolvidas, bem como o tabelamento dos fretes rodoviários", afirmou a executiva.

Devry Boughner Vorwerk aponta "grande preocupação" com o tabelamento dos fretes. Para a Cargill, a tabela "pode prejudicar nossa capacidade de ter sucesso e afetar a capacidade de o Brasil ser competitivo nos mercados externos". Como os principais executivos da empresa no Brasil, ela também considera o tabelamento inconstitucional.

Segundo Devry, a medida representa uma cartelização e traz "enormes impactos financeiros" para a população. Ela alega que se trata de um "desrespeito" aos avanços e ganhos de produtividade do agronegócio brasileiro.

Depois de ter ouvido em Davos o discurso do presidente Jair Bolsonaro e participado de encontro com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a executiva considera que os planos do governo são consistentes. "O que eu ouvi foi que o novo governo quer ser ativo no comércio, quer ser aberto para investimentos. Isso me deixa otimista e nosso negócio deve encorajar o governo a continuar a avançar nesse sentido", acrescentou. "Francamente, o Brasil tem uma vantagem comparativa que ainda é sub-utilizada. O Brasil é uma potência".

Indagada, por outro lado, sobre o discurso anti-globalista por parte da diplomacia e sobre o plano de mudança da embaixada brasileira em Israel para Jerusalém, o que pode irritar parceiros muçulmanos, a vice-presidente de Cargill diz que as contradições não a surpreendem, porque isso também aconteceu em outras partes do mundo. No fim das contas, afirmou ela, "o que esperamos é pragmatismo".

No Fórum Econômico Mundial, um dos temas tratados foram as novas dietas para reduzir o consumo de proteína animal. De olho na tendência, a Cargill mantém sua produção tradicional, mas busca de "todo tipo de alternativas". Para Devry, o consumo de frutos do mar, por exemplo, vai crescer bastante, bem como o de outros tipos de proteínas, incluindo insetos.

A executiva também destacou que a Cargill continua investindo pesado em digitalização e inovação. Um exemplo é o projeto que usa tecnologia de cultura celular para cultivar carne de tecidos de animais vivos em tanques de aço inoxidável. Em outro projeto, a empresa procura reduzir as emissões do gado. No Canadá, a companhia trabalha na certificação de carne sustentável. E há planos de rastreabilidade de toda a cadeia de suprimento de cacau.

Devry vê disrupções nas tradings por causa da maneira como a digitalização se impõe. Isso já levou a Cargill a se unir a suas rivais - as americanas ADM e Bunge, a francesa Louis Dreyfus Company e a chinesa Cofco - na joint ventures Beat (Bring Efficiency into Automated Trading), criada para padronizar e digitalizar transações de transporte agrícola global.

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Fonte: Valor Econômico

14. EUA renovam pressão para garantir cota para trigo

Os Estados Unidos querem tirar proveito dos acenos positivos de Jair Bolsonaro a Donald Trump e voltaram a cobrar do Itamaraty, nas primeiras semanas deste ano, a criação de uma cota de 750 mil toneladas para exportar trigo ao Brasil sem tarifa, afirma uma fonte graduada do novo governo.

Washington pede que a Câmara de Comércio Exterior (Camex) aprove logo a criação da cota, que já é um pedido antigo. Para volumes que ultrapassem o limite desejado, os americanos querem pagar uma tarifa de 10%.

Atualmente, o trigo americano, bem como o cereal produzido por qualquer país que não pertença ao Mercosul, já está sujeito a uma Tarifa Externa Comum (TEC) de 10%. Mas os Estados Unidos insistem na cota para poderem mais do que duplicar os volume exportados atualmente ao Brasil, que giram em torno de 340 mil toneladas por ano.

Em novembro de 2017, a Camex chegou a se programar para analisar o pleito, mas o assunto foi deixado de lado por pressão da Argentina, maior e mais tradicional fornecedora de trigo para os moinhos brasileiros. Em junho do ano passado, os ministros brasileiros da Camex fizeram mais uma tentativa de votar a questão, mas novamente o assunto foi retirado da pauta.

A fonte consultada pelo Valor avalia que o tema ainda é sensível, e o problema ainda é a reação da Argentina, país com o qual a balança comercial brasileira poderá sofrer perdas consideráveis no caso de uma retaliação comercial vinda de Buenos Aires. O Brasil é grande exportador de veículos para a Argentina, por exemplo.

Nas últimas vezes em que o tema parou na mesa de debates da Camex, uma das possibilidades cogitadas era estabelecer a cota de 750 mil toneladas para os Estados Unidos, mas com uma tarifa de 35% para os volumes que extrapolassem esse limite. Entretanto, dessa forma o volume adicional perderia competitividade e traria reflexos inflacionários para produtos como pães e massas.

A cota preferencial para o trigo não é o único pleito agrícola de Washington junto ao governo Bolsonaro. O governo americano também tem cobrado a eliminação da cota de 600 milhões de litros (sem incidência de tarifa) que limita suas vendas de etanol ao Brasil. Válida desde 2017, a cota deverá expirar ainda este ano.

Em contrapartida, o governo brasileiro espera que os americanos reabram seu mercado para as exportações de carne bovina in natura, embargadas há quase dois anos depois que foram detectados abscesso (inflamações) em lotes embarcados por frigoríficos brasileiros para aquele mercado.

Há uma expectativa em Brasília que essa retomada possa acontecer por volta de março, quando existe uma possibilidade de que Jair Bolsonaro visite Washington - naquela que seria uma das primeiras viagens internacionais do presidente. Para tentar desbloquear o mercado americano para a carne bovina in natura, o Ministério da Agricultura chegou a anunciar, no início de julho de 2017, que os cortes dianteiros de carne in natura destinada aos EUA teriam que ser na forma de recortes, cubos, iscas ou tiras. Não funcionou.

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Fonte: Valor Econômico

15. Faturamento da Cocamar cresceu 16,2% em 2018 e alcançou R$ 4,6 bi

A Cocamar Cooperativa Agroindustrial, com sede em Maringá (PR), informou que registrou faturamento de R$ 4,571 bilhões em 2018, 16,2% mais que em 2017. O grupo conta com 87 unidades operacionais no Paraná e em Mato Grosso do Sul, que atendem a 14 mil cooperados.

Em nota, a Cocamar explica que o aumento do faturamento (o dado é preliminar) refletiu mais uma grande safra de soja, seu principal produto. No ano passado, a Cocamar recebeu o volume recorde de 1,332 milhão de toneladas. As vendas de insumos, por sua vez, alcançaram recorde de R$ 1,238 bilhão.

Na mesma nota, a coopeativa informou que o ano passado também foi marcado pela consolidação de novos negócios como concessão de máquinas agrícolas, rede de postos de abastecimento, moinho de trigo e, mais recentemente, produção de sementes de soja e trigo.

Houve em 2018, ainda, uma forte expansão regional. A Cocamar adquiriu seis estruturas de atendimento da cooperativa Cofercatu, no norte do Paraná, e outras quatro unidades de outra cooperativa, a Copagra, no extremo-noroeste do Estado, além de ter ampliado sua atuação em Mato Grosso do Sul com uma nova loja agropecuária em Naviraí, onde passou também a receber grãos em parceria com uma cooperativa local.

A cooperativa informou, finalmente, que concluiu a ampliação de sua capacidade estática de armazenagem, que subiu de 1,1 milhão para 1,6 milhão de toneladas.A Cocomar não divulgou estimativa preliminar para suas sobras (lucros) no ano passado.

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Fonte: Valor Econômico

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