Clipping Agribusiness | 29 de março
- Por: Juliane
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Conjuntura do Agronegócio
1. Agroindústria: comitê que vai implantar autocontrole começa em 2 de abril
O comitê responsável pela implantação do sistema de autocontrole das indústrias será instituído na terça-feira, dia 2, informou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O grupo ficará responsável por propor a implementação, monitoramento e avaliação dos programas; identificar atos normativos que serão necessários; apoiar a articulação de ações conjuntas, como troca de experiência e capacitação; e sugerir subcomitês para temas específicos.
Segundo nota da pasta, a medida vai mudar também o sistema de controle das agroindústrias. Com isso, o fabricante pode ser responsabilizado pelo produto que coloca no mercado.
“Os avanços nos modelos de autocontrole seguem a tendência do uso de sistemas voluntários de certificação de qualidade. Muitos países da União Europeia já criaram normatizações sobre isso”, informa a Agricultura.
De acordo com o secretário de Defesa Agropecuária (SDA), Guilherme Leal, é importante pensar em autocontrole não somente na inspeção de produtos de origem animal, mas também nos vegetais, bebidas e insumos (adubos e defensivos).
O secretário explica que o comitê também vai estruturar o programa nos órgãos regionais ligados à pasta, com a participação do setor privado nas discussões. “Precisamos delimitar bem a responsabilidade dos setores público e privado para avançar de forma tranquila. A área pública vai continuar com a elaboração das normas, auditorias, fiscalização e a certificação”, explica Leal. Para ele, as empresas terão que aprimorar seus processos.
A inspeção antes e depois do abate continuará sendo feita por auditores fiscais do ministério. Atualmente, a fiscalização do órgão acompanha o fluxo produtivo até o final e, com o autocontrole, esta tarefa será compartilhada com o setor privado. Para tornar a fiscalização mais eficiente e viabilizar o autocontrole, a pasta pretende acelerar a informatização e automatização de todos os processos.
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Fonte: Estadão Conteúdo/Canal Rural
2. Presidente da CNA e embaixador da China debatem cooperação e oportunidades de negócio para os produtos do agro
O presidente da CNA, João Martins, se reuniu na noite de quarta (27) com o embaixador da China, Yang Wanming, e com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para um diálogo sobre as oportunidades de exportação dos produtos do agro brasileiro, a cooperação tecnológica e a ampliação do intercâmbio comercial entre os dois países.
O embaixador trouxe uma comitiva de representantes da embaixada e foi recebido pelo presidente e diretores do Sistema CNA/Senar em um jantar na sede da Confederação. Além da ministra, secretários do Ministério da Agricultura também estiveram presentes no encontro.
João Martins falou das ações da Confederação e dos projetos da Superintendência de Relações Internacionais da CNA para ampliar e diversificar as exportações dos produtos do agro. “Os produtores rurais brasileiros produzem alimentos de qualidade, com eficiência, e têm condições de fornecê-los para o mundo”.
Para o presidente da CNA, há uma necessidade de se construir cada vez mais uma pauta exportadora baseada no pragmatismo comercial e a CNA tem “um papel fundamental” ao aproximar o embaixador da China com os produtores rurais brasileiros e com os representantes do governo.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil e para reforçar a importância de um diálogo constante com o país asiático, a ministra Tereza Cristina falou da missão oficial que o governo fará à China em maio. Na programação, a comitiva visitará a maior feira de alimentação e agricultura da Ásia, a SIAL China.
“Temos uma extensa pauta para tratar durante a missão técnica, como a abertura de plantas de frigoríficos para a exportação e a abertura comercial de alguns produtos agropecuários. Por outro lado, a China também tem interesse em exportar outros produtos para o Brasil”, afirmou a ministra.
Segundo Tereza Cristina, encontros como o promovido pela CNA e missões governamentais são importantes e podem render “bons frutos”, inclusive na área de cooperação tecnológica. “O embaixador demonstrou o interesse em investir em portos, ferrovias, hidrelétricas e em todo o setor de infraestrutura do Brasil”.
“Trocamos opiniões sobre intercâmbio comercial e também sobre a cooperação na agricultura entre China e Brasil. Esperamos que a missão oficial do Brasil à China resulte em uma cooperação máxima entre ambos os países”, destacou o embaixador Yang Wanming ao final do encontro na CNA.
O diretor de Relações Internacionais da CNA, Gedeão Pereira, que também é presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), falou da importância de o país estar atento às oportunidades de negócio.
“A China vem crescendo em números exponenciais. Isso significa que é um grande consumidor de alimentos. Atualmente já exportamos soja e celulose para a China, mas estamos atentos a outras oportunidades para o agro brasileiro, como a fruticultura e o setor de produtos lácteos”, disse Gedeão Pereira.
Em novembro de 2018, a CNA e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) realizaram uma missão empresarial à China. Formada por entidades privadas, empresários e representantes do governo, a comitiva teve o intuito de divulgar os produtos lácteos e as frutas brasileiras para prospectar oportunidades de negócios, conhecer o dinamismo e a realidade do mercado chinês e fortalecer parcerias.
Também participaram do encontro os presidentes das Federações de Agricultura e Pecuária da Bahia (Faeb), Humberto Miranda, de Pernambuco (Faepe), Pio Guerra, do Ceará (Faec), Flávio Saboya, do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, da Paraíba (Faepa/PB), Mário Borba, do Rio Grande do Norte (Faern), José Vieira, o diretor-geral do Senar, Daniel Carrara, a superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra, e o superintendente Técnico da CNA, Bruno Lucchi.
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Fonte: CNA/Notícias Agrícolas
3. Temer vira réu por corrupção em caso da mala de Joesley, da JBS
O ex-presidente Michel Temer tornou-se réu por corrupção passiva no processo que trata do episódio em que o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures recebeu e transportou uma mala com dinheiro quando, de acordo com investigadores, atuava como intermediário de Temer, informaram o Ministério Público Federal e a Justiça Federal do Distrito Federal.
Rocha Loures já é réu neste processo. Ele foi gravado em uma operação controlada da Polícia Federal, no âmbito da delação premiada de executivos do grupo J&F, que controla a JBS, saindo correndo de um restaurante em São Paulo e entrando em um táxi com uma mala com 500 mil reais em dinheiro que seria de propina.
A denúncia contra Temer foi apresentada inicialmente em 2017 pelo então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, quando o ex-presidente ainda estava no cargo. A Câmara dos Deputados, entretanto, rejeitou dar autorização para que o Supremo Tribunal Federal analisasse a denúncia.
Com a saída de Temer da Presidência, e consequente perda da prerrogativa de foro junto ao Supremo, o caso foi para a Justiça Federal do Distrito Federal e o MPF local reiterou à Justiça a denúncia contra Temer na terça-feira.
A denúncia foi aceita pelo juiz federal Rodrigo Parente Paiva, da 15ª Vara Federal.
Temer é acusado pelo Ministério Público de ter recebido propina paga pelo empresário Joesley Batista, da JBS, e entregue pelo executivo da J&F Ricardo Saud.
O ex-presidente foi preso na semana passada no âmbito da operação Descontaminação, que apura desvio de recursos na Eletronuclear, quando foi acusado pelo Ministério Público Federal no Rio de Janeiro de ser o chefe de uma organização criminosa que atua no desvio de recursos públicos há 40 anos.
Temer, que nega todas as acusações, foi solto na segunda-feira graças a um habeas corpus concedido pelo desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2).
Procurado, o advogado Eduardo Carnelós, disse em nota que a denúncia tem origem na "sórdida operação com a qual se pretendeu depor o então presidente da República".
"Como tudo que nasceu daquela operação ilegal e imoral, essa imputação também é desprovida de qualquer fundamento, constituindo aventura acusatória que haverá de ter vida curta, pois, repita-se, não tem amparo em prova lícita nem na lógica", disse Carnelós.
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Fonte: Reuters/Notícias Agrícolas
Insumos
4. Bayer é condenada a pagar US$ 80 milhões em mais um caso de glifosato
Mais um juri nos Estados Unidos condenou a Bayer em um caso envolvendo o glifosato. Em decisão proferida ontem, um tribunal de São Francisco, na Califórnia, condenou a multinacional alemã a pagar mais de US$ 80 milhões a um residente local que teria desenvolvido câncer por causa da exposição ao herbicida.
O tribunal considerou que a americana Monsanto, agora controlada pela Bayer, agiu de forma negligente ao não alertar Edwin Hardeman sobre os riscos do glifosato, vendido com a marca Roundup. Na primeira fase do julgamento, encerrada na semana passada, os advogados do autor da ação convenceram o júri de que havia ligação direta entre o glifosato e a doença desenvolvida por seu cliente.
Na segunda fase, encerrada ontem, o júri tinha de decidir se a Bayer poderia ser responsabilizada. "A Bayer continua acreditando nesses produtos e vai defendê-los vigorosamente", informou a companhia após o veredicto - a múlti vai recorrer da decisão. A empresa também afirmou que o resultado de ontem não tem efeito sobre futuros julgamentos.
Foi o segundo caso envolvendo o Roundup em que empresa foi condenada. Em agosto do ano passado, a Bayer foi condenada a pagar US$ 289,2 milhões ao ex-jardineiro Dewayne Johnson. O valor da indenização foi depois reduzido para US$ 78,5 milhões, mas a Bayer recorreu da decisão.
A multa de US$ 80 milhões (US$ 5 milhões para efeitos compensatórios e US$ 75 milhões para efeitos punitivos) definida ontem também deverá ser reduzida com o recurso, informou a empresa de pesquisa Bernstein Research.
"Se continuarmos a ver multas mais baixas ou a Bayer ganhando alguns dos próximos casos, o cálculo geral começa a melhorar acentuadamente", indicou a Bernstein.
Em seu último balanço de resultados, a Bayer divulgou que enfrenta 11.200 processos judiciais envolvendo o glifosato. Outros seis julgamentos deverão começar neste ano em tribunais estaduais e federais dos EUA.
O próximo deve começar ainda hoje em um tribunal em Oakland, também na Califórnia. O caso envolve um casal de idosos, Alva e Alberta Pilliod, que alegam ter desenvolvido linfoma não-Hodgkin após décadas de uso do Roundup.
O banco de investimento Bryan Garnier destacou que, se o valor da multa de ontem for multiplicado pelos 11,2 mil casos que aguardam julgamento nos EUA, a Bayer poderá vir a ter de desembolsar mais deUS$ 900 bilhões.
Com valores reduzidos por acordos, as indenizações poderão não superar os US$ 15 bilhões, conforme cálculo da instituição baseados em casos anteriores semelhantes.
O Bryan Garnier baixou a recomendação da Bayer de neutra para venda. "Parece impossível investir nas ações agora", disse o banco em relatório.
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Fonte: Valor Econômico
5. Kátia Abreu diz que há 'mau cheiro' em edital de leilão da Norte-Sul
A senadora Kátia Abreu (PDT-TO) criticou a realização do leilão da Ferrovia Norte-Sul, realizado há pouco na B3 (SP), com vitória da Rumo. A queixa da senadora se refere ao fato de o edital não garantir textualmente, ao vencedor da disputa, o direito de passagem após os cinco primeiros anos da concessão — mecanismo que permite o transporte de carga nos trechos de concessionárias concorrentes. Para a senadora, a falta dessa garantia inibiu a participação de mais interessados no certame.
“Quero aqui protestar e colocar em dúvida esse edital. Alguma coisa terrível e com mau cheiro tem por trás de tudo isso. Quero denunciar ao presidente da República [Jair Bolsonaro], que talvez nem saiba disso”, disse a parlamentar em audiência pública no Senado que contou com a participação do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), astronauta Marcos Pontes.
A questão levantada pela senadora já havia sido discutida pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O descontentamento com a regra levou o Ministério Público Federal (MPF) a assinar com o Ministério da Infraestrutura um termo de compromisso da semana passada.
O MPF buscou fazer com que as regras atuais do certame não favorecessem as duas concessionárias que, por sinal, foram as únicas a apresentar propostas econômicas para a disputa de hoje — Rumo Logística, da Cosan, e VLI, que tem como acionistas Vale, Mitsui, Brookfield e FI-FGTS.
“Infelizmente, nos estamos produzindo dois ‘JBS’ da ferrovia no país. As empresas estão no seu direito. Elas querem quanto mais lucro melhor, mas cabe a nós do poder público e institucional frear a iniciativa privada e colocar as barreiras”, disse Kátia. Em sua declaração, a senadora mencionou o grupo do setor de frigoríficos que, após estímulos econômicos recebidos nos governos do PT, se tornou maior produtor de proteína animal do mundo, mas, depois, teve seus principais executivos presos pela operação Lava-Jato com a acusação de pagamento de propina a políticos.
Ao manifestar apoio à assinatura do acordo internacional com o governo americano o que permite o uso base de Alcântara (MA) para lançamento de satélites de diferentes países, Kátia afirmou que a licitação da Norte-Sul serve ao propósito inverso. “Por um lado, temos Alcântara nos dando essa alegria de participar, inovar e interagir com o mundo, mas, na ferrovia, nós expulsamos os chineses, os russos, os japoneses, porque tiramos o direito de passagem”, lamentou.
A senadora lembrou que Rumo e VLI “são donas das duas pontas” da Ferrovia Norte-Sul, uma com acesso ao Porto de Santos e a outra chega aos portos do norte do país. “Ninguém ia comprar o mico do meio se não fosse uma das duas”.
Kátia afirmou que, mesmo após a realização do leilão, recorrerá “às últimas consequências legais” para impedir o “prejuízo enorme ao país e principalmente à produção agropecuária”. Para ela, o modelo de contrato não atende ao interesse do setor.
Segundo ela, a vencedora [Rumo] só se interessa por etanol, açúcar e papel e celulose. A produção rural brasileira está à deriva, nas mãos de duas empresas que estão colocando 90% do preço do frete do caminhão no preço do vagão, porque não tem concorrência”, reclamou a senadora pedetista.
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Fonte: Valor Econômico
6. Vietnã proibe uso de glifosato após nova decisão desfavorável à Bayer
O Vietnã proibiu a importação de todos os herbicidas à base de glifosato após a mais recente condenação da Bayer por um tribunal americano em caso envolvendo o produto. A companhia alemã nega que o produto tenha relação com o câncer desenvolvido por um morador de São Francisco, na Califórnia.
Hoang Trung, diretor do Departamento de Proteção de Plantas do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural do Vietnã, declarou à agências internacionais no sábado que a importação e o comércio transnacional de herbicidas contendo glifosato seriam banidos em caso de nova condenação da Bayer. O Vietnã, como vários países produtores de grãos e pulses - o Brasil entre eles - utiliza o glifosato amplamente em sua produção.
“Assim que houve informação de que o segundo julgamento nos EUA determinou que o glifosato estava relacionado ao câncer, nós proibimos a importação de novos herbicidas contendo o ingrediente ativo. E a remoção dessa substância da lista de pesticidas permitidos no Vietnã será feita em um futuro próximo”, disse Trung.
Em 2017, o governo vietnamita também anunciou oficialmente a proibição do paraquat, da Syngenta, e do ácido 2,4- diclorofenoxiacético (2,4-D) da Dow.
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Fonte: Valor Econômico
Proteína Animal
7. BRF prestes a fincar raízes na Arábia Saudita
Com o intuito de atender aos interesses estratégicos da Arábia Saudita de reduzir sua dependência de importações de carne de frango, a BRF corre contra o tempo - e a falta de recursos - para se instalar no país como produtora e deixar de ser apenas uma grande fornecedora da proteína produzida no Brasil.
Embora hegemônica no Oriente Médio devido à herança da Sadia, que desbravou o mercado de frango da região nos anos 1970, a BRF poucas vezes teve sua posição tão ameaçada na Arábia Saudita, principal país árabe da região do Golfo Pérsico. Hoje, a BRF fatura mais de R$ 8 bilhões por ano no mercado halal (que segue os preceitos muçulmanos).
À frente das operações internacionais da BRF a partir de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, o argentino Patricio Rohner recebeu de Pedro Parente, CEO global, a incumbência de ingressar na Arábia Saudita de maneira criativa - na prática, sem desembolso de caixa ("non cash deal", como Parente indicou em recente teleconferência).
Em entrevista exclusiva ao Valor, Rohner revelou que a busca por parceiros na Arábia Saudita avançou. Rohner já elegeu, inclusive, os "finalistas" com os quais a BRF tem interesse em se associar. Ainda que nenhum acordo tenha sido assinado, a expectativa dele é que a entrada da companhia brasileira na produção de frango saudita ocorra no curto prazo -"tem uma urgência de seis meses a um ano", sustentou, acrescentando que o governo saudita está a par dos planos da BRF.
Pelo gigantismo da companhia brasileira, que fatura mais de R$ 30 bilhões e detém a maior estrutura de exportações de frango do mundo, era importante deixar claro que sua entrada no país estaria alinhada os objetivos do governo da Arábia Saudita, que deseja que a produção local abasteça 60% da demanda de forma consistente - e, talvez, menos protegida por incentivos do governo - até 2030.
Nesse cenário, a BRF não poderia se instalar na Arábia Saudita pairando como uma ameaça às indústrias locais. É importante lembrar que o lobby dos produtores sauditas chegou a ser visto por fontes brasileiras que acompanham o setor como o responsável pelas restrições à carne de frango do Brasil, o que incluiu quadruplicar o imposto de importação, uma mudança no sistema de abate e, mais recentemente, o veto a dezenas de abatedouros brasileiros. Ao Valor, Rohner não fez comentários a respeito dessas restrições, embora tenha enfatizado a importância das conversas com o governo.
Na busca por parceiros na Arábia Saudita, a BRF tem alguns trunfos. De acordo com o executivo, a empresa já havia feito um amplo mapeamento da agroindústria saudita de frango há poucos anos, quando estava em busca de aquisições na região - a companhia acabou comprando uma companhia na Turquia, em 2017 - e, ao mesmo tempo, preparava oferta inicial de ações (IPO) da então subsidiária OneFoods, negócio que reunia as operações voltadas aos mercados muçulmanos - inclusive abatedouros no Brasil.
Durante a gestão de Parente, a abertura de capital foi descartada e a OneFoods acabou dissolvida como negócio independente. No entanto, o mapeamento feito será útil, indicou Rohner. Mas, diferentemente do que a BRF fez na Turquia há dois anos, com a aquisição da agroindústria de frango Banvit, a ideia na Arábia Saudita "não é comprar um player", sinalizou o executivo.
Sem dar muitos detalhes, Rohner argumentou que a BRF poderá, em uma eventual parceria no mercado saudita, oferecer competências que poucos concorrentes possuem. Entre elas, ele citou a eficiência na gestão agropecuária - na Turquia, a troca de experiências com o negócio no Brasil ajudou a Banvit a ampliar a rentabilidade - e a proximidade com os clientes.
De acordo com Rohner, os produtores de frango muitas vezes têm dificuldades para conhecer a demanda dos consumidores. Na BRF, a ampla estrutura de distribuição no Oriente Médio e a fábrica de alimentos processados em Abu Dhabi, em operação desde 2014, estreitaram os laços da empresa com os clientes na região. A marca Sadia, líder naquele mercado, também faz parte das competências - no Golfo, a BRF possui uma participação de mais de 20% no mercado de alimentos processados.
Na Arábia Saudita, o interesse da BRF não deve se restringir à produção e comercialização de frango inteiro, afirmou Rohner. O negócio de processados (frango marinado, cortes de frango e até mesmo hambúrguer) está na radar da companhia brasileira.
Nesse caso, a entrada da BRF no setor seria gradual, acompanhando o movimento de mudanças na sociedade saudita. Segundo Rohner, a ascensão da mulher no mercado de trabalho tende a reduzir a alimentação dentro de casa nos próximos anos. O executivo não comentou, mas a entrada gradual no segmento de processados pode ajudar o negócio a ser mais palatável financeiramente para a BRF, que ainda lida com o elevado endividamento.
Notícia na ítnegra
Fonte: Valor Econômico
8. JBS teve lucro líquido de R$ 563,2 milhões no 4º trimestre
Impulsionada pelo bom desempenho nas operações de carne bovina dos Estados Unidos e pela valorização do dólar perante o real, a JBS informou nesta quinta-feira que encerrou o quarto trimestre do ano passado com lucro líquido de R$ 563,2 milhões. No mesmo período de 2017, a companhia havia reportado prejuízo líquido de R$ 451,7 milhões.
No acumulado de 2018, o resultado teria sido um dos melhores da história, não fosse o impacto negativo da adesão da empresa ao Refis do Funrural. No ano passado, a JBS teve um lucro de R$ 25,2 milhões, o que representa uma queda de 95% em relação aos R$ 534,2 milhões registrados em 2017. Desconsiderando o Refis, o lucro do ano passado teria ultrapassado R$ 1,6 bilhão.
Do ponto de vista de vendas, a apreciação do dólar também beneficiou a JBS, que obtém mais de 80% do faturamento na moeda americana. No quarto trimestre, a receita líquida da JBS cresceu 10,7% na comparação anual, passando de R$ 42,7 bilhões para R$ 47,3 bilhões. No ano passado, a empresa da família Batista se manteve como a empresa privada não financeira de maior faturamento no Brasil. Em 2018, a JBS registrou uma receita líquida de R$ 181,6 bilhões, incremento de 11,3%.
Operacionalmente, a divisão de negócios que engloba as operações de carne bovina nos Estados Unidos, Austrália e Canadá foi o destaque positivo, beneficiando-se da economia aquecida nos EUA e da ampla oferta de gado no país.
Nesse cenário, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado dessa divisão aumentou 19,9%, para R$ 1,6 bilhão. Com isso, essa frente de negócios foi responsável por quase 50% do Ebitda total da JBS, que aumentou 6,1% nos últimos três meses de 2018 e atingiu R$ 3,4 bilhões. Na mesma base de comparação, a margem Ebitda da JBS como um todo caiu 0,3 ponto, para 7,2%.
Nas demais áreas de atuação , porém, a JBS teve mais dificuldades. Prejudicado pelas sobrataxas aplicadas pela China à carne suína americana, a JBS USA Pork teve um Ebitda ajustado de R$ 408,7 milhões no quarto trimestre, queda de mais de 40% na base anual. A expectativa é que, com o acordo comercial em negociação entre Pequim e Washington e a maior necessidade de importações pela China em razão do surto de peste suína africana, a rentabilidade do negócio da JBS aumente.
No negócio americano de frango — a controlada Pilgrim’s Pride, que tem ações listadas na Nasdaq —, a piora dos resultados já era conhecida em razão do excesso de oferta nos EUA. No quarto trimestre, a Pilgrim’s teve o pior resultado desde 2011, com um prejuízo líquido de US$ 7,3 milhões.
No Brasil, onde a JBS é a maior produtora de carne bovina, o resultado foi afetado pela redução das exportações. No quarto trimestre, o Ebitda ajustado do negócio brasileiro de carne bovina (inclui couros) atingiu R$ 293,1 milhões, queda de quase 60% ante os R$ 706,5 milhões do terceiro trimestre. Porém, em relação ao quarto trimestre de 2017, quando a JBS ainda sofria com os efeitos de delação dos irmãos Batista, o resultado melhorou. Naquele trimestre, o Ebitda foi negativo em R$ 301 milhões.
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Fonte: Valor Econômico
9. BRF anuncia Lorival Luz como sucessor de Pedro Parente como CEO
Com a aprovação unânime do conselho de administração, a BRF anunciou nesta quinta-feira a indicação de Lorival Luz, atual vice-presidente executivo da empresa, para o cargo de CEO global. O executivo assumirá o cargo em 17 de junho, sucedendo Pedro Parente.
Embora a confirmação de Luz tenha sido motivo de dúvida nos bastidores, sobretudo após a contratação do ex-Petrobras Ivan Monteiro para a vice presidência de finanças e relações com investidores da BRF, Parente já vinha indicando, desde outubro de 2018, que Luz estava sendo preparado para liderar a BRF.
Pelo regulamento do Novo Mercado, Parente não poderia acumular os cargos de presidente do conselho de administração e CEO global por mais de um ano.
A partir de junho, Parente seguirá como presidente do conselho — função para a qual foi eleito em abril de 2018.
Como CEO da BRF, Luz terá a missão de recuperar a rentabilidade da companhia, que sofreu nos últimos anos com problemas de gestão e embargos internacionais.
Luz está na BRF desde agosto de 2017. Egresso do grupo Votorantim, o executivo foi contratado inicialmente para o cargo de vice-presidente de finanças e relações com investidores . Em 2018, já sob a gestão Parente, foi promovido a vice presidente executivo.
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Fonte: Valor Econômico
Agroenergia
10. Dejetos animais geram energia e até gás veicular
A Embrapa Suínos e Aves, instalada em Santa Catarina, decidiu incrementar seu projeto de produção de biogás a partir de dejetos de animais e desenvolveu um sistema de biofiltro para purificação do gás, resultando num biometano com 90% de pureza, segundo pesquisador Airton Kunz, chefe de pesquisa e desenvolvimento da unidade e responsável pelo projeto. O sistema utiliza bactérias que reduzem em 90% a concentração de sulfeto de hidrogênio, ou gás sulfídrico (H2S), no biogás, tornando-o apropriado tanto para a geração de energia quanto para utilização como gás veicular, que já vem sendo consumido em escala experimental em um dos veículos da frota da empresa.
O gás sulfídrico corrói caldeiras, motores e geradores, reduzindo sua vida útil. Gerado como resíduo no processo desenvolvido pela Embrapa, que dispensa aditivos químicos, o enxofre elementar poderá ser aproveitado como fertilizante. Depois de passar pelo biofiltro, o metano é submetido ainda a outra etapa para retirada da umidade e eliminação do gás carbônico ainda na Unidade de Produção de Biometano, nomeada BiogásFORT, onde um protótipo opera em escala experimental desde o final de outubro passado.
Com nove plantas de abate e processamento de suínos em Santa Catarina e uma em Rio Verde (GO), e um plantel de 32 mil matrizes, a Master Agroindustrial quer tornar todas as suas unidades autossuficientes em energia elétrica nos próximo dois ou três anos, afirma Cleonei Gregolin, gerente de meio ambiente e de desenvolvimento de projetos do grupo. O projeto deverá exigir investimentos entre R$ 7,0 milhões a R$ 8,0 milhões, prevendo-se a geração de 700 a 80 megawatts por mês a partir dos rejeitos de suínos.
A Granja São Roque, de Videira (SC), uma das maiores do grupo, com 10 mil matrizes, já utiliza o sistema de tratamento de efluentes com tecnologia da Embrapa Suínos e Aves, conhecida como Sistrates, gerando em torno de 140 a 150 MW mensais, suficientes para suprir 60% da demanda interna. Segundo Gregolin, o projeto consumiu R$ 3,0 milhões em investimentos, dos quais 70% vieram do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O processo adotado pela Master permite eliminar 65% a 68% do ácido sulfídrico, o que já contribui para reduzir o desgaste dos geradores e prolongar sua vida útil. “Nosso propósito é produzir energia para atender principalmente o sistema de aeração das granjas”, diz Gregolin. Entre outras vantagens, as mudanças no marco regulatório da geração distribuída permitem que a empresa utilize a cogeração para reduzir sua fatura de energia ao final do mês.
O pecuarista Arno Schneider decidiu adotar a integração dos pastos com o plantio de teca já há 18 anos, com resultados positivos especialmente nas áreas de bem-estar animal e ambiental. “A diversificação é sempre uma prática saudável em qualquer setor econômico”, comenta. Atualmente, em sua fazenda em Santo Antônio de Leverger, próximo a Cuiabá, ele cultiva teca num sistema de adensamento em pouco mais de 100 hectares e explora a espécie, em consórcio com a pecuária, em outros 140 hectares, somando aproximadamente 250 hectares. A área total destinada a pastagens alcança alguma coisa ao redor de 2,0 mil hectares, para um plantel de 2,4 mil fêmeas da raça nelore.
Schneider dedica-se quase exclusivamente à atividade de cria, entregando a invernistas, que vão fazer a terminação dos animais, bezerros de alta linhagem destinados à produção de carne gourmet. O produtor adota o sistema de inseminação artificial a tempo fixo (IATF), que permite sincronizar os ciclos do rebanho de matrizes, e utiliza sêmen de gado aberdeen angus. “Com isso, consigo preços 30% a 35% melhores do que com o nelore”, comenta.
Nas suas contas, Schneider imagina que 10 a 15 árvores em crescimento tenham potencial para mitigar as emissões geradas por uma vaca. Na prática, isso significa dizer que a propriedade consegue compensar integralmente as emissões de carbono. Na área de plantio mais adensado, são 400 pés de teca por hectare, que se somam a 100 pés por hectare cultivados em integração com a pecuária, num total aproximado de 125,0 mil árvores. O pecuarista acredita que o mercado tende a se tornar mais exigente e “o consumidor vai querer saber como e onde a carne foi produzida. Essa ‘pegada’ ambiental será mais forte e meu produto de ser valorizado em função do sistema ambientalmente sustentável que adoto”, reforça.
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Fonte: Valor Econômico
11. Inpasa e O+ investirão R$ 800 milhões em usina de etanol de milho
A multinacional paraguaia Inpasa e a companhia mato-grossense O+ Participações anunciaram ontem um investimento conjunto de R$ 800 milhões que dobrará a capacidade de produção prevista da Ethanol Bioenergia, uma usina de etanol de milho em Nova Mutum (MT), de acordo com informações da imprensa local. A parceria foi assinada ontem pelo presidentes da O+ Participações, Ramiro Azambuja, e da Inpasa, José Odvar Lopes.
Com esse aporte, a unidade terá capacidade para produzir até 800 milhões de litros de etanol por ano, operando por até 350 dias no ano. A unidade também terá capacidade para produzir 9,2 mil toneladas de óleo de milho por ano, além de farelo de milho (DDG), um subproduto do processamento do grão.
A planta ainda terá uma unidade de cogeração de energia elétrica que abastecerá a usina de etanol. A matéria-prima utilizada nas caldeiras será o capim braquiária, plantado em áreas de lavoura e de pasto degradado da própria empresa.
O projeto da Ethanol Bioenergia já possui terreno, licenças ambientais e equipamentos contratados. As obras iniciam em abril e a indústria deve entrar em operação no segundo semestre de 2020.
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Fonte: Valor Econômico
12. FS Bioenergia investe R$ 1 bi em usina de etanol de milho
A FS Bioenergia - joint venture entre o americano Summit Agricultural Group, do bilionário Bruce Rastetter, e a matogrossense Tapajós Participações - pode se tornar uma das três maiores produtoras de etanol do Brasil utilizando o milho como matéria-prima. Trata-se de um feito que, até poucos anos, seria impensável em um país que é conhecido pelo etanol de cana-de-açúcar.
Com o objetivo de ampliar a produção de etanol, a FS Bioenergia investirá R$ 1 bilhão para erguer sua terceira usina. A unidade, em Nova Mutum (MT), começará a ser construída em maio, afirmou ao Valor o CEO da FS Bioenergia, Rafael Abud.
O investimento ocorre após a conclusão da duplicação da usina de Lucas do Rio Verde (MT) - a primeira da companhia. A FS Bioenergia ainda está construindo sua segunda usina, em Sorriso (MT), e já adquiriu terrenos nas áreas industriais de outros dois municípios de Mato Grosso - Campo Novo do Parecis e Primavera do Leste - para erguer mais duas usinas nos próximos anos, afirmou o executivo.
A usina de Nova Mutum seguirá o padrão "ideal" que a companhia encontrou para produzir etanol no Centro-Oeste: uma capacidade de processar 1,3 milhão de toneladas de milho por ano para fabricar 530 milhões de litros de etanol. A unidade ainda terá capacidade para produzir até 340 mil toneladas de farelo de milho - os Distillers Dried Grains (DDG), subproduto do processamento - e até 17 mil toneladas de óleo de milho ao ano.
O forte e rápido avanço da FS Bioenergia em Mato Grosso tem como base a aposta em uma disparada da demanda por etanol no país, tanto pelo otimismo com o comportamento da economia como pelo cenário prometido pelo programa RenovaBio, que remunerará as usinas proporcionalmente à sua capacidade de mitigação de emissões ante a gasolina. "Estamos olhando no longo prazo um movimento estrutural importante a favor do biocombustível com o RenovaBio", afirmou Abud, que também é gerente geral da Summit Agricultural no Brasil - os americanos detêm 75% da FS Bionergia.
"Estamos convictos de que toda a oferta adicional de etanol, que deve ser de até 14 bilhões de litros em dez anos, virá do etanol de milho", argumentou Abud, apostando na maior competitividade do grão ante a cana, a matéria-prima tradicional para a produção de biocombustível no país.
Abud ressalvou que o tamanho das próximas usinas e o momento dos investimentos também dependerão do desempenho da economia. O plano é construir no máximo duas usinas concomitantemente. Por isso, as obras de uma quarta planta só devem começar quando a unidade de Sorriso terminar, o que está previsto para fevereiro de 2020.
A perspectiva, diz, é repetir os modelos em construção. Isso significa que, se concluir as cinco usinas, todas com o mesmo tamanho, chegará em 2023 com uma capacidade de produzir 2,6 bilhões de litros de etanol ao ano, tornando-se uma das três maiores empresas em capacidade de produção de etanol do país.
Como nas duas obras anteriores, o aporte em Nova Mutum será financiado "em boa parte" com o próprio caixa e em parte com novos empréstimos, disse Abud. Aportes diretos dos sócios não estão previstos e só ocorrerão "se necessário", ressaltou.
O primeiro balanço da FS Bioenergia de um exercício fiscal inteiro (encerrado em 31 de março) deverá ter receita de R$ 700 milhões. No novo exercício, o resultado deve incorporar a produção da usina de Lucas do Rio Verde já duplicada e operando "a plena capacidade", afirmou Abud, que também está otimista com a demanda por etanol das regiões Norte e Nordeste.
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Fonte: Valor Econômico
Grãos e Grandes Culturas
13. Exportação de suco de laranja caiu nos oito primeiros meses da safra
Os embarques de suco de laranja do país somaram 666,5 mil toneladas equivalentes ao produto concentrado e congelado (FCOJ) e renderam US$ 1,2 bilhão nos oito primeiros meses desta safra 2018/19 (julho do ano passado a fevereiro último), segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), que representa as três maiores indústrias do segmento (Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus Company). Em relação ao mesmo período da temporada anterior, o volume caiu 11% e o montante foi 8% menor.
Segundo a entidade, para a União Europeia, principal destino do suco brasileiro no exterior, o volume vendido caiu 6%, para 423,1 mil toneladas, e a receita foi 2% inferior (US$ 796,2 milhões). Para os Estados Unidos, as quedas foram de 27% e 26%, respectivamente, para 190,4 mil toneladas e US$ 248,6 milhões.
“Essa queda para o mercado americano se deve à recuperação da safra da Flórida, depois de um período seriamente afetado pelos efeitos do furacão Irma”, afirma Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR, em comunicado.
A entidade destacou, ainda, que as exportações para a China também recuaram nos oito primeiros meses da safra, cerca de 10% em volume e valor, mas que para o Japão houve aumento, ainda que modesto.
Ainda conforme a CitrusBR, do total exportado de julho de 2018 a fevereiro deste ano, o FCOJ em si representou 469,5 mil toneladas (queda de 17,5%), ou US$ 886 milhões, baixa de 13,8%), e o suco de laranja pronto para beber (NFC) respondeu por 198 mil toneladas (alta de 9,8%), ou US$ 208 milhões (aumento de 10,3%).
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Fonte: Valor Econômico
14. Produção mundial de cereais deverá crescer 2% em 2019/20, diz IGC
A produção mundial de cereais poderá chegar a 2,18 bilhões de toneladas em 2019/20, 2,4% mais que o estimado para a temporada atual, informou o Conselho Internacional de Grãos (IGC, na sigla em inglês) em seu primeiro relatório sobre a próxima safra internacional, que terá início em setembro.
Esse volume é resultado de uma projeção de colheita de 759 milhões de toneladas de trigo (3,3% mais que em 2018/19), 1,1 bilhão de toneladas de milho ( crescimento de 0,9%) e 505 milhões de toneladas de arroz (avanço de 1%). O IGC projeta, ainda, estabilidade para a colheita de soja na comparação entre as safras, com 359 milhões de toneladas.
O consumo mundial de cereais em 2019/20 está calculado pelo conselho em 2,2 bilhões de toneladas, 1,6% maior que o de 2018/19. O comércio mundial poderá atingir 369 milhões de toneladas, mesmo nível que o do ciclo atual, e os estoques finais foram projetados em 575 milhões de toneladas, em queda de 4,8%.
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Fonte: Valor Econômico
15. Melhora resultado da Cargill, que poderá investir US$ 1 bi na América Latina
A americana Cargill, uma das maiores empresas de agronegócios do mundo, informou ontem que obteve lucro líquido de US$ 566 milhões no terceiro trimestre de seu atual exercício (dezembro a fevereiro), 14,3% mais que no mesmo período do ano fiscal anterior. A receita líquida da companhia recuou 4%, para US$ 26,9 bilhões.
Em nota, Dave MacLennan, CEO e presidente do conselho da Cargill, afirmou que as incertezas que cercam seu ambiente de negócios continuaram a apresentar desafios, entre as quais as disputas entre EUA e China, que prejudicam as exportações americanas ao país asiático.
Entre junho de 2018 a fevereiro passado, os primeiros nove meses do atual exercício (2019), o lucro líquido da múlti caiu 2% na comparação com igual intervalo do ano-fiscal 2018, para US$ 2,3 bilhões. A receita acumulada ficou em US$ 83,5 bilhões, ante US$ 84,3 bilhões do mesmo período no exercício anterior.
Segundo a Cargill, seu ganhos na área de originação e processamento de grãos vieram num ambiente marcado não só pelas tensões comerciais entre Washington e Pequim, mas também por outras interrupções na cadeia de fornecimento. Na América do Norte, as operações de esmagamento de soja e canola funcionaram com capacidade elevada, mas a retração do mercado chinês para os abundantes estoques de soja dos EUA reduziu a rentabilidade.
A turbulência comercial também afetou negativamente as operações de esmagamento de soja na China, assim como a menor demanda por farelo de soja para ração após os abates de suínos no país asiático para controlar a disseminação da peste suína africana. Já as operações europeias e sul-americanas do segmento registraram lucros mais elevados. O processamento de soja e as sementes de "soft" commodities foram destaque na Europa, e a produção de milho e soja melhorou no Brasil.
Nesse contexto, a múlti informou que poderá investir US$ 1 bilhão na América Latina nos próximos cinco anos, aproveitando as condições políticas favoráveis na região. E que, apesar das turbulências, manterá as operações que tem na Venezuela.
A empresa informou, finalmente, que os custos de produção mais elevados nas joint ventures de processamento de aves nas Filipinas e no Reino Unido contribuíram para uma queda nos resultados da área.
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Fonte: Valor Econômico