Conjuntura do Agronegócio

1. Pecuária compensa safra mais fraca e PIB do agronegócio fica estável

O Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária ficou praticamente estável no primeiro trimestre deste ano, frente a igual período de 2018, com o bom desempenho do setor pecuário compensando resultados mais fracos da safra de grãos, disse Claudia Dionísio, gerente das Contas Nacionais Trimestrais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Pelos dados divulgados nesta quinta-feira, o PIB agropecuário recuou 0,1% entre janeiro e março, perante um ano antes. O movimento está relacionado com a menor safra de grãos como arroz (-10,6%) e soja (-4,4%), além de produtos como fumo (-2,9%).

“Algo como 60% da safra de soja é colhida no primeiro trimestre. Do arroz, a concentração no primeiro trimestre também é relevante. E são culturas que estão com perda de produtividade”, disse a pesquisadora, durante entrevista coletiva para apresentar o resultado das Contas Nacionais.

Das contribuições positivas, além da pecuária, ela citou a expectativa do crescimento da safra nacional de milho, que deve subir 12,6%.

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Fonte: Valor Econômico

2. Queda de 0,1% do PIB agro era esperada, diz INTL FCStone

O recuo do PIB da agropecuária, de 0,1%, na comparação entre o primeiro trimestre de 2019 e o primeiro trimestre de 2018 já era esperada pelo setor, diz o analista de mercado da consultoria INTL FCStone, Victor Andrioli. "O resultado não foi nenhuma surpresa. Pelos levantamentos da safra de verão, já sabíamos que a produção não seria tão expressiva como foi a da temporada anterior", afirmou Andrioli ao Broadcast Agro.

Segundo o analista, a principal contribuição negativa para o desempenho da produção agropecuária foi a quebra na colheita de soja, principal cultura agrícola do País, que foi prejudicada pelo clima adverso durante o desenvolvimento do grão. "A menor produção de soja pesou sobre o PIB agro, enquanto a maior produção de milho compensou parcialmente o resultado. Se não fosse uma safra de milho robusta, o resultado teria sido ainda pior", observou Andrioli.

Apesar do resultado negativo no primeiro trimestre, a FCStone mantém a estimativa de um leve crescimento no PIB da agropecuária de, no máximo, 0,5%, para o acumulado do ano. "Ainda é preciso ser conservador nessa projeção. Temos que aguardar definições em questões como plano safra, disponibilidade de crédito, tabelamento do frete e conflitos comerciais, que são fatores muito importantes como definidores de expectativas para a produção agropecuária brasileira", avaliou Andrioli.

Para os próximos trimestres, o analista espera uma contribuição positiva da pecuária sobre o indicador. "Considerando o cenário internacional e, principalmente, o avanço da peste suína africana pela Ásia, a pecuária brasileira pode ter um destaque positivo como uma alternativa no suprimento de proteína animal para o mundo", acrescentou Andriolli. Entretanto, segundo o analista, ainda é necessário mais definições a respeito do setor, como o progresso de parcerias comerciais do Brasil com outros países.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

3. EUA podem ‘mais do que dobrar’ tarifas sobre importações da China, diz Pence

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, declarou nesta quinta-feira, dia 30, que o seu país pode “mais do que dobrar” as tarifas sobre importações da China, e descreveu a gigante tecnológica chinesa Huawei como “incompatível com os interesses de segurança dos EUA, ou de nossos aliados”.

Em entrevista coletiva junto ao primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, Pence falou também sobre as expectativas em torno da reunião de Trump com o presidente chinês Xi Jinping no G20. “Nós nos mantemos esperançosos de que quando o presidente Trump se reunir com presidente Xi, no G20, eles farão progressos.”

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Fonte: Estadão Conteúdo/Canal Rural

Insumos

4. Conab debate logística de abastecimento em fórum de cidades da América Latina

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) amplia o debate sobre logística e alimentação em grandes cidades, durante as discussões do Primeiro Fórum Regional das Cidades Latino-Americanas Signatárias do Pacto de Milão sobre Política de Alimentação Urbana (MUFPP-LA), que começou esta semana e segue até amanhã (31), no Museu de Arte do Rio de Janeiro.

Nesta quinta-feira (30), o presidente da Companhia, Newton Araújo Silva Júnior, participa do painel Dados e Monitoramento que contará também com a presença de representantes do Ministério da Saúde e da Universidade de São Paulo (USP). Entre os temas debatidos na mesa-redonda, estão a dinâmica dos sistemas alimentares urbanos através de avaliações de dados e políticas. O presidente fará uma exposição sobre a experiência da Conab na área de inteligência agropecuária, ocasião em que todos os especialistas poderão compartilhar das técnicas de mapeamento, monitoramento de sistemas alimentares, ferramentas e métodos para a coleta de dados do sistema alimentar.

Ele também mostrará a execução das políticas públicas federais realizadas pela Companhia por meio dos seus programas de abastecimento em todo o país, para garantir apoio ao pequeno agricultor e dar suporte aos empresários do agronegócio. Outro destaque será o trabalho na coordenação do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado de Hortigranjeiros (Prohort), em parceria com as principais centrais de abastecimento brasileiras.

“Uma das preocupações da Companhia é apoiar estudos para evitar o desperdício de alimentos e melhorar a rede de distribuição nos grandes centros urbanos”, explica Newton Júnior. “Este encontro então ratifica nosso compromisso com o Pacto de Milão, que tem a responsabilidade de implementar uma aliança regional de sistemas alimentares urbanos sustentáveis, ação que é alinhada justamente neste Fórum Regional”, enfatiza.

O objetivo do MUFPP-LA é contribuir para o desenvolvimento territorial sustentável das zonas rurais e urbanas, com foco em soluções que ajudem a reduzir as desigualdades sociais das comunidades na América Latina. A expectativa é que este encontro permita a criação de um espaço de intercâmbio e transferência de conhecimentos e de experiências entre as cidades.

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Fonte: Conab/Agrolink

5. Veneno de aranha e fungos são os próximos biopesticidas

A nova geração de biopesticidas ecologicamente amigáveis pode girar em torno de veneno de aranha e também de fungos, segundo Lídia Argemí Muntadas e Andreas Hougaard Laustsen, do Departamento de Biotecnologia e Biomedicina, da Universidade Técnica da Dinamarca. Eles afirmaram que as conseqüências desse boom populacional afetarão diretamente a disponibilidade, o suprimento e a distribuição de alimentos, exigindo novas alternativas.

“Os artrópodes são animais invertebrados que compreendem diferentes classes de organismos, como insetos e aracnídeos, entre outros. Eles são um inimigo natural das colheitas no mundo agrícola. Os artrópodes são atualmente controlados por meio de pesticidas agroquímicos, mas esses métodos não são mais tão eficazes quanto décadas atrás. Além disso, pesticidas agroquímicos parecem ter um impacto negativo na saúde humana e nos ecossistemas”, escreveram.

Nesse cenário, várias fontes de biopesticidas foram estudadas nas últimas décadas. “Plantas geneticamente modificadas expressando alguns genes de resistência a insetos ou patógenos fúngicos estão entre as mais populares. Ainda assim, poucos deles são atualmente comercializados na indústria agrícola. A introdução das primeiras culturas geneticamente modificadas (GM) na agricultura representou o passo inicial para o desenvolvimento de inseticidas biológicos”, completam.

“Independentemente dos atuais inseticidas biológicos, um interesse especial agora tem sido direcionado para os venenos de espécies predadoras de insetos, como as aranhas. Diferentes estudos descobriram recentemente que o veneno da aranha, apesar de ter evoluído para ser tóxico quando injetado na presa, compreende compostos que também são tóxicos quando ingeridos. Essas descobertas podem levar ao desenvolvimento e expansão de uma nova família de biopesticidas muito mais simples, cujo custo de produção e segurança pública pode fornecer benefícios em comparação com os agroinsecticidas tradicionais”, concluem.

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Fonte: Agrolink

6. Sistemas de sensoriamento remoto vão monitorar setor agrícola do país

A ministra Tereza Cristina (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) participou nesta quinta-feira (30) da celebração do 30° aniversário da Embrapa Territorial, em Campinas (SP).

No evento, foi assinado um protocolo de intenções para a implementação de sistemas espaciais de sensoriamento remoto, pertinentes aos interesses do setor agropecuário, da proteção ao meio ambiente e da defesa. O protocolo foi assinado pela ministra Tereza Cristina e os ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e da Defesa, general de Exército Fernando Azevedo e Silva.

Para Tereza Cristina, o sistema será uma ferramenta importantíssima de inteligência estratégica para o agronegócio brasileiro. “Vai ser muito importante para trazer dados de mais qualidade e também atualizados todos os dias”, disse.

O ministro da Defesa, general de Exército Fernando Azevedo e Silva, destacou a importância do protocolo assinado e das ações da Embrapa Territorial. “Será possível controlar uso do solo, barragens, mineração, produção agropecuária. Estamos no limiar de um novo período da Defesa com agricultura e meio ambiente”, diz.

“Com tecnologia e objetividade, estamos fazendo o que determinou o presidente da República: trabalhando em união com a agricultura”, disse o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.

O evento foi prestigiado por mais de 300 pessoas, entre autoridades e representantes de setores como café, cana, algodão, milho e pecuária.

Sala de situação

Durante o evento, foi inaugurada a sala de situação na Embrapa Territorial em Campinas. A criação desse espaço tem como objetivo a apresentação dos dados de toda agropecuária brasileira. Segundo a ministra Tereza Cristina, em dois meses será inaugurada uma sala de situação no Ministério da Agricultura.

“Para que a gente possa reunir essa enormidade de dados que temos e às vezes não conseguimos juntar e tirar as informações de inteligência estratégica que precisamos para a nossa agropecuária”, disse a ministra, agradecendo a colaboração da CNA para a inauguração da sala. A ministra também participou de uma exposição sobre o projeto com uso de satélites Carponis, que permite controle desde segurança urbana até a produção agropecuária.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, destacou a criação do departamento de promoção do Agronegócio no Itamaraty e disse que a agropecuária pode ajudar a defender os interesses do Brasil no exterior. “O Itamaraty está pronto para ser parte integrante e entusiasmada do agronegócio”.

O presidente da Embrapa, Sebastião Camargo, lembrou que a empresa foi criada em 1973 e que naquela época o Brasil importava alimentos. E hoje exporta alimentos de qualidade para 160 países. “A Embrapa é hoje estratégica para a pujança da agricultura brasileira e a segurança alimentar global”, disse. O chefe da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, disse que ninguém preserva mais o meio ambiente do que o produtor rural.

Tereza Cristina entregou uma medalha a dois líderes de associações do agronegócio, considerados exemplos de empreendedorismo e parceiros históricos da Embrapa. Receberam a homenagem o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Antônio Melo de Alvarenga Neto e o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Daniel Carrara, que representou o presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins.

A ministra viajou acompanhada do secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Mapa, Fernando Camargo, do diretor geral do Serviço Florestal Brasileiro, Valdir Colatto e do assessor especial Francisco Basílio Freitas de Souza.

Também participaram do evento o prefeito de Campinas, Jonas Donizete, o secretário de Agricultura de São Paulo, Gustavo Junqueira, o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária e a superintendente federal de Agricultura em São Paulo, Andréa Figueiredo.

Código Florestal

No discurso, a ministra lembrou que na época da elaboração do Código Florestal era secretária de agricultura em Mato Grosso do sul e acompanhou a dificuldade para fechar o texto. “Sei como foi difícil aquela discussão toda para se chegar a esse Código. E não agradou aos dois lados, por isso ele tem equilíbrio, por isso ele é bom. E agora ele precisa de ajustes que é o que a Câmara e o Senado têm que fazer”, referindo-se à Medida Provisória (MP) 867/2018, que prorroga o prazo máximo para proprietários rurais aderirem ao programa governamental de regularização ambiental.

No fim do evento, ela disse aos jornalistas que a MP não é uma revisão da legislação. “Não é verdade que estamos revendo o Código Florestal. Muita coisa é falada que falseia a verdade e isso é muito ruim para o nosso setor. Essa Medida Provisória tem o CAR e PRA, que não tinha na época, ela coloca as pessoas a poderem resolver seus problemas ambientais e também resolve o problema de quem lá no passado tinha uma outra legislação. A lei não volta para prejudicar as pessoas”, explicou.

Tereza Cristina também voltou a dizer que não acredita que haja adiamento na liberação do Plano Safra, marcada para o dia 12 de junho. “Espero que o Congresso vote isso, se não o Brasil para. E a agricultura tem uma janela, ela tem data para acontecer”, disse, sobre a votação do projeto de crédito suplementar (PLN 4/19), que inclui R$ 10 bilhões em recursos para equalização dos financiamentos do Plano Safra.

Sobre o resultado do PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre do ano, que apontou taxa negativa de 0,2 % em relação ao trimestre anterior, a ministra disse que isso demonstra que o Brasil precisa votar o mais rápido possível as reformas necessárias para a retomada do crescimento. “Tenho certeza de que será revertido, vamos ter um Plano Safra bom e temos os agricultores entusiasmados em produzir e uma oportunidade enorme para o Brasil exportar”, disse.

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Fonte: MAPA/Agrolink

Proteína Animal

7. Ministério investiga suspeita de caso atípico de “vaca louca” em MT

O Ministério da Agricultura investiga um possível caso atípico de encefalopatia espongiforme bovina (EEB) — conhecida como mal da "vaca louca" — em Mato Grosso. A notícia foi publicada pelo jornalista Mauro Zafalon, da “Folha de São Paulo”.

A doença neurodegenerativa normalmente está associada à ingestão de farinha de carne e ossos de animais infectados. No caso atípico, os animais contraem a doença espontaneamente, devido à idade mais avançada. Em geral, os casos são identificados em animais acima de dez anos.

Em sua variante atípica, a doença foi identificada pela última vez no Brasil em 2014, também em Mato Grosso. Na ocasião, o Brasil enfrentou um período de embargo de sua produção por diversos países.

O Brasil nunca registrou um caso clássico e detém o status de risco “insignificante”, conferido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

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Fonte: Valor Econômico

8. BRF e Marfrig começam a negociar fusão

Em um movimento surpreendente, BRF e Marfrig anunciaram ontem que negociam uma fusão que, se bem sucedida, criará uma gigante global com faturamento superior a R$ 80 bilhões. As duas companhias firmaram um acordo que prevê exclusividade nas negociações entre ambas por 90 dias - prorrogáveis por mais 30.

A estrutura societária ainda não está definida, mas a troca de ações que permitirá a união das empresas será feita considerando a média das ações de BRF e Marfrig nos últimos 45 dias, o que daria aos atuais acionistas da primeira uma participação de 85% na companhia resultante. Os sócios da Marfrig ficariam com 15%.

Nas negociações, o Citi será o assessor financeiro da BRF. O J.P. Morgan, por sua vez, vai assessorar a Marfrig, apurou o Valor. As projeções iniciais apontam para sinergias de R$ 5,5 bilhões na união. A operação ainda terá de passar por diversas etapas importantes, incluindo a aprovação da BNDES (acionista da Marfrig) e dos fundos de pensão Petros e Previ, principais sócios da BRF.

A negociação da fusão foi anunciada após o fechamento do mercado, mas na bolsa de Nova York a recepção foi positiva. Os recibos de ações (ADRs) da BRF subiam mais de 6% na noite de ontem. O anúncio ocorre a poucas semanas do fim do mandato de Pedro Parente como CEO da BRF. A partir de 17 de junho, ele ficará apenas como presidente do conselho de administração e passará o bastão a Lorival Luz, atualmente vice-presidente executivo.

A aproximação entre as duas empresas teve início no fim do ano passado, quando a Marfrig comprou da BRF a argentina Quickfood e uma fábrica de hambúrguer em Mato Grosso. Como resultado da transação, a companhia de Marcos Molina passou a produzir o hambúrguer Sadia e Perdigão para a BRF. Nesse ambiente, a interlocução entre as duas companhias se tornou permanente. Em 13 de maio, Molina e Luz se encontraram em Nova York durante um jantar promovido pelo Banco Safra.

De forma geral, a transação pode mudar a percepção de que muitos no mercado ainda têm de Parente. Até então, ele vinha sendo encarado como o "bombeiro" que tentava apagar os incêndios de uma companhia que perdera a capacidade de gestão da longa cadeia produtiva.

Se a união com a Marfrig prosperar, Parente será um dos arquitetos de uma transação que fará da BRF uma empresa mais parecida com o modelo vencedor da JBS - diversificado geograficamente e "multi-proteínas" (carne bovina, suína e de frango). Em faturamento, vale ressaltar, os negócios ainda seriam bem menores - a empresa dos Batista fatura mais de R$ 180 bilhões.

Estrategicamente, a fusão representa o extremo oposto dos planos iniciais - e mal-sucedidos - da gestora Tarpon e de Abilio Diniz, que assumiram as rédeas da BRF em 2013 com o objetivo de, entre outras coisas, reduzir a fatia das commodities no faturamento. Não à toa, a BRF se desfez do negócio de carne bovina, repassando as operações na área à brasileira Minerva Foods, em 2014.

"Perdemos o jogo. O futuro agora é ter volume e faturamento, mas carne bovina tem pouca diferenciação", lamentou um ex-executivo da BRF. De fato, os frigoríficos de carne bovina costumam entregar margens mais apertadas, abaixo de dois dígitos. Também por isso, os investidores fazem avaliações distintas de negócios de marca, como é o da BRF no Brasil, e frigoríficos como a Marfrig.

Na B3, as ações da dona da Sadia e da Perdigão costumam ser negociadas a um múltiplo próximo de 10 vezes, enquanto os papéis da Marfrig oscilam perto de 5 vezes. Mesmo com um faturamento quase R$ 10 bilhões menor, a BRF vale na bolsa quatro vezes mais que a Marfrig. Ontem, a BRF estava avaliada em quase R$ 24 bilhões, ao passo que a Marfrig valia R$ 4,2 bilhões.

Do lado da Marfrig, a união com a BRF representa uma volta a um passado pouco agradável. A incursão da companhia de Molina pelo negócio de frangos e suínos - com a compra da Seara, principalmente - custou caro à empresa, que teve dificuldades para integrar os ativos, queimou caixa, viu as dívidas dispararem e acabou vendendo o negócio à JBS. Só no ano passado, com a alienação da subsidiária Keystone à americana Tyson Foods, a Marfrig conseguiu reduzir a dívida e entregar um índice de alavancagem considerado saudável.

A expectativa é que, juntas, as empresas tenham um índice de alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda) próximo de 3 vezes. Hoje, a alavancagem da BRF supera 5 vezes.

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Fonte: Valor Econômico

9. Exportações para árabes crescem 20% puxadas por carne de frango

As exportações brasileiras para os países árabes aumentaram 20% de janeiro a abril em comparação a igual período de 2018 e somaram US$ 4,13 bilhões, segundo a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira. As importações também cresceram no período, para US$ 2,2 bilhões, alta de 3,4% ante igual intervalo correspondente de 2018, conforme nota da entidade.

Dentre os produtos exportados, os destaques foram a carne de frango, que resultou em receita de US$ 792 milhões (+12% na comparação anual), minério de ferro (US$ 625 milhões), açúcar (US$ 536 milhões), carne bovina (US$ 385 milhões) e veículos aéreos (US$ 322 milhões).

"A carne bovina merece destaque, pois as vendas cresceram 20% no primeiro quadrimestre de 2019, o que reforça a grande capacidade de fornecimento do Brasil de proteína animal Halal. A soma das exportações de carne bovina e de aves tornam os países árabes o principal destino da vendas externas do país nos primeiros quatro meses de 2019", informou a Câmara em nota.

Os principais destinos árabes de todas as exportações brasileiras foram os Emirados Árabes Unidos (US$ 1,03 bilhão, alta de 76% na comparação anual), Arábia Saudita (US$ 656 milhões), Egito (US$ 505 milhões), Argélia (US$ 336 milhões) e Omã (US$ 304 milhões, aumento de 33% ante o primeiro quadrimestre de 2018).

O presidente da Câmara Árabe, Rubens Hannun, destacou que as vendas de produtos do Brasil às nações árabes se sobressaem ante a receita de exportação do país com o mundo, que recuou 3% entre janeiro e abril ante igual período do ano passado. "Enquanto as exportações globais caíram no início de 2019, expandimos as vendas para esses países em 20%", reforçou Hannun.

A corrente de comércio entre o Brasil e os países árabes vem evoluindo nos últimos anos. Em 2018, os árabes foram o destino de 4,8% das exportações brasileiras e responsáveis por 4,4% das importações do País. No primeiro quadrimestre de 2019, estes indicadores passaram a, respectivamente, 5,7% e 3,9%, segundo a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira.

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Fonte: Estadão Conteúdo/Revista Globo Rural

Agroenergia

10. Atvos terá de encarar desafios operacionais

Além da difícil missão de renegociar R$ 15 bilhões em dívidas, a Atvos, braço sucroalcooleiro da Odebrecht, terá de resolver velhos desafios operacionais se quiser sair mais saudável e rentável da recuperação judicial na qual acabou de ingressar.

Inicialmente batizada como ETH Bioenergia, a empresa foi criada em 2007 sob um clima de euforia embalado pelo sonho de o Brasil se tornar uma potência exportadora de etanol. O objetivo não foi atingido e a Atvos jamais conseguiu ter canaviais suficientes para suportar o gigantismo da estrutura industrial inicialmente planejada.

Com nove usinas espalhadas por São Paulo, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a Atvos moeu 25,8 milhões de toneladas de cana na safra 2017/18 (último dado disponível), o que significou uma ociosidade de 30%, uma vez que sua capacidade nominal de moagem é de cerca de 36 milhões de toneladas - líder desse mercado, a Raízen moeu 60 milhões de toneladas em 2018/19.

Para reverter o quadro, a empresa teria de fazer investimentos bilionários nos próximos anos para expandir e renovar a área de canavial, o que não é considerado factível por especialistas em consequência de sua situação financeira.

Na petição enviada na quarta-feira à 1ª Vara de Falências da Comarca de São Paulo, na qual a Atvos pediu a recuperação judicial, a companhia mencionou um estudo realizado pela consultoria Canaplan para avaliar a viabilidade da empresa. O trabalho indica que, com investimentos em expansão e renovação de canaviais, a geração de caixa da Atvos poderá saltar de R$ 1,5 bilhão para R$ 3,4 bilhões até a temporada 2028/29.

Para isso, a empresa teria de investir cerca de R$ 700 milhões por ano. Pelas projeções da Canaplan, a geração de caixa aumentaria em R$ 1 bilhão em apenas três safras com esses aportes. Para se ter uma ideia da relevância dos investimentos nos canaviais, basta dizer que eles representariam quase 20% da geração de caixa prevista para a safra 2022/23.

Segundo o analista Wiliam Hernandes, da consultoria FG/A, a ociosidade da Atvos dificulta a diluição de custos fixos da empresa. Na safra 2017/18, as despesas administrativas representaram R$ 14,05 por tonelada de cana-de-açúcar moída, quando a média de 58 grupos acompanhados pela FG/A foi de R$ 11,45.

Em comparação à produção efetiva, a Atvos é uma das mais endividadas do segmento. Na safra 2017/18, a empresa devia R$ 361,01 por tonelada de cana moída, enquanto a média do segmento era de R$ 134,25.

Além da falta de canaviais, as regiões onde as usinas da Atvos estão localizadas também sofrem com o clima pior do que a média, segundo fontes que conhecem suas operações. Em Mato Grosso do Sul, o problema são as constantes geadas. Em Mato Grosso, é a falta de chuvas.

Mas quem conhece os ativos argumenta que as usinas são boas - "estado da arte", nas palavras de um experiente executivo do agronegócio. Das nove usinas da Atvos, sete foram construídas do zero pela companhia ou pela Brenco, companhia criada em 2007 pelo ex-presidente da Petrobras Henri Philippe Reichstul a partir de investimentos de US$ 2 bilhões para, como a Odebrecht, aproveitar o "boom" do etanol.

Em 2009, a Brenco já enfrentava dificuldades financeiras e, após negociar inclusive com a Petrobras, teve seu controle vendido à Odebrecht. Mas a união de ETH e Brenco na nova Odebrecht Agroindustrial, com foco no etanol, viu o cenário piorar quando o governo Dilma passou a controlar os preços da gasolina e, por tabela, os do biocombustível.

Caso não consiga se recuperar, a saída da Atvos será vender seus ativos. Mas também não será uma tarefa fácil. "Não há ninguém no mercado com apetite para engolir a Atvos toda - e há outros ativos à venda, como os da Bunge. Talvez a empresa consiga vender algumas usinas e, no máximo, 30% de seus canaviais", disse um executivo do segmento.

É a segunda recuperação judicial de um grande grupo do ramos em poucas semanas - a Usina Santa Terezinha, do Paraná, que já chegou a processar 18 milhões de toneladas por safra, anunciou a sua em março. "Quando tombam os primeiros mamutes, os bancos começam a correr atrás e há usinas menores em dificuldades", disse a fonte. Os problemas podem "ajudar" a enxugar a produção brasileira de cana em tempos de avanço da oferta global, puxada por países como a Tailândia.

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Fonte: Valor Econômico

11. Plano de recuperação da Clealco é homologado pela justiça

A Clealco comunicou ontem (30), que o juiz responsável pela Recuperação Judicial da companhia homologou o plano de recuperação judicial apresentado. O documento já havia sido aprovado em assembleia de credores, realizada no dia 2 de maio.

A decisão acontece dez meses após a Clealco ter entrado com o pedido de recuperação judicial.

A partir de agora, segundo nota enviada pela companhia, começa uma nova etapa: o cumprimento das cláusulas previstas no plano. Isso inclui, entre outras ações, o processo de venda da unidade localizada em Queiroz (SP) – que, segundo a Clealco, será a principal opção de pagamento aos credores.

A usina tem capacidade de moagem de 4,5 milhões de toneladas e está em operação no ciclo 2019/20. Para a venda, será criada uma Unidade Produtiva Isolada (UPI) sem passivos e, a princípio, não foi estabelecido um valor mínimo para o leilão da usina.

Na safra 2019/2020, a Clealco afirma que tem apresentado resultados positivos em eficiência industrial e produtividade agrícola, tendo moído até o mês de maio mais de 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar. A previsão é finalizar o atual ciclo produtivo com a moagem de 4,2 milhões de toneladas.

“A Clealco reitera a confiança em sua capacidade operacional e na competência de toda a sua equipe, que tem demonstrado grande empenho na busca dos melhores resultados, para que possa cumprir integralmente as obrigações previstas no plano”, finaliza a nota.

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Fonte: Clealco/NovaCana

12. Raízen é multada em R$ 61,5 mil por fogo em canavial de Charqueada (SP)

A Polícia Ambiental multou uma empresa na quarta-feira (29) por queimada em duas áreas de cultivo de cana de açúcar em Charqueada (SP). O valor da autuação é de R$ 61,5 mil.

Segundo o Pelotão Ambiental da polícia, uma equipe constatou por meio de monitoramento via satélite que os locais haviam sido incendiados.

As áreas totalizam 61,5 hectares e ficam às margens da Rodovia Hermínio Petrin (SP-308), no bairro Rocinha, e da Rodovia Carlos Mauro (SP-191), no bairro Bandeirante.

Foi constatado que os terrenos são arrendados à empresa de produção de açúcar e etanol, Raízen, que recebeu Autos de Infração Ambiental com sanção de multa simples totalizando 17 pontos.

Ainda de acordo com a Polícia Ambiental, o fogo não atingiu a Área de Preservação Permanente (APP) nem outras áreas florestais. Um representante da empresa foi orientado para o atendimento ambiental, segundo a polícia.

Por nota ao G1, a Raízen informou que ainda não foi notificada sobre multa.

“A companhia reitera que não pratica a queima de cana e reforça que segue estritamente as diretrizes do Protocolo Agroambiental, o qual determina a eliminação do uso do fogo na colheita de cana no Estado de São Paulo”, diz a nota.

A empresa disse ainda que monitora diariamente seus canaviais para prevenir e combater eventuais incêndios “de origem desconhecida ou acidental”, como pode acontecer ao serem jogados cigarros, por exemplo, em áreas de grande circulação como perto de cidades e rodovias.

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Fonte: G1/NovaCana

Grãos e Grandes Culturas

13. Preço da soja desce ao menor nível desde junho de 2007 em Chicago

O recrudescimento das disputas comerciais entre Washington e Pequim derrubou as cotações da soja ao menor patamar em 12 anos na bolsa de Chicago. E com as dificuldades de os Estados Unidos, país que é o segundo maior exportador do grão do planeta - atrás do Brasil - em vender seu produto para a China, que responde por cerca de 60% das importações globais, o espaço para valorizações é exíguo.

Cálculos do Valor Data baseados nos valores médios mensais dos contratos de segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) mostram que a soja chegará ao fim de maio com quedas de cerca de 6,5% em relação a abril e de quase 20% em relação a maio de 2018, no mais baixo nível desde junho de 2007. Um cenário que preocupa a cadeia produtiva brasileira, embora para os exportadores o câmbio e os prêmios nos portos estejam compensando parte da baixa dos preços na bolsa americana.

E o tombo de maio poderia ser até maior não fossem os problemas climáticos que estão prejudicando o plantio de grãos em geral nos EUA. Quando as intempéries começaram, havia uma expectativa de que o plantio de milho seria mais afetado e que isso poderia até provocar um aumento da semeadura de soja naquele país, realizado mais tardiamente, mas essa possibilidade também começou a minguar.

O mapa atualizado do Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA (NOAA) mostra uma continuidade das chuvas no cinturão produtor americano de 30 de maio a 6 de junho, em volumes mais baixos que o dos últimos dias. Estados como Iowa, Illinois, Indiana, Missouri, Nebraska e Kansas deverão receber mais de 25 milímetros de precipitações, o que deverá continuar impedindo os trabalhos de plantio.

E a situação de fato é mais delicada para o milho, ainda que soja e trigo também sejam afetados. A "janela" de plantio de milho já acabou em muitos Estados e está prestes a terminar em outros. Segundo o USDA, 58% da área prevista para a safra 2019/20 foram semeados até domingo, ante média de 90% nas últimas cinco safras. "Os atrasos são os piores já registrados", disse Tracey Allen, estrategista de commodities agrícolas do JP Morgan à Dow Jones Newswires. "Estamos navegando em águas desconhecidas".

Por causa desses problemas climáticos, o preço médio dos contratos de segunda posição de entrega do milho deverão encerrar maio com alta superior a 5% em relação a abril em Chicago, enquanto o trigo tende a apresentar valorização superior a 1,5%. Nos dois casos, contudo, há quedas na comparação com maio de 2018.

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Fonte: Valor Econômico

14. Brasil deve aumentar a promoção e vender mais café na Ásia

O Brasil deveria aumentar a promoção do seu café na China. Cooperativas e outras entidades do setor poderiam liderar esse movimento e considerar até mesmo a possibilidade de montar uma rede brasileira de cafeterias no país, a exemplo do que fizeram empresas de outros países, como a americana Starbucks. Foi o que afirmou, nesta quarta-feira (29/5), o presidente da Câmara de Indústria e Comércio Brasil-China (CICBC), Charles Tang.

“A relação entre Brasil e China vai crescer cada vez mais e se tornar cada vez mais importante para os dois países. O mercado precisa conhecer o produto de vocês. Devem visitar consumidores. Tem muitas cafeterias que não são famosas na China. Seria um grande feito e beneficiaria produtores e exportadores do Brasil”, disse Tang durante o 8º Coffee Dinner & Summit, promovido pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), em São Paulo (SP)

O executivo avaliou que o Brasil pode ganhar espaço no mercado chinês tanto com café verde quanto com o industrializado. Pontuou que a maior dificuldade será atingir as populações do interior do país. De outro lado, lembrou que a classe média chinesa tende a continuar crescendo e está cada vez mais tomando café, nas cafeterias ou em outras modalidades, com as cápsulas monodose.

“A classe média será o suficiente para impulsionar o consumo de café. O Brasil tem que vender mais e se esforçar para vender mais. Por que só a Colômbia tem fama de ter um melhor café quando a melhor qualidade e a maior quantidade estão no Brasil?”, questionou Tang.

Entre executivos de empresas e especialistas, a Ásia é vista como a região de maior potencial de crescimento no consumo de café no mundo, amparada em países de grande população, como a própria China e a Índia. Dados da consultoria INTL FCStone, apresentados durante o evento, apontam uma expansão média de 4,5% ao ano na região - juntamente com a Oceania - só nos últimos cinco anos.

“O potencial de crescimento existe só pelo tamanho da população. Já é extraordinário. Mas a cultura do café ainda não é dominante. O poder aquisitivo tem crescido e a população urbana tem aumentado rapidamente e isso pode mudar as coisas e gerar mais consumo”, pontuou o executivo da Olam Coffee, Raja Saoud.

Segundo ele, em função do maior poder aquisitivo, a tendência entre consumidores asiáticos é buscar um produto de melhor qualidade. Assim, em um horizonte de dez anos, o consumo de café na China pode saltar de 3 milhões para seis milhões de sacas de 60 quilos. Na Índia, o volume pode passar de 1,5 milhão para 2,5 milhões no período. Na Indonésia, o salto pode ser de 4,5 milhões para 7 milhões.

Questionado sobre a tendência para os países árabes, Saoud avaliou que uma mudança no perfil de consumo, de cafés mais tradicionais para os especiais, de maior qualidade e valor, pode ocorrer. O executivo lembrou, no entanto, que, nesses locais, o hábito de tomar café ainda é concentrado em casa e uma mudança na qualidade da bebida consumida deve ocorrer de forma mais lenta.

Mas a movimentação dos consumidores não ocorre somente nos mercados mais novos. Um processo de mudança de hábitos também tem sido percebido em regiões mais tradicionais. Nos Estados Unidos, por exemplo, a tendência tem sido de beber um volume menor, mas procurar produtos de melhor qualidade, afirmou o analista de mercado da Euromonitor no território americano, Matthew Barry.

Segundo ele, a expansão demográfica nos Estados Unidos tem sido menor. As taxas de fertilidade estão caindo e a imigração também, especialmente depois da ascensão de Donald Trump ao poder. Um crescimento menor da população tende a reduzir a base de consumidores de café no país.

Por outro lado, disse ele, as pessoas estão ganhando dinheiro e procuram mais qualidade e variedade e, portanto, agregam valor, afirmou Barry. Nesse cenário, enquanto o segmento de cápsulas cresce menos que em anos anteriores, nichos como o de bebidas frias à base de café ganham espaço.

Já na Europa Ocidental, o consumidor tem se afastado das formas mais tradicionais de consumo, explicou Alexandre Loeur, também da Euromonitor. As cápsulas também seguem crescendo em ritmo menor que em anos anteriores. E segmentos premium estão ganhando mercado.

“Está mudando na Europa inteira. Os grãos são o motor do crescimento e cabem bem no comportamento dos clientes. Eles querem fazer em casa, ter um sabor original. Os países nórdicos não veem as cápsulas como algo sustentável. O Reino Unido está deixando de consumir o instantâneo enquanto a Turquia está consumindo mais”, analisou.

Mudanças de hábitos

Notícia na íntegra

Fonte: Valor Econômico

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