Conjuntura do Agronegócio

1. Disputa por presidência da Embrapa se afunila

O Conselho de Administração da Embrapa selecionou na quinta-feira os três candidatos considerados mais qualificados para assumir a estatal dentre os 16 inscritos no fim do mês passado. Entre os escolhidos estão Luís Carlos Guedes Pinto, ex-ministro da Agricultura, Cléber Soares, atual diretor de Inovação e Tecnologia da Embrapa, e Sebastião Barbosa, pesquisador aposentado da empresa pública, apurou o Valor.

Por enquanto, houve apenas análise de currículos, mas na próxima semana o Conselho volta a se reunir para entrevistar os três postulantes ao cargo. A escolha do novo presidente da estatal deve acontecer até o dia 15 de outubro. Na prática, contudo, a escolha do novo presidente terá a chancela do ministro da Agricultura, Blairo Maggi. O mandato do atual presidente, Maurício Lopes, termina em 12 de outubro.

O processo seletivo para a presidência da Embrapa já provocou reação negativa no agronegócio. Em carta ao ministro Maggi, o Instituto Pensar Agro (IPA), que reúne as 40 principais entidades do setor agropecuário e é o braço técnico da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), questionou o critério de seleção por currículo, recomendando que os candidatos apresentem um plano estratégico com metas e iniciativas para a estatal.

O próximo presidente assumirá a Embrapa em meio a um dos maiores desafios recentes da estatal, que passa por uma grande reestruturação administrativa e financeira e é alvo de críticas internas e do agronegócio que defende um maior protagonismo e a modernização da empresa.

Entre os três selecionados, o engenheiro agrônomo Luís Carlos Guedes Pinto é o único candidato que vem de fora da Embrapa, apesar de ter participado da criação da empresa pública na década de 1970. Foi ministro da Agricultura entre 2006 e 2007, além de presidente da Conab e vice-presidente de Agronegócios do Banco do Brasil.

Cléber Soares é médico veterinário de formação e fez carreira acadêmica, tendo ingressado em 2001 na Embrapa como pesquisador da unidade Gado de Corte, em Campo Grande (MS), onde chegou a ser chefe-geral por seis anos até 2017. Ele é membro de comitês científicos e técnicos ligados aos ministérios da Agricultura e o da Ciência, Tecnologia e Inovação, entre outros órgãos governamentais.

Sebastião Barbosa também é agrônomo de formação com vasta experiência como pesquisador na área de controle de pragas, já tendo representado a FAO, braço da ONU para Agricultura, em foros internacionais sobre esse tema. Ele foi chefe-geral da Embrapa Algodão.

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Fonte: Valor Econômico

2. Grupo apoia "agricultura inteligente"

Um grupo de 100 empresas que atuam direta ou indiretamente na produção de alimentos assinou um compromisso para apoiar práticas da "agricultura inteligente", incluindo a adoção de soluções tecnológicas para elevar a produtividade das lavouras, fortalecer a resiliência das plantações às intempéries e reduzir as emissões de gases de efeito estufa.

O compromisso foi anunciado na quinta-feira em San Francisco, durante a Conferência Global de Ação Climática (GCAS, na sigla em inglês), pelo Conselho Global de Negócios para o Desenvolvimento Sustentável (WBCSD, na sigla em inglês), uma associação de lideranças empresariais fundada pelo bilionário suíço Stephan Schmidheiny em 1992 com foco no desenvolvimento sustentável. É a primeira iniciativa do grupo voltada exclusivamente para a agricultura.

Os projetos deverão ter apoio financeiro do Rabobank, que é um dos signatários do compromisso e já gerencia o fundo Kickstart Food, que prevê o desembolso de US$ 1 bilhão para projetos de agricultura sustentável. Entre outras companhias que assinaram o compromisso estão a Unilever, a fabricante de chocolates Barry Callebaut e a trading Olam, de Cingapura.

Segundo Matthew Reddy, diretor de agricultura inteligente e clima do WBCSD, a iniciativa busca atender aos compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa na agricultura assumidos pelos países signatários do Acordo de Paris.

Uma das formas de incentivar a adoção de práticas "inteligentes" no campo serão as parcerias com startups agrícolas. "Esperamos que esses empreendedores possam se juntar a nós. Se puderem oferecer um benefício que pode ser compartilhado entre os produtores, serão incentivados. Devemos apoiar esses empreendedores, especialmente em soluções de tecnologia como uso de drones e monitoramento do solo", disse ao Valor.

O compromisso assinado também tem como objetivo elevar a produtividade e reduzir o uso de insumos. Reddy lembrou que algumas companhias que atuam na cadeia do cacau, como Olam e Barry Callebaut, já estão fomentando a adoção de ferramentas de agricultura de precisão com produtores em Gana para otimizar o uso de fertilizantes, por exemplo.

Para Bas Rüter, diretor global de sustentabilidade do Rabobank, a ampliação dessas práticas deve levar a uma redução da demanda global por fertilizantes e agrotóxicos. A atuação das companhias signatárias do compromisso também buscará combater o desperdício de alimentos na cadeia de suprimentos. Segundo Rüter, as primeiras ações a respeito começarão a ocorrer na Indonésia, país que registra o segundo maior índice de desperdício de comida per capita do mundo.

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Fonte: Valor Econômico

3. Exportações do agronegócio cresceram 3,6% em agosto, para US$ 9,3 bi

As receitas do agronegócio brasileiro com as exportações cresceram 3,6% em agosto deste ano em relação ao mesmo mês de 2017, alcançando US$ 9,3 bilhões. Os embarques do setor no mês representaram 41,5% de todas as vendas externas feitas pelo Brasil em agosto, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic), compilados pelo Ministério da Agricultura, divulgados nesta sexta-feira.

As importações no mês passado, porém, recuaram 1,6% para US$ 1,1 bilhão em comparação com o mesmo intervalo de 2017. Com o resultado, o superávit do agronegócio ficou em US$ 8,2 bilhões, 5,1% mais que o registrado em agosto de 2017.

Entre os itens mais exportados, o “complexo soja” (inclui grão, farelo e óleo), que geralmente lidera o ranking das vendas externas de produtos agrícolas do Brasil, foi um dos únicos que teve crescimento e registrou alta de 43,4%, para US$ 4 bilhões em agosto, refletindo a crescente demanda da China por esses produtos em meio à guerra comercial com os Estados Unidos. Somente os embarques de soja em grão totalizaram US$ 3,2 bilhões, resultado 43,7% superior ao de agosto do ano passado. As vendas de farelo de soja também aumentaram, 46% para US$ 621,8 milhões, enquanto as de óleo de soja aumentaram 28,6% para US$ 148 milhões.

Entre os produtos mais importantes na pauta exportadora do setor, quase todos registraram queda em agosto. Embora tenha sido o segundo item mais exportado no mês passado, as carnes tiveram uma recuo de 0,5% para US$ 1,5 bilhão. As vendas externas carne de frango recuaram 8,2% para US$ 622,8 milhões, com retração de 3,5% no preço médio de exportação; as de carne suína tiveram queda de 29,8%, para US$ 109,6 milhões. A exceção foram os embarques de carne bovina, que somaram US$ 699,3 milhões, 15,6% mais que o registrado no mesmo mês do ano passado.

Outros itens que registraram quedas na exportação foram: açúcar e etanol, cujas vendas externas recuaram 44,1% em agosto, para US$ 636,4 milhões, em relação a agosto de 2017; e as de café, que diminuíram 33,2% em agosto, para US$ 378 milhões.

Principal mercado para as exportações brasileiras do agronegócio, a China importou do setor US$ 3,4 bilhões em agosto, um aumento de 48,2% em comparação com o mesmo mês do passado. Como resultado, a participação do país asiático na balança do agronegócio também cresceu, de 25,6% em agosto de 2017 para 36,6% no mesmo mês de 2018.

Quando se considera o acumulado de janeiro a agosto, as vendas externas do agronegócio brasileiro também apresentaram resultado positivo. Houve um crescimento de 4,7% em relação ao mesmo intervalo do ano passado, para US$ 68,5 bilhões. As importações, porém, recuaram 0,7%, para US$ 9,4 bilhões nesse período.

Em nota, o Ministério da Agricultura destacou o desempenho recorde em volume das exportações de soja entre janeiro e agosto. As vendas externas de soja em grão saíram de 56,9 milhões de toneladas nos primeiros oito meses de 2017 para um volume recorde de 64,6 milhões de toneladas em igual intervalo de 2018.

A Pasta observa, ainda, que “apesar do crescimento nas exportações do agronegócio, os produtos do setor tiveram uma diminuição de participação na pauta exportadora brasileira, passando de 44,8% entre janeiro e agosto de 2017 para 43,1% entre janeiro e agosto de 2018. Isso ocorreu em decorrência do incremento mais acentuado nas exportações brasileiras de outros produtos que não do agronegócio, que registraram expansão de 12,3% em comparação aos 4,7% de crescimento dos produtos do agronegócio”.

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Fonte: Valor Econômico

Insumos

4. Yara lança programa de relacionamento pioneiro no setor de fertilizantes

A Yara, líder mundial em nutrição de plantas, lança o Boa Colheita, programa de relacionamento direcionado a cooperativas e revendas que busca aproximar e incentivar os parceiros a se desenvolverem e crescerem no mercado, trabalhando ao lado da Yara no propósito de alimentar o mundo com responsabilidade.

O Boa Colheita valoriza e recompensa os parceiros que trabalham com programas nutricionais e produtos de alto valor agregado da companhia, oferecendo aos agricultores as melhores e mais modernas soluções em nutrição de plantas. Os participantes têm acesso a uma série de benefícios como campanhas de incentivos de vendas e marketing, treinamentos e capacitações, acesso a ferramentas digitais desenvolvidas pela Yara, maior exposição de suas marcas e contatos diferenciados.

Em seu lançamento, o Boa Colheita já contempla 140 canais de vendas, em quatro categorias - diamante, ouro, prata ou bronze – criadas de acordo com os diferentes perfis de parceiros. A gerente de Experiência do Cliente e Acesso ao Mercado da Yara, Lucied Marques, destaca a necessidade de haver um programa estruturado e com esse ineditismo no setor. "É preciso reinventar e aprimorar sempre o relacionamento com clientes e parceiros. Queremos estar cada vez mais próximos de quem nos ajuda a transformar o mundo", afirma.

Já o vice-presidente de Nutrição de Plantas da Yara, Cleiton Vargas, enfatiza a importância do programa para fortalecer parcerias de longo prazo e atender às necessidades dos agricultores. "O lançamento do programa Boa Colheita é um momento histórico e de grande orgulho para a Yara, fruto do trabalho de centenas de pessoas. Buscamos construir as parcerias certas de maneira sólida e sustentável, promover benefícios e capacitação aos nossos canais de vendas e, juntos, podermos levar as melhores soluções aos produtores".

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Fonte: Agrolink

5. Contratação de crédito rural soma R$ 18,2 bi no 1º bimestre de 2018/2019

A contratação de crédito rural pelo Banco do Brasil em operações de custeio, comercialização, investimento e industrialização na safra 2018/2019 atingiu R$ 18,2 bilhões no primeiro bimestre de 2018/2019. O volume representa alta de 48% sobre o total de R$ 12,3 bilhões negociado entre julho e agosto de 2017/2018 e supera, porcentualmente, o avanço de 41% na tomada de crédito agrícola em todo o sistema financeiro, na mesma base de comparação, que atingiu R$ 40,4 bilhões.

O vice-presidente de Agronegócios do banco, Tarcísio Hübner, atribuiu a alta na demanda por crédito ao atraso na compra de insumos causado pela polêmica tabela de fretes rodoviários, o que represou também financiamentos. Outro fator é o momento positivo para as commodities, principalmente a soja. “Houve atraso na aquisição de insumos e adubo por causa da questão do frete. Além disso, o ambiente é favorável, com preços bons e uma disposição grande de produtores em busca da melhor tecnologia possível”, afirmou o executivo.

Para Hübner, por concentrar o plantio na safra de verão, a soja continua sendo a commodity que mais demanda crédito rural, “mas a pecuária também tem puxado bem” os negócios, explicou. Os financiamentos com linhas de crédito sem a utilização de recursos oficiais, subsidiados pelo governo, se mantêm firmes na atual safra. Essas linhas tiveram reduções nas taxas após a série de quedas na taxa básica de juros, a Selic, utilizada pelas instituições financeiras para captar recursos.

Ainda de acordo com Hübner, financiamentos com recursos oriundos das Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs) continuam em crescimento entre as linhas de crédito sem o suporte público. O Banco do Brasil pretende conceder para a safra 2018/2019 um total de R$ 103 bilhões em crédito rural, alta de 21% sobre a safra passada. “A alta porcentual nesse primeiro bimestre ocorre por alguns fatores e porque é pico das contratações, com procura maior. Mas não é garantido que essa será a linha nos próximos meses”, afirmou Hübner. “Se necessário, com um patamar de juros mais baixo, haverá mais funding ao produtor.”

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Fonte: Estadão Conteúdo/Canal Rural

6. O que é blockchain? Sistema pode dar mais segurança ao agronegócio

Qual é a novidade em uma exportação de 60.000 toneladas de soja dos EUA para a China? Se a carga em questão for a transacionada em dezembro passado pela trading Louis Dreyfus Company (LDC), trata-se, segundo especialistas, de um novo paradigma no comércio internacional de commodities agrícolas. O pulo do gato atende pelo nome de blockchain, a plataforma digital compartilhada que serve de infraestrutura virtual para as transações com criptomoedas do tipo bitcoin.

Conforme anunciou a LDC em janeiro, pela primeira vez na história do comércio internacional de commodities uma operação dessa natureza utilizou o blockchain para viabilizar uma transação. O recurso permitiu reduzir o tempo gasto no processamento da operação a um quinto do tempo normalmente despendido. E a validação automática das informações digitais possibilitou evitar a repetição de tarefas e a verificação manual, reduzindo a margem para a ocorrência de erros e fraudes, a um custo “significativamente” menor.

“Pela primeira vez, foram utilizados exclusivamente um rol de documentos digitalizados (contratos de venda, carta de crédito, certificados) e a validação automática das informações”, afirmou em nota a Louis Dreyfus. “Outros benefícios incluem a capacidade de monitorar a evolução da operação em tempo real, a verificação das informações, um menor risco de fraude e menos tempo para as transferências financeiras”, diz a trading, que aproveitou a nota para saldar o “imenso potencial” do blockchain para o comércio de commodities.

Além da Louis Dreyfus, a operação de exportação envolveu a processadora de alimentos chinesa Bohi e três bancos internacionais, responsáveis pelo aval financeiro, seguros e linhas de financiamento. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) também participou, por meio de certificados digitais que autorizaram a exportação.

Desde que foram definidas as regras para utilização dos drones (há um ano, em maio de 2017), cerca de 40% das aeronaves não tripuladas estariam dedicadas a aplicações no agronegócio, segundo estimativas dos organizadores da feira DroneShow, realizada em meados de maio, em São Paulo. A participação é superior ao resto do mundo, que tem um percentual de 25%, segundo dados da empresa de auditoria PwC.

Mas, afinal, o que é um blockchain? Sem entrar na complexa tecnologia de informática utilizada, diz o economista Gustavo Cunha, da consultoria Finlab, o princípio dessa ferramenta de gestão é funcionar como uma “base compartilhada de dados, imutável, aberta, criptografada e descentralizada”. E ainda facilmente acessível a todas as partes envolvidas na operação, seja ela do tipo comercial, como no caso da exportação de soja, ou estritamente financeira, caso das operações com bitcoin.

“O que diferencia o blockchain é que, uma vez armazenadas as informações, ele não pode mais ser alterado, além de não ter um banco de dados central, mas operar como um livro contábil distribuído por uma rede de computadores”, diz Gustavo. “No caso do agronegócio, o blockchain também pode ajudar muito no tracking (rastreamento) de toda a cadeia de um produto. Seria possível ter muito mais segurança e garantia de que aquele alimento foi tratado da maneira correta ao longo do processo até chegar ao consumidor final, incluindo, por exemplo, QR codes para a leitura das informações”, diz o economista, professor de finanças e também graduado em administração pela FGV-SP.

O grupo francês Carrefour utiliza, em suas operações no Brasil, um sistema de rastreamento, acompanhado de QR code, que segue alguns princípios do blockchain. Desenvolvido em parceria com a BRF e a IBM, a partir de uma plataforma fechada, não chega a ser um blockchain “puro-sangue”, como no caso da soja exportada pela LDC, mas apresenta vantagens em relação a outros instrumentos de rastreamento menos sofisticados.

“Em certa medida, esse sistema com informações criptografadas já faz uso do blockchain, ao garantir a integridade dessas informações de monitoramento dos produtos”, diz Paulo Pianez, diretor de responsabilidade social e sustentabilidade do Carrefour do Brasil. “Além de dar maior garantia às informações, o consumidor final consegue acompanhar todo o caminho percorrido, da fazenda à gôndola do supermercado”, diz Paulo.

A ferramenta é usada, exemplifica ele, para monitorar os produtos do programa Garantia de Origem, da marca Carrefour, que inclui leite, carnes, frutas, legumes e verduras. Atualmente, fazem parte desse programa 160 itens, produzidos por 40 fornecedores da rede varejista.

Com o uso crescente dessa ferramenta de gestão, vários seminários e palestras têm buscado atender à demanda por informações, o 3º Blockchain Forum, que acontecerá no dia 16 de maio, em São Paulo é um deles.

Segundo Claudiney Santos, criador do evento, a expectativa é que cerca de 250 pessoas participem desta edição do evento, em geral profissionais de empresas e bancos. “Vamos mostrar as vantagens e as possibilidades de uso, com apresentação de exemplos ligados a monitoramento, logística, marketing, finanças e segurança da troca de informações”, afirma Claudiney.

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Fonte: Globo Rural

Proteína animal

7. Alta no preço de insumos reduz oferta de boi confinado no Oeste de SP

A quantidade de bois confinados no Oeste de São Paulo está menor neste ano. Com a seca intensa e a falta de pastagens na região, o natural seria ter muitos animais em regime de confinamento, mas a alta no preço dos insumos para alimentar o gado atrapalhou o planejamento dos produtores.

A principal fonte de alimento para os bichos tem sido o pasto seco, sem nutrientes, mais parecendo uma palha.

O empresário Sérgio Przepiorka conta que gastava R$ 7 por dia com cada animal. Agora, o valor subiu para R$ 10.

"O milho hoje é R$ 40, a soja disparou de preço, ureia não tem no mercado e o bagaço de cana, que é essencial porque o boi é ruminante, você não encontra para comprar", diz.

Para o pecuarista Daniel Luizar, que tem fazenda em Teodoro Sampaio, a solução foi reduzir o rebanho quase pela metade, de 800 para 450 animais. Desses, apenas 150 estão em fase de acabamento para o abate.

O regime que Daniel está usando é o de semiconfinamento: o gado fica solto no pasto, mas recebe também alimentação reforçada várias vezes ao dia, para ganhar peso e gordura.

Há 12 anos a região Oeste não via uma seca tão rigorosa. A estiagem começou em março e até agora só choveu 139 milímetros – no mesmo período do ano passado, foram 408 milímetros.

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Fonte: G1/Notícias Agrículas

8. Tarifa chinesa sobre carne suína dos EUA pode elevar vendas da UE

As tarifas chinesas sobre importação de carne suína dos Estados Unidos podem beneficiar as vendas da União Europeia, que já foram favorecidas pelo enfraquecimento do euro em relação ao dólar, disse o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), em nota.

O USDA acrescenta que até recentemente os exportadores da UE não previam grande aumento nas exportações de carne suína para a China, uma vez que produtores nos EUA conseguiram reduzir suas margens e a carne suína brasileira é muito competitiva. "Mas, com a febre suína africana se disseminando na China, exportadores da UE veem vantagem em enviar volumes adicionais de carne suína ao mercado chinês."

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Fonte: Estadão Conteúdo/Globo Rural

9. Custo de produção do frango voltou a aumentar em agosto

Após dois meses de baixa, o custo de produção do frango voltou a aumentar. Em agosto, conforme levantamento mensal da Embrapa Suínos e Aves, ficou em R$2,87/kg, aumentando 1% em relação ao mês anterior e correspondendo ao terceiro maior custo dos oito primeiros meses de 2018. Ou dos últimos 16 meses. Quer dizer: acima do valor atual nos últimos dois anos (setembro de 2016 a agosto de 2018), só os custos de maio e junho de 2018.

Porém, o índice de variação com maior diferença é o anual. Porque, comparado o custo mais recente com aquele registrado um ano antes, em agosto de 2017, chega-se a um incremento de custo superior a 27% - ganho que o frango não conseguiu, pois, por exemplo, tomando como base a cotação média obtida no interior paulista em agosto pelo frango vivo (preços variando entre R$2,80/kg e R$3,00/kg) tem-se um aumento de 16%.

Considerados os oito primeiros meses do ano chega-se a um custo de produção da ordem de R$2,77/kg, valor 16% superior ao custo médio de pouco mais de R$2,38/kg registrado entre janeiro e agosto de 2017.

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Fonte: Avisite/Agrolink

Agroenergia

10. Após mecanização, indústria de colhedora de cana se ajusta ao mercado

O fim das queimadas da cana-de-açúcar na região centro-sul do país deu um impulso às indústrias de colhedoras de cana no país. As vendas, que chegaram a 1.500 unidades por ano, recuaram, porém, para 721 unidades em 2017. Atualmente, 97% das lavouras de cana já são mecanizadas na região centro-sul, o que faz com que as indústrias reestruturem a produção com base nas novas necessidades de mercado.

Na avaliação de Roberto Biasotto, gerente de marketing de produto da Case IH, um dos focos do mercado agora será o de reposição de máquinas. A operação contínua durante a safra traz um desgaste grande para esses equipamentos.

As apostas se voltam também para as regiões do Norte do Nordeste, onde a mecanização ainda está em 25%. Devido à topografia e à área restrita dos canaviais nessas regiões, a demanda será pequena, em reação ao que foi no centro-sul.

Biasotto afirma que a adoção de novas tecnologias vai gerar demanda. As máquinas ganham eficiência a cada ano e suprem cada vez mais a necessidade das usinas no uso contínuo dos equipamentos.

Mario Ortiz Gandini, diretor agrícola e de tecnologia da usina São Martinho, de Pradópolis (SP), e pioneiro na mecanização dos canaviais, afirma que a tecnologia e a automação trazem economia.

As novas máquinas com duas linhas de colheita, por exemplo, compactam menos e, no médio prazo, vão ser vitais para aumento de longevidade, produtividade e sustentabilidade dos canaviais, segundo ele.

O RenovaBio, que apresenta uma nova política para os biocombustíveis e gera créditos de carbono, também será um fator de demanda para a indústria de colhedoras, na avaliação do executivo da Case.

A troca de uma máquina na São Martinho pode ser feita em até dez anos, mas uma vida tão longa do equipamento exige uma manutenção bem-feita, segundo Gandini. Na média, o mercado faz a reposição das colhedoras com cinco anos de utilização.

O diretor agrícola da usina afirma, contudo, que são feitos cálculos contínuos de quanto as novas tecnologias nas máquinas podem trazer de vantagem. A empresa toma a decisão com base nessas comparações.

O mercado exportador também tem trazido alívio para as indústrias. Neste ano, 27% das 610 unidades produzidas foram exportadas. Os principais mercados são Tailândia, China, Índia, Colômbia, Guatemala, Cuba e Argentina, segundo Biasotto.

Uma parceria que busca inovações

O clima é incerto, a produtividade cai e o volume colhido recua. Essa vem sendo a dinâmica das lavouras de cana-de-açúcar nos últimos anos. Diante de tantas incertezas, entra em campo a necessidade da busca de inovações tecnológicas que evitem perdas e amenizem custos.

A São Martinho, maior usina de processamento do mundo, com capacidade de moagem de 10 milhões de toneladas de cana por safra, passou a ser um campo de experimentação para a busca de inovações nesse setor.

O perfil da empresa mostra qualificação para isso. Diariamente, as colhedoras de cana da usina percorrem 3.500 quilômetros e os tratores, 6.300. A ação é contínua e dura próximo de 250 dias por ano.

Essa intensa movimentação faz com que a cada dois minutos um caminhão abasteça as moendas da usina. Mario Ortiz Gandini diz que a mecanização da colheita, que já atinge 97% na região centro-sul, trouxe desafios e necessidades de inovações.

Para Roberto Biasotto, gerente da Case IH, há uma evolução contínua na mecanização do setor. E a multinacional, produtora de equipamentos para o setor, encontrou condições ideais para o aprimoramento das inovações na São Martinho.

“Nada melhor do que uma usina com essa movimentação para testar e aperfeiçoar as máquinas”, diz ele. Na safra 2014/15, as colhedoras colhiam 772 toneladas de cana por dia. Nesta safra, o volume médio do grupo, que tem quatro usinas, é de 970 toneladas. Em algumas áreas chega a 1.250 toneladas. A média da região centro-sul é de 500 toneladas por dia.

O consumo de diesel, que era de 47,7 litros por hora, caiu para 42,9. Uma nova geração de máquinas da Case, que amplia o espaçamento de colheita e está em prova na São Martinho, pode reduzir o consumo para 38 litros, segundo o gerente da indústria.

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Fonte: Folha de S. Paulo/Novacana

11. De olho na Ásia – uma estratégia para o açúcar e o etanol

O Brasil perdeu a posição de maior produtor mundial de açúcar para a Índia, que neste ano vai produzir 35 milhões de toneladas, contra 30 milhões de toneladas do Brasil. Logo atrás do Brasil vem a Tailândia com produção de 15 milhões e exportações de 13 milhões.

Até 2010 navegamos solitários e imbatíveis no mercado mundial de açúcar, graças aos ganhos de produtividade ocorridos após a desregulamentação do setor nos anos 1990, à existência de forte demanda no mundo e à introdução da frota de veículos flex-fuel no Brasil em 2003. O etanol consome 50 a 60% da cana produzida.

Mas nuvens negras foram se acumulando no horizonte deste setor. A primeira foi a política inconsequente de congelamento dos preços dos derivados de petróleo no Brasil, que destruiu a rentabilidade da Petrobras e dos produtores de etanol. Felizmente essa política nefasta foi desmontada no governo Temer.

A segunda, mais sutil, é que a crise gerada pela falta de investimentos no setor a partir de 2010 incentivou concorrentes a expandirem a sua produção. Até 2000, a produtividade de açúcar por hectare da Tailândia e do norte da Índia (em Uttar Pradesh, principal estado produtor) era cerca de metade da alcançada pelo Brasil. Hoje ela quase se iguala à nossa.

Enquanto ficamos esperando uma política pública decente para o etanol, que ainda não se materializou, nossos principais concorrentes nos alcançaram na produtividade da cana e na beterraba açucareira.

Ocorre que esses países concederam pesados subsídios e proteções aos seus produtores, como a fixação de preços garantidos para a cana-de-açúcar, elevadas tarifas de importação, incentivos para conversão de terras para cana e pesados subsídios para insumos, crédito, fretes e exportações.

Isso criou um "círculo vicioso" em que altos preços fixos de cana geram excedentes de açúcar, que são jogados no mercado mundial com o apoio dos Estados, derrubando os preços internacionais e gerando pressão por mais protecionismo.

O drama do setor sucroenergético brasileiro é que o etanol perdeu competitividade para a gasolina entre 2008 e 2017 e agora o açúcar perde mercado com a expansão acelerada da cana e da beterraba no mundo, turbinada por vários governos.

A solução seria criar um "círculo virtuoso" no qual os países direcionassem o seu excedente de cana-de-açúcar para produzir etanol, em vez de açúcar, seguindo a experiência brasileira. China, Índia e Tailândia fixaram metas de misturar 10% de etanol na sua gasolina, mas jamais criaram os instrumentos para cumpri-las. Se o fizessem, poderiam consumir 26 bilhões de litros de etanol por ano até o fim desta década, reduzindo a sua dependência por petróleo e as emissões de gases de efeito estufa, melhorando a qualidade do ar e gerando renda e emprego nos países. Nesse último mês, o governo da Índia sabiamente adotou diversas medidas nessa direção.

Sempre poderemos recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio) para questionar subsídios e proteções que não respeitam as regras multilaterais de comércio, mas os processos levam anos para serem concluídos e o resultado é incerto, e nem sempre aplicado.

Temos uma rica experiência para transmitir a esses países em termos de flexibilidade de conversão da cana (em açúcar ou etanol), mandatos obrigatórios de mistura de etanol na gasolina (hoje fixado em 27% no Brasil) e de carros flex que dão ao consumidor a opção de abastecer com gasolina ou etanol.

Nosso programa de etanol é único, robusto e flexível. É hora de internacionalizar essa experiência na Ásia, ajudando os nossos concorrentes a encontrarem uma saída virtuosa para resolver o principal fator que hoje destrói a rentabilidade global do setor açucareiro.

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Fonte: Folha de S. Paulo/Novacana

12. Justiça marca leilão de terras e equipamentos da Usina Guaxuma, da Laginha

Os juízes responsáveis pelo processo de falência da Laginha Agro Industrial designaram datas para o leilão de 65 imóveis rurais e diversos equipamentos da Usina Guaxuma, pertencente à massa falida da empresa. Juntas, as terras valem mais de R$ 667 milhões, segundo a avaliação da Justiça; e os equipamentos, quase R$ 152 milhões.

A primeira praça será realizada em 16 de outubro, a partir das 14h, e a segunda em 30 de outubro, no mesmo horário. Confira o edital, publicado quinta-feira (13) no Diário da Justiça Eletrônico.

A maior parte dos imóveis está localizada em Coruripe, mas há terras também em Campo Alegre, Teotônio Vilela e Junqueiro, todos municípios alagoanos. Os terrenos somam 17 mil hectares. Serão vendidos equipamentos como balança rodoviária, ponte rolante, caldeira de alta pressão, distribuidor de bagaço, secador de açúcar, silo metálico, destilaria, gerador de energia e compressor de ar.

No pregão do dia 16, o valor mínimo para a venda é o da avaliação judicial. No segundo, dia 30, o lance inicial corresponderá a 50% do que foi avaliado. Ambos no auditório da empresa Superbid, em São Paulo (SP).

Os lances poderão ser ofertados no local ou pela internet, por meio do portal Superbid. Os interessados em visitar os imóveis devem agendar pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

O edital do leilão foi assinado pelos juízes José Eduardo Nobre, Leandro Folly, Marcella Pontes e Phillippe Alcântara, atuando pela 1ª Vara da Comarca de Coruripe. O leilão será conduzido pelo leiloeiro oficial Renato Schlobach Moysés.

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Fonte:TJ-AL/Novacana

Grãos e grandes culturas

13. Dólar acelera vendas da soja que começou a ser plantada em MT

As vendas da safra 2018/19 de soja, que vinham caminhando a passos de tartaruga no Centro-Oeste, voltaram a ganhar ritmo com a forte desvalorização do real ante o dólar - que encostou nos R$ 4,20 na semana passada. E o momento para essa retomada é oportuno: com o fim do vazio sanitário, período em que o plantio é proibido para evitar a proliferação de pragas, começou no sábado a semeadura do grão em algumas regiões de Mato Grosso, que lidera a produção nacional.

Apesar das chuvas irregulares previstas para a fase inicial dos trabalhos, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) estima que a colheita alcançará 32,3 milhões de toneladas na temporada 2018/19, volume próximo ao do recorde de 2017/18 (32,5 milhões).

As vendas antecipadas começaram um pouco mais cedo neste ano, em março, com a alta da soja brasileira gerada pela disputa comercial entre EUA e China. Apesar de início animador, a comercialização quase parou no Centro-Oeste após a paralisação dos caminhoneiros, em maio, que culminou no tabelamento dos fretes, elevando custos e gerando incertezas para o fechamentos de novos contratos de transporte do grão. Mas na época da greve as previsões de mercado apontavam que o dólar ficaria em R$ 4 no fim deste ano, enquanto o último Boletim Focus do Banco Central sinalizou R$ 4,40.

"Eu vendi 50% da minha produção antes da paralisação e mais 20% há cerca de 20 dias, por causa do dólar", afirma Diego Dallasta, produtor de Canarana, município na região leste de Mato Grosso. Segundo os números mais atualizados do Imea, as vendas da safra 2018/19 chegaram a 28,2%, ou 9,10 milhões de toneladas da produção total estimada.

Apenas entre 7 de agosto e 10 de setembro, foram comprometidas 2,2 milhões de toneladas. Entre junho e agosto, segundo os dados do Imea, foram fechados contratos para apenas 213 mil toneladas de soja. "As vendas voltaram a avançar com a definição de que a tabela vai prevalecer mesmo. Assim, parte da incerteza sumiu. E teve a disparada do dólar", confirma Enilson Nogueira, analista da consultoria Céleres.

Com relação à safra 2017/18, que terminou de ser colhida no primeiro semestre, o Imea calcula que as vendas em Mato Grosso chegaram a 93,5% do volume total estimado para o ciclo. Houve avanço de 3,4 pontos percentuais na comparação com o mês passado.

Segundo a Safras & Mercado, as vendas da safra de soja 2018/19 em todo o país chegaram a 22,8% da colheita recorde projetada em 119,8 milhões de toneladas. Conforme a consultoria, a média dos últimos cinco anos para o período é de 25,8%. Do ciclo 2017/18, já foi vendida 89,4% da produção estimada 119,4 milhões de toneladas.

Luiz Fernando Roque, analista da Safras, diz que as vendas antecipadas voltaram a ocorrer impulsionadas pelo avanço de operações de barter (troca de grãos por insumos). "Mas se não houvesse o problema dos fretes, esse movimento de troca teria sido antecipado", avalia.

A receita operacional soja do ciclo 2018/19 está estimada em R$ 3.628 por hectare, em média, de acordo com cálculos da Céleres, que considera que o dólar médio da safra 2018/19 ficará em R$ 3,79. A margem operacional média no país está prevista em R$ 1.191 por hectare, menor que os R$ 1.628 de 2017/18 em decorrência de aumento de custos com insumos e com o frete.

"Os preços [da saca de soja] não mudaram muito, não. Antes da tabela pagavam R$ 70 a saca e agora pagam R$ 68", conta o produtor de Canarana. Dallasta vende a sua produção principalmente para as tradings Cofco e Cargill. "O preço não está ruim, o mercado é que está retraído. Só agora que voltou a ter alguma liquidez", afirma Dallasta. As tradings estavam evitando efetuar negócios com entrega futura, dada a dificuldade de se precificar o frete. Havia a expectativa de que a tabela perderia a validade após julgamento de recursos apresentados por entidades representativas do agronegócio no fim de agosto, o que não ocorreu.

"Se o dólar ficar no patamar de R$ 4,10, já compensa pagar o frete mais caro, mas há uma insegurança de como ficarão as coisas se o real se valorizar", destaca Nogueira, da Céleres. Segundo ele, há dúvidas se a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aceitará ajustes nos preços mínimos para baixo.

A Lei 13.703, que instituiu a Política Nacional de Pisos Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, prevê que quando houver oscilação no preço do diesel superior a 10% em relação ao preço considerado nos cálculos, a ANTT terá que publicar outra resolução com novos pisos mínimos. Como um dos componentes da formação do preço do diesel é o dólar, a tendência é de queda do combustível quando houver alta do real em relação à moeda americana.

Segundo análise do Imea, nos próximos meses o dólar tende a continuar sendo o principal vetor de negócios para a soja. Conforme o instituto, em agosto o valor médio de venda da safra 2018/19 foi de R$ 67,44 a saca de 60 quilos, alta de 3,70% em relação ao mês de julho.

Notícia na íntegra.

Fonte: Valor Econômico

14. Produção de tomate frustra expectativas

Era para ser um ano de forte recuperação de receita, mas os produtores brasileiros de tomate terão de se contentar com um crescimento mais tímido. Isso porque a boa produtividade observada em algumas regiões elevou mais a oferta que o inicialmente estimado e pressionou os preços, ao passo que no quarto trimestre, em decorrência das chuvas, a colheita tende a ser prejudicada.

Com as boas perspectivas iniciais para volumes e cotações, o Ministério da Agricultura iniciou o ano elevando sua projeção para o valor bruto da produção (VBP) de tomate no país este ano. Em janeiro, previa R$ 7,4 bilhões, montante que passou a R$ 11,8 bilhões em fevereiro. Em agosto, porém, o valor foi revisado para R$ 10,3 bilhões, 17,2% acima do resultado do ano passado.

Se confirmado, esse VBP do tomate ainda será um dos maiores do setor agrícola, abaixo apenas de soja, cana, milho, algodão, laranja e banana. Mas é considerado insuficiente para compensar as perdas de 2017. Estimativas privadas indicam que o cenário, que já não é tão positivo, ainda poderá se complicar um pouco mais.

Edson Trebeschi, da Trebeschi Tomates, estima um crescimento de 4% da produção brasileira neste ano, enquanto as perspectivas para os preços são de queda, por causa da boa produtividade que impulsiona o aumento de oferta. "A produção da nossa empresa deverá ter um aumento da produção, associado à produtividade, de cerca de 8% em relação à safra passada. O mercado como um todo deverá crescer 4%", diz.

A Trebeschi mantém mil hectares plantados com tomate em mais de 17 municípios de diferentes regiões do país. O empresário lembra que a oferta no país deve apresentar queda no último trimestre, devido às perdas causadas pela estação chuvosa, mas ainda é difícil mensurar se haverá algum aumento de preços capaz de compensar os volumes menores de comercialização.

"Se houver mais chuva [nos próximos meses], a tendência é que a produtividade seja um pouco menor", diz João Paulo Deleo, pesquisador do Cepea/Esalq. Ele lembra que houve queda de 14,7% na área cultivada na safra de verão do ciclo 2017/18, para 6,5 mil hectares, e que as previsões são de nova baixa, de 10,6% na safra de inverno, para 4,9 mil hectares. Mas, graças à produtividade, o IBGE estima a colheita nacional em 4,4 milhões de toneladas, volume estável em relação ao da temporada 2016/17.

"Se a produtividade continuar compensando a redução de área, não devemos ter uma cenário animador de preços", avalia o pesquisador. Para uma valorização, a produtividade teria que voltar aos patamares do ano passado - 3,8 mil caixas de 20 a 28 quilos por hectare entre junho e julho, segundo o Cepea, que estima 4,3 mil caixas no mesmo período de 2018.

Na avaliação de Bruno Trevisaneli, agrônomo da Predilecta, maior processadora de tomate do país, o aumento de custos associado à valorização do dólar, que chega a até 25%, ainda podem forçar uma elevação de preços e engordar o VBP do produto. Se essa visão prevalecer, afirma, a área plantada poderá voltar a crescer em 2019.

"A variação cambial e a produção mundial em queda podem inclusive incentivar o Brasil a exportar para outros países", avalia. Já em relação ao consumo, as perspectivas são menos animadoras. "O brasileiro está deixando de consumir o extrato de tomate, mais elaborado e mais concentrado, e comprando mais molho pronto, que é um produto mais diluído", completa Bruno Trevisaneli.

Notícia na íntegra.

Fonte: Valor Econômico

15. Café e milho do Brasil podem atingir preços mínimos após eleições, diz Sávio Pereira

Os preços do café e do milho brasileiros podem atingir as mínimas permitidas pela lei se o mercado cambial mudar de direção após as eleições presidenciais em outubro, disse uma autoridade do Ministério da Agricultura nesta segunda-feira.

Isso acionaria o programa de subsídio do governo que paga aos produtores a diferença entre o preço do mercado e os preços mínimos, disse Savio Rafael Pereira, secretário-adjunto de Política Agrícola em entrevista.

"Se o novo presidente assumir e o dólar cair (ante o real), provavelmente o preço do café vai recuar um pouco, e então começaria a atingir o preço mínimo do café", disse Pereira. "Dois produtos correm esse risco --café e milho--, se o dólar cair muito."

Os comentários de Pereira demonstram o grande risco econômico apresentado pelas eleições de outubro, a mais indefinida em décadas. Os temores de que o Brasil não elegerá um candidato amigável ao mercado pressionaram o real, que tocou sua mínima desde a sua criação em 1994, na quinta-feira.

Por enquanto, os produtores têm se beneficiado da alta do dólar, que eleva o valor dos seus produtos nos termos da moeda local.

O preço mínimo para o café estabelecido pelo governo para uma saca de 60 quilos de arábica tipo 6 é 341,21 reais (81,47 dólares) na temporada 2018/19, ante o preço médio de 424,06 reais em setembro em São Paulo.

O preço mínimo do milho varia de Estado para Estado, com o piso no maior produtor do país, o Mato Grosso, estabelecido a 16,71 reais por saca de 60 quilos. A média do mercado em setembro na cidade de Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, era de 26 reais, de acordo com dados do governo.

Pereira disse que o total pago no programa de subsídio é geralmente muito baixo e focado, muito distante do nível de subsídios agrícolas vistos nos Estados Unidos.

"Não é um preço lucrativo para o produtos", ele disse. "Você não produzirá por muito tempo com esse preço, você vai sair do mercado."

O governo gastou cerca de 800 milhões de reais no ano passado em subsídios para o milho, depois que a commodity ficou abaixo dos preços mínimos.

Notícia na íntegra.

Fonte: Reuters/Notícias Agrícolas

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