01 de Fevereiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Sete automotivas estão entre as 100 empresas mais inovadoras do mundo

Ranking da Clarivate analisa negócios pelo volume de patentes geradas e impacto no mercado

REDAÇÃO AB

A Clarivate Analytics publicou a lista de 2019 das 100 empresas mais inovadoras do mundo. A seleção conta com sete companhias que atuam na indústria automotiva no fornecimento de autopeças e tecnologias ou na produção de veículos. São elas a fabricante de componentes Aisin, a Bridgestone, a chinesa BYD, a Honda, a produtora de sistemas de direção Jtekt, a Nissan e, enfim, a Toyota.

Além destas companhias que têm seus negócios totalmente voltados ao setor, se destacam entre as 100 empresas mais inovadoras empreendimentos como a 3M, que ficou na primeira posição do ranking, e a TE Connectivity. São organizações com diversas áreas de negócio, incluindo presença importante na indústria automotiva.

O QUE TORNA UMA EMPRESA INOVADORA?

Segundo a consultoria, a seleção das 100 empresas mais inovadoras começa pelo levantamento da geração de patentes. Toda organização com mais de 100 registros de propriedade intelectual no ano é analisada. Fora o número de invenções, o primeiro critério é o sucesso de cada patente, uma análise da qualidade da criação.

O segundo aspecto relevante para a análise é a globalização, que leva em conta o número de mercados em que cada nova solução desenvolvida pela empresa está presente. Por fim, a Clarivate avalia a influência do produto patenteado em seu mercado. Hirokazu Bessho, líder da unidade de propriedade intelectual da Honda aponta que a cultura corporativa é a principal razão para a companhia ter se destacado entre as mais inovadoras.

“Nós trabalhamos com o espírito de tornar o mundo mais conveniente. Nosso fundador, Soichiro Honda, defendia que o laboratório não é lugar de pesquisar motores, mas um espaço para estudar pessoas”, conta.

John Banovetz, chefe de tecnologia (CTO) da 3M, que se destacou no levantamento, apontou no relatório da consultoria que a geração de novos produtos ganha força em companhias que têm um ambiente estruturado para fomentar novos desenvolvimentos: “As inovações que viram o jogo não surgem no vácuo. Elas demandam visão, imaginação e inspiração, mas também precisam de colaboração. Na 3M temos 46 plataformas tecnológicas para isso”.

01 de fevereiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

FCA faz novo recall por problema com airbags

Convocação afeta desta vez 70 Chrysler 300C e 670 Jeep Wrangler

REDAÇÃO AB

A possibilidade de ferimentos graves e até fatais causados pelo disparo de aibags levou a FCA Fiat Chrysler a fazer mais um recall, agora de 740 veículos, dois quais 70 são Chrysler 300C ano modelo 2014 e 2015 e 670 são Jeep Wrangler 2014 a 2016.

O motivo mais uma são os insufladores de airbag defeituosos, que em caso de exposição a grandes variações de temperatura e umidade podem se degradar e expelir estilhaços para o interior do veículo se houver acidente seguido de disparo dos airbags.

Os proprietários devem agendar visita a uma concessionária a partir de segunda-feira, dia 4 de fevereiro, para substituição gratuita do insuflador do airbag do lado do passageiro. Os Jeep Wrangler atingidos têm numeração de chassi entre 117037 e 738079 e os Chrysler 300C vão de 237744 a 926635. O tempo estimado de reparo é de uma hora. Outras informações podem ser obtidas pelos sites www.chrysler.com.br ou www.jeep.com.br ou telefones 0800 703 7130 (Chrysler) ou 0800 703 7150 (Jeep).

01 de fevereiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

BYD entrega 200 ônibus elétricos de dois andares

Veículos formam a maior frota desse gênero e vão rodar pela cidade de Xi’an

REDAÇÃO AB

Facebook

A BYD entregou em Xi’an, no noroeste da China, 200 ônibus elétricos de dois andares. É a maior frota desse tipo que se tem notícia. Os veículos vão operar em seis linhas da cidade durante o Festival Chinês da Primavera. Segundo a BYD, Xi’an reúne as arquiteturas antiga e moderna e faz parte da rota da seda. Mais de 3 mil ônibus elétricos da empresa rodam na cidade.

Os ônibus de dois andares são do modelo K8S. Usam baterias desenvolvidas pela própria BYD e contam com controle eletrônico de tração e assistência de estacionamento de emergência. De acordo com a montadora especializada em veículos elétricos, os K8S oferecem como vantagem aos turistas um amplo campo de visão. Usam piso baixo e têm 1,90 metro de altura no deck inferior e 1,70 m no superior.

Também têm equipamento de acessibilidade e área para cadeirantes. Desde 2015 este modelo elétrico de dois andares roda também pela cidade de Londres.

31 de janeiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Honda para de produzir CG 125 após mais de 42 anos

MÁRIO CURCIO, AB

Após mais de 42 anos em produção e cerca de 7 milhões de unidades vendidas no Brasil, a Honda CG 125 saiu de linha. O principal motivo foi a mudança de perfil do motociclista, que passou a percorrer distâncias cada vez maiores no dia a dia e também aumentou em altura e peso médio, precisando cada vez mais potência para se deslocar.

Outros motivos foram a diversificação da linha Honda (com os scooters, por exemplo) e também os anos de recessão e de crédito bastante seletivo. Quem conseguia financiar acabava comprando modelos maiores e mais caros, algo que ocorreu também no segmento de automóveis. Em 2018 a produção da CG 125 somou 26,5 mil unidades, o equivalente a apenas 9,4% da CG 160, mais potente e com maior número de versões.

PRIMEIRA HONDA NACIONAL

A CG 125 tem um significado especial para a Moto Honda da Amazônia. Ela deu início à produção local da montadora, em 1976, e abriu caminho para outros modelos e outras fabricantes. Simplicidade, resistência e facilidade de manutenção garantiram o sucesso da motoca.

O melhor ano da CG 125 foi 2008, quando as versões Fan e Cargo somaram 439,9 mil unidades produzidas. Vale dizer que nesta época a CG 125 já não era a mais vendida e sim a CG 150, que neste mesmo ano de 2008 atingiu 510,9 mil unidades.

Em 2015 a Honda substituiu a linha CG 150 pela CG 160, mas manteve a 125, que em 2016 recebeu injeção eletrônica. Apesar do fim da produção, a moto permanece à venda. A versão Fan tem preço sugerido de R$ 7.161 e a Cargo, R$ 7.165.

31 de janeiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Brasileira Yellow se une à Grin para oferecer transporte compartilhado

Empresas formam a Grow Mobility, que oferecerá bicicletas, patinetes e scooters

REDAÇÃO AB

Depois da festejada estreia em 2018, a brasileira Yellow anuncia a união à mexicana Grin, que também atua no segmento de veículos compartilhados. Com a fusão, as duas criam a Grow Mobility, que terá mais força para enfrentar a crescente concorrência, enfrentando competidores como a Uber, que já anunciou o plano de lançar no Brasil a Jump, sua empresa de bicicletas compartilhadas.

As atividades das duas empresas são complementares: enquanto a companhia nacional oferece patinetes e bicicletas que dispensam estação fixa para devolução, a Grin trabalha com scooters elétricas para compartilhamento. Inicialmente as duas marcas e aplicativos serão mantidos. Juntas as empresas atuam em seis países e têm 135 mil veículos destinados ao chamado segmento de micromobilidade, de deslocamentos curtos.

Com a criação da Grow Mobility, o plano é duplicar o número de bikes, patinetes e scooters para aluguel e fortalecer a atuação na América Latina.

31 de janeiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Empresas de engenharia Smarttech e Multicorpos anunciam fusão

Nova operação vai se chamar Multittech para atuação em diversos segmentos da indústria

REDAÇÃO AB

As empresas de engenharia Smarttech e Multicorpos anunciam a fusão de suas operações no Brasil que passa a se chamar Multittech. O processo de fusão, que deve ser concluído ainda neste ano, prevê uma empresa com cem funcionários e mais de 400 clientes sob a direção compartilhada de Ricardo Nogueira e Sergio Rodrigues, presidente e vice-presidente da Smarttech, e Álvaro Costa Neto, sócio-diretor da Multicorpos.

Com o intuito de continuar oferecendo soluções de engenharia para empresas de qualquer porte, a Multittech atuará nos segmentos automotivo, máquinas agrícolas e rodoviárias, aeroespacial, óleo e gás, ferroviário, equipamentos industriais e embalagens. A empresa também atuará na implantação e venda de tecnologias em softwares de engenharia de última geração para as áreas de CAE e PLM.

“A combinação do portfólio de competências e produtos da nova empresa configura sua maior vantagem competitiva, pela ampla oferta de soluções para o mercado, e nos coloca em posição ímpar no momento em que a economia dá sinais de recuperação, nossa visão é a de uma boa perspectiva de futuro”, afirma Costa Neto, especialista na área de desenvolvimento virtual de produtos há 18 anos.

“A visão da Multittech é fazer engenharia no Brasil e, com sua inteligência e recursos tecnológicos, contribuir para que as empresas aperfeiçoem seus produtos e se tornem mais competitivas, fator que consideramos relevante em um País que pretende abrir cada vez mais sua economia” complementa Nogueira.

Com sede em Holambra (SP) e escritórios em São Carlos, São Paulo e Caxias do Sul (RS), a Multittech contará com um centro tecnológico próprio, localizado em Holambra, que ocupa uma área de 37 mil m², onde estão localizados laboratórios para testes físicos e simulações computadorizadas, pista de teste de ruído de passagem de 5 mil m² para máquinas rodoviárias e agrícolas, automóveis, ônibus e comerciais leves. O complexo inclui ainda o conjunto os departamentos de simulações e de PLM, onde equipes especializadas desenvolvem projetos de engenharia.

31 de janeiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Fabricantes brasileiras de implementos vão a missão comercial no Equador

Ação faz parte do programa MoveBrazil organizado pela Anfir e Apex-Brasil

REDAÇÃO AB

As empresas fabricantes de implementos rodoviários no Brasil farão parte de uma nova rodada de negócios na América do Sul, desta vez no Equador, por meio do MoveBrazil, Programa de Internacionalização da Indústria de Implementos Rodoviários lançado hé três anos e organizado pela Anfir, associação das fabricantes, e pela Apex-Brasil, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.

Os encontros acontecerão nos dias 19 e 21 de março, na capital Quito e em Guayaquil, respectivamente. Dez empresas associadas à Anfir já confirmaram presença na próxima missão comercial: AL-KO, Forbal, Grimaldi, Hidromas, Ibiporã, Librelato, Planalto, Randon, Rossetti e Triel-HT.

Esta é a primeira rodada de negócios deste ano. Em 2018, elas foram realizadas em diferentes locais, sendo uma no Brasil, em Florianópolis (SC) e outras no Peru, Panamá, México e Colômbia. Nos últimos três anos de rodadas, 50 empresas estão inscritas no programa a fim de aumentar ou entrar na trilha da exportação. Ao longo do período, elas realizaram o equivalente a US$ 73,2 milhões em novos negócios.

31 de janeiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Volkswagen vai a Genebra com buggy elétrico

Novo protótipo off-road serve para mostrar versatilidade da plataforma MEB

REDAÇÃO AB

A Volkswagen criou um protótipo semelhante aos antigos buggies com motor traseiro refrigerado a ar, mas agora numa versão elétrica. O carrinho off-road será mostrado durante o Salão de Genebra, entre os dias 7 e 17 de março na Suíça. Ele usa como base a plataforma MEB, voltada a modelos elétricos do Grupo VW.

A interpretação moderna do buggy serve em tese para mostrar que a plataforma elétrica é bastante versátil. A Volkswagen quer provar que a MEB pode facilitar o desenvolvimento de veículos de nicho com baixo volume de produção. Recentemente, a companhia revelou que quer oferecê-la a outras montadoras.

Assim como a maioria dos modelos desse tipo, o buggy elétrico não tem capota rígida nem portas. A Volkswagen não divulgou detalhes como potência, tração nem material empregado na carroceria, mas estima que em todo o mundo tenham sido fabricados cerca de 250 mil veículos desse tipo, quase sempre equipados com motores boxer traseiros e transmissões de quatro marchas produzidos pela Volkswagen.

31 de janeiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Braspress inclui 30 novos caminhões Mercedes à frota

Modelos Atego 1419 receberam baús refrigerados para o transporte de medicamentos

REDAÇÃO AB

A transportadora Braspress comprou 30 caminhões Mercedes Atego 1419 com baús frigoríficos para a distribuição de medicamentos e produtos que exijam temperatura controlada.

De acordo com a direção da Braspress, o transporte de remédios e insumos exige atenção ao cumprimento da legislação sanitária e procedimentos diferenciados. “Temos condições necessárias para atender nossos clientes de acordo com as normas da Anvisa”, afirma a gerente da divisão de produtos farmacêuticos da Braspress, Daniela Teixeira.

01 de fevereiro de 2019

Publicação: FSP, p. A-22

Volks quer dominar carros elétricos com nova plataforma.

Chamada de MEB, plataforma servirá como base para a produção de 50 modelos diferentes, em 2025.

Sempre que um novo carro elétrico é anunciado, alguém pergunta se ele é capaz de "matar a Tesla", já que a pioneira do Vale do Silício continua a ser a empresa a derrotar, em preço, estilo e poder das baterias.

A Volkswagen vem trabalhando em seu projeto para matar a Tesla desde o final de 2015. Mas o que ela propõe não é um carro elétrico, e sim o chassi ou plataforma subjacente conhecido como MEB, que servirá como base para a produção de 50 modelos diferentes, em 2025, promete a montadora alemã.

Alguns investidores e analistas acreditam que o chassi da Volkswagen, que será usado para a maioria de seus veículos elétricos, pode oferecer uma vantagem vital à companhia na nova era dos carros acionados por baterias.

"Essa plataforma é o coração e a alma de tudo que a Volkswagen está fazendo quanto ao futuro dos carros de passageiros", disse Johannes Buchman, gerente da FEV Consulting, consultoria do ramo de automóveis.

"Não é só um princípio de design ou uma base para seus novos carros. O projeto tem impacto em toda a organização, em sua cadeia de suprimento e na qualidade industrial de seus produtos --afeta praticamente tudo."

De todos os grupos automobilísticos tradicionais, a Volks está fazendo a aposta mais ousada, ao investir € 30 bilhões (R$ 126 bilhões) em carros elétricos só nos próximos cinco anos.

O foco do investimento é o MEB, um "chassi tipo skate" projetado exclusivamente para veículos elétricos, em lugar de ser uma plataforma para motor a combustão adaptada de forma a acomodar baterias.

É um projeto decisivo para fazer da Volkswagen a maior fabricante mundial de carros elétricos e repetir seu sucesso no mercado de motores a combustão, no qual há quatro anos consecutivos a montadora vem liderando as vendas de veículos no mercado mundial.

A Volkswagen fabricou mais de 50 milhões de carros, de 2012 para cá, usando a plataforma MQB para veículos com motor a combustão, distribuídos por suas 12 marcas, entre as quais Audi, ?koda e Seat.

As ambições para sua plataforma elétrica são ainda maiores, no entanto. A Volks espera que o novo chassi se torne o padrão setorial, da mesma forma que o VHS se tornou o padrão para as fitas de vídeo, de acordo com duas pessoas informadas sobre o plano.

A companhia está envolvida em negociações para fornecer o chassi a várias montadoras. Uma delas é a Ford, que confirmou a informação ao anunciar sua aliança mundial com a Volks no Salão de Detroit.

Por enquanto, essa parceria está centrada nos veículos comerciais leves. Mas analistas do banco Barclays dizem que é "evidente" e que haveria "benefícios substanciais" se a parceria fosse estendida para a construção de carros elétricos pela Ford usando o chassi da Volkswagen.

Isso poderia representar uma jogada inédita, já que, até esta década, as montadoras buscavam se distanciar de seus rivais ao desenvolver conjuntos motopropulsores próprios, abarcando o motor, transmissão e eixo de transmissão de um veículo.

Mas, na era emergente dos carros elétricos e conectados à internet, as baterias devem se tornar genéricas —como são nos celulares—, e o motorista provavelmente se interessará mais pela eletrônica e pelos recursos de informação e entretenimento do carro do que por sua potência.

"Se você não tiver de gastar tanto dinheiro na arquitetura [o chassi], pode redirecionar seus esforços para a eletrônica, para a experiência do usuário e para os sistemas autônomos", disse Chris Borroni-Bird, ex-executivo da General Motors e da Waymo.

Borroni-Bird leva o crédito pela invenção do "chassi tipo skate", no começo dos anos 2000. Foi isso que permitiu que a Tesla, a pioneira californiana dos carros elétricos, instalasse em seus carros baterias grandes com peso de até 600 quilos e oferecendo alcance de até 500 quilômetros.

Para a Volkswagen, o risco de arriscar tanto em uma aposta é muito grande. Se o carro elétrico não dominar o mercado, a Volkswagen terá de arcar com bilhões de euros em prejuízo. Se a empresa cometer um erro que precise ser consertado, o número de carros envolvidos no recall poderia ser imenso.

Licenciar o chassi elétrico a outras montadoras representa uma nova maneira de mitigar os riscos. Se a Volkswagen tiver sucesso nisso, o impacto poderia ser imenso.

Uma pessoa informada sobre o plano disse que a Volks dominaria o mercado de manutenção pós-venda, pois suas concessionárias controlariam as vendas de autopeças e serviços, caso o chassi elétrico se torne a referência do setor.

Além disso, o chassi elétrico estará acoplado a uma unidade de controle eletrônico que conecta o carro à Automotive Cloud, plataforma de computação em nuvem criada pela Volkswagen em parceria com a Microsoft, que permite que carros "conversem" uns com os outros.

01 de fevereiro de 2019

Publicação: Valor Econômico, p. B-1

GM e Doria negociam incentivos após 2023 em troca de aportes de R$ 9 bi.

As negociações entre o governo de São Paulo e a General Motors (GM), que enfrenta crise financeira e vinha cogitando encerrar suas operações no Brasil, avançaram nos últimos dias. No ano passado, a montadora americana, segundo apurou o Valor, teve prejuízo em torno de R$ 1 bilhão no país, mesmo liderando o mercado pelo terceiro ano consecutivo. Nas últimas semanas, iniciou conversas com autoridades de São Paulo para tentar obter incentivos fiscais.

Um possível acordo entre o governo João Doria e a GM já tem definido que a multinacional investirá R$ 9 bilhões no país, entre 2019 e 2022, para renovar a linha de produtos. A partir de 2023, ano em que se espera que esse investimento comece a dar bons resultados, havendo aumento da arrecadação de impostos decorrente da elevação das vendas, parte dessa alta será revertida à montadora em forma de incentivos fiscais.

Na segunda-feira, Zarlenga reuniu 70 fornecedores, na sede da montadora, em São Caetano do Sul (SP) e convidou, para o encontro, o secretário da Fazenda e do Planejamento de São Paulo, Henrique Meirelles. Na reunião, o secretário disse que o governo estadual não vai dar incentivos imediato ao setor. A única exceção será a devolução de créditos de Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), garantida por lei. Ele deixou claro que cabe às partes - montadora, fornecedores e revendedores - se entenderem. Os fornecedores sabem que terão de ceder margens. Essa é a condição para o fornecedor ser escolhido pela GM para participar dos futuros lançamentos de veículos.

Para certificar-se de que a GM não estava blefando com as ameaças de deixar o Brasil caso não conseguisse obter lucro Meirelles decidiu conversar diretamente com investidores americanos. Segundo fontes, a operação sul-americana tem mesmo dado à companhia americana prejuízo anual em torno de R$ 1 bilhão.

Em conversas reservadas, Meirelles admitiu "a dificuldade de empreender no Brasil". Além da experiência no setor privado como presidente internacional do BankBoston, ele conhece bem o governo. Foi presidente do Banco Central entre 2003 e 2011, durante o governo Lula, e ministro da Fazenda entre 2016 e 2018, na gestão de Michel Temer. Nas conversas com investidores americanos para saber se a GM, de fato, perde dinheiro no Brasil, o secretário procurou especialistas que conheceu quando morou nos EUA, enquanto trabalhava no BankBoston.

O secretário conhece o tamanho da carga tributária brasileira. A participação dos impostos no preço do carro ao consumidor no Brasil é de 30,4%, uma das mais altas do mundo. Na Alemanha, os tributos sobre automóveis representam 16% e no Japão, 9,9%. Nos Estados Unidos, o percentual mais baixo, de 6,8%, incide nos veículos vendidos na Califórnia.

Aos amigos, o secretário gosta de apontar os dados do "Doing Business", publicação anual do Banco Mundial, com indicadores criados a partir das leis e normas que influenciam na atividade das empresas. O último ranking, de 190 países, o Brasil aparece no 109º lugar.

A direção da GM continua em silêncio. Recusa-se a fazer comentários sobre qualquer parte do plano de reestruturação enquanto as negociações não terminarem. Zarlenga tem tido pouco espaço na agenda para pensar em outra coisa. Ontem, ele recebeu João Doria, para uma conversa sobre a situação.

Os demais fabricantes de veículos esperam, ansiosos, para ver como a GM avança em seu plano de enxugamento no Brasil. Se a montadora americana conseguir recuperar seus créditos de ICMS, que hoje giram em torno de R$ 400 milhões, as demais também irão bater à porta do secretário.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Antonio Megale, cálculos da entidade indicam que os créditos de todo o setor acumulados nos cofres do governo paulista somam em torno de R$ 7 bilhões.

Há, também, grande expectativa em torno das negociações em curso com os sindicatos de metalúrgicos. São quatro diferentes bases somente da GM - São Caetano do Sul, São José dos Campos, Gravataí e Joinville -, com diferentes linhas ideológicas. A relação mais complicada é com o sindicato de São José dos Campos, alinhado à tendência esquerdista Conlutas.

Apoiada na reforma trabalhista, a pauta de 21 propostas apresentada pela GM aos sindicalistas prevê uma drástica mudança nos contratos de trabalho, incluindo a terceirização. Isso pode criar precedentes para que outras montadoras também comecem a propor mudanças nos contratos dos metalúrgicos, uma das categorias que historicamente mais conquistou benefícios no país.

Zarlenga, executivo argentino, que assumiu o comando da operação brasileira em setembro de 2016, está sob forte pressão. O processo de reestruturação da companhia é mundial e a operação brasileira não será poupada se não for rentável. Há dois anos, a companhia vendeu suas operações na Europa - Opel, na Alemanha, e a Vauxhall, no Reino Unido - para o grupo francês PSA Peugeot Citroën. Em novembro, anunciou que este ano serão fechadas cinco fábricas na América do Norte.

As negociações com sindicatos e fornecedores começaram há algum tempo. Mas, o que levou Zarlenga a distribuir uma carta aos funcionários, no dia 18, escancarando a situação foi uma entrevista da presidente mundial da GM, Mary Barra, ao jornal americano "Detroit News". Ela comentou que a montadora não está disposta a investir mais em regiões onde tem prejuízo e citou a América do Sul. Zarlenga imediatamente espalhou cópias da matéria nos murais das fábricas brasileiras.

A indústria automobilística está sob forte pressão pela necessidade de fazer pesados investimentos no desenvolvimento tecnológico dos veículos, como conectividade, eletrificação e carros autônomos. Essa revolução do uso do automóvel impõe ações inéditas, como o recente acordo global entre Ford e Volkswagen.

À primeira vista, porém, a GM do Brasil parecia ser a última montadora a precisar de socorro. A empresa está no fim de um ousado programa de investimentos de R$ 13 bilhões. Com esses recursos, está renovando produtos e, principalmente, modernizando algumas de suas fábricas.

Além disso, a marca é líder do mercado brasileiro, com 17,5% das vendas de carros e comerciais leves em 2018. Seu campeão de vendas, o modelo Onix, é também o carro mais vendido no Brasil.

Mas a montadora está também, agora, pagando o preço dessa liderança. Na indústria automobilística, quase sempre as empresas tem que fazer opções: ter lucro ou aumentar participação de mercado. Em vários momentos da história recente, a GM claramente escolheu a segunda opção.

31 de janeiro de 2019

Publicação: OESP, p. B-17

Acordo entre montadoras evita racha na Anfavea.

Acordo fechado ontem vai evitar que a eleição para a nova diretoria da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em março, tenha uma chapa de oposição. Seria a primeira vez que haveria disputa pelo comando da entidade, criada nos anos 50.

Até agora, só as cinco maiores fabricantes de carros e caminhões (Fiat, Ford, General Motors, Volkswagen e MercedesBenz) se revezavam na presidência. Esse rodízio acabou, como queria o grupo opositor, formado por empresas que chegaram a partir dos anos 90 como Honda, Hyundai, Nissan, PSA Peugeot Citroën, Renault e Toyota.

Os dois grupos aceitaram uma chapa mesclada que ainda será presidida por uma das cinco grandes. O escolhido é Luiz Carlos de Moraes, da Mercedes, e o primeiro vice-presidente é Fabrício Biondo, da PSA. Eles comandarão a entidade até 2022.

Se o rodízio fosse mantido, o novo presidente seria Rogelio Golfarb, da Ford, e o primeiro vice – e futuro presidente – seria Moraes. Pela oposição, o candidato era Ricardo Martins, da Hyundai, com Biondo como vice. A ideia da chapa única sem os dois concorrentes foi a forma de evitar uma politização dentro da entidade, diz uma fonte.

“Associados têm diferentes opiniões, mas não é o momento para racha e sim para fortalecer e preparar a entidade para a nova realidade”, diz, referindo-se às mudanças que o setor passa diante das novas tecnologias e até mesmo para negociações com o novo governo. A eleição simbólica será em 7 de março e a posse em 23 de abril. A Anfavea representa 27 fabricantes de veículos e tratores que respondem por 22% do PIB industrial e empregam 130,5 mil pessoas.

31 de janeiro de 2019

Publicação: OESP, p. B-17

GM pede ao governo gaúcho custo menor em porto e isenção de ICMS.

Direção da montadora se reúne com governador do RS para tentar cortar seus custos e manter operação no País.

Em mais um esforço para diminuir custos no Brasil, a direção da General Motors (GM) fez alguns pedidos ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), em reunião que ocorreu na manhã de ontem, na sede da empresa no País, em São Caetano do Sul, no ABC Paulista.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast após a reunião, o governador relatou dois desses pedidos: que o Estado volte a ter isenção no ICMS cobrado sobre o frete interestadual, um benefício que expirou no fim do ano passado; e que o governo gaúcho adote medidas para diminuir o custo de exportação a partir do Porto de Rio Grande.

Leite disse que vai analisar a viabilidade das demandas da empresa, para discuti-las numa nova reunião com executivos marcada para daqui a 15 dias, dessa vez no Rio Grande do Sul. No entanto, ressaltou que esses pedidos, mesmo que atendidos, não serão determinantes para que a montadora decida manter a fábrica que tem no Estado, localizada em Gravataí. “O que é decisivo para o negócio da GM são as negociações com os sindicatos, para redução de custo operacional, e com governo do Estado de São Paulo, para investimentos nas fábricas de São José dos Campos e São Caetano do Sul”, disse.

“A planta de Gravataí está mais distante disso, mas sofrerá impactos de uma eventual decisão da empresa de desativar São Paulo”, acrescentou o governador.

Se a GM fechar as fábricas localizadas em São Paulo, perderá participação de mercado no Brasil e poderá concluir que não faz mais sentido permanecer no País, encerrando também a operação de Gravataí, disse o governador. A montadora afirma que registrou prejuízo no Brasil nos últimos três anos e sinalizou aos funcionários que pode deixar o País se não voltar a ter lucro em 2019.

A montadora tem conversas mais adiantadas com o governo paulista, para o qual pediu antecipação de créditos acumulados no ICMS, devido à diferença de alíquotas entre Estados e para exportação. Em paralelo, mantém negociações com os sindicatos dos metalúrgicos das cidades paulistas e de Gravataí, para reduzir o piso salarial de novos contratados e buscar outras flexibilizações trabalhistas. Ainda não houve acordo em nenhuma das negociações.

Em Gravataí, a GM produz dois modelos, o Onix e o Prisma, que são os mais vendidos pela empresa no Brasil. A fábrica tem capacidade de produzir 350 mil carros por ano e conta com 6 mil trabalhadores.

30 de janeiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Jaguar Land Rover cria tecnologia que eleva interação entre carros e pessoas

Solução mostra para qual direção o veículo autônomo vai seguir

REDAÇÃO AB

A Jaguar Land Rover desenvolveu tecnologia que aumenta a clareza sobre a presença de carros autônomos na rua para as pessoas que usam a mesma via, como motoristas e pedestres. A novidade é um sistema de iluminação instalado em veículos autoguiados que projeta na pista para qual direção o automóvel vai seguir e sinaliza quando ele vai estacionar.

A solução é parte de uma pesquisa da companhia sobre como melhorar a confiança das pessoas nos carros autônomos. Segundo a montadora, o novo sistema poderá ser usado até mesmo para compartilhar informações com outros usuários da via, como antecipar um obstáculo detectado à frente. A ideia é melhorar a segurança para todos, não apenas para os ocupantes do automóvel.

A solução foi testada em cápsulas de transporte desenvolvidas pela Aurrigo, empresa britânica focada na oferta de tecnologia de mobilidade. O desenvolvimento do sistema foi feito pela divisão de Mobilidade Futura da Jaguar Land Rover com o apoio de psicólogos especializados em cognição. Segundo a companhia, pesquisas mostram que 41% dos motoristas e pedestres dizem ter medo de dividir a estrada com veículos autônomos.

30 de janeiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi vende 10,7 milhões de veículos em 2018

Volume representa crescimento de 1,4% sobre o resultado do ano anterior

REDAÇÃO AB

A Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi encerrou 2018 com vendas globais de 10,7 milhões. Em comunicado divulgado na quarta-feira, 30, o conglomerado franco-nipônico informa que o volume representa avanço de 1,4% sobre o resultado do ano anterior.

Entre as marcas, a Renault viu suas vendas avançarem 3,2% no ano, para um total de 3,88 milhões de unidades, enquanto a Mitsubishi vendeu 1,21 milhão de veículos, alta de 18%. Por sua vez, a Nissan registrou queda de 2,8% das vendas globais ao encerrar 2018 com 5,65 milhões, embora seja este o maior volume entre as três.

A nota destaca ainda que houve uma forte demanda por veículos comerciais leves das marcas, com aumento das vendas para Renault Kangoo, Master e Trafic; Nissan Frontier/Navara e Terra, bem como a Mitsubishi Triton.

Também em 2018, as empresas destacaram a aceleração da produção e vendas de veículos que utilizam a plataforma CMF (commom module family), como Renault Kwid e a picape Nissan Frontier, cuja arquitetura é compartilhada com Renault e Mercedes-Benz.

O maior uso da CMF faz parte do plano de médio prazo denominado Alliance 2022, na qual a Renault-Nissan-Mitsubishi prevê sinergias anuais no total de € 10 bilhões para o período com o aumento do uso de plataformas comuns, no total de quatro. O objetivo é que a produção delas atinja os 9 milhões de veículos. Já os motores comuns representarão 75% das vendas totais.

Além disso, até o final do plano, serão doze novos veículos 100% elétricos lançados, além de 40 veículos equipados com diferentes níveis de direção autônoma.

A aliança informa que desde 2010 vendeu 724,9 mil veículos 100% elétricos, com aumento das demandas por Renault Zoe e Nissan Leaf.

30 de janeiro de 2019

Publicação: Automotivebusiness

Bosch repete faturamento recorde em 2018

Receita de € 77,9 bilhões indica resultado estável para a companhia

REDAÇÃO AB

Dados preliminares da Bosch divulgados na quarta-feira, 30, indicam que a empresa conseguiu repetir em 2018 o faturamento de € 77,9 bilhões, o mesmo resultado obtido no ano anterior, de € 78 bilhões e recorde para a empresa. Em comunicado, a empresa aponta que os resultados de vendas foram duramente atingidos pelos efeitos cambiais, com algo em torno de € 2,1 bilhões e que ajustada pelos efeitos da taxa de câmbio, a receita subiu 4,3%.

Em 2018, o Ebit (lucro antes de impostos e despesas financeiras/fiscais) atingiu € 5,3 bilhões, o que ainda de acordo com a Bosch, deve gerar uma margem Ebit de 6,9%.

A composição da receita se deu da seguinte forma: foram faturados € 47 bilhões pela divisão de soluções para mobilidade; € 17,8 bilhões pela área de produtos residenciais e consumidores; € 7,4 bilhões em tecnologia industrial e € 5,5 bilhões pela divisão de energia.

“A Bosch pretende se desenvolver melhor do que seus mercados e garantir seu alto nível de lucro, apesar das difíceis condições econômicas esperadas”, comentou o vice-presidente do conselho de administração e diretor financeiro, Stefan Asenkerschbaumer. “Planejamos tornar todos os nossos setores de negócios ainda mais competitivos para que possamos financiar a expansão de nossa liderança em tecnologia e, com ela, do futuro de nossa empresa.”

Na Europa, as vendas subiram 2,1% (ou 3,7% após ajustes cambiais), para € 41 bilhões, impulsionadas pelo mercado alemão e austríaco. Na América do Norte, graças ao desempenho positivo da indústria no setor automotivo, a empresa faturou € 12,3 bilhões, com aumento de 7,9% já aplicados os ajustes pelos efeitos da taxa de câmbio.

Já na América do Sul, em 2018 as vendas ficaram 7,8% abaixo do ano anterior, ao reportar € 1,4 bilhão. O principal fator determinante para o resultado foram os efeitos cambiais extremamente negativos sofridos nos principais mercados da região, o Brasil e a Argentina. Apesar disso, ajustando os efeitos cambiais, há um aumento de 8,9%.

Para a região Ásia-Pacífico e na África, o faturamento aumentou 0,4%, para € 23,2 bilhões e com ajustes, esse aumento vai a 3,1%. A região agora representa pouco menos de 30% das vendas totais.

“Apesar do ambiente economicamente rigoroso, a Bosch teve um bom desempenho em 2018. As vendas e o resultado estão novamente em um nível recorde”, disse o presidente do conselho de administração da Robert Bosch, Volkmar Denner, durante a coletiva de imprensa na Alemanha sobre números preliminares. “Como líder de inovação, queremos moldar a mudança em nossos mercados, tanto no sentido tecnológico como no empresarial. Nosso foco estratégico em conectividade está valendo a pena”, acrescentou Denner.

Na área de automação, a Bosch vem focando arte de seus esforços nesta frente e espera gerar vendas de € 2 bilhões este ano com sistemas relacionados à assistência ao motorista. Em um segundo momento, a empresa vislumbra para o início da próxima década o uso dos níveis 4 e 5 de condução autônoma. “A condução sem motorista será um fator de mudança para a mobilidade individual, que abrirá as portas para modelos de negócios disruptivos, como a robótica. Somente no período até 2022, esperamos que nossos investimentos iniciais totalizem € 4 bilhões.”

Segundo a Bosch, 4 mil já estão trabalhando nos projetos relacionados a direção autônoma em todo o mundo.

Além disso, o presidente do conselho destacou os projetos em andamento para a eletromobilidade. Ele lembrou que em 2018, a Bosch adquiriu 30 projetos relacionados à área. Até 2025, a empresa pretende aumentar em dez vezes as suas vendas com a eletromobilidade, para um total de € 5 bilhões. “Nosso objetivo é liderar o mercado de massa para eletromobilidade”, disse Denner.

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